O ano começou intenso para um atleta que vinha se destacando no JF Celtics. O armador Yan Santana, de 17 anos, se mudou de país, iniciou carreira em um dos mais tradicionais clubes do continente, começou faculdade e voltou ao Brasil por conta da pandemia do novo coronavírus.
Agora jogador do Boca Juniors, o jovem atleta, filho do técnico Rogério Santana, do JF Celtics, joga basquete há nada menos que 14 anos Ele explica que se apaixonou pelo país vizinho e se mudou no fim de janeiro para Buenos Aires.
“Comecei a jogar com três anos, em Montes Claros, por influência do meu pai, por ser técnico de basquete. Em 2017, fui jogar alguns amistosos na Argentina, com o Ginástico, de Belo Horizonte, e me apaixonei muito pelo lugar, pela cultura e pelo estilo de jogo dos argentinos. Surgiu a oportunidade de fazer medicina por lá, atrelada com o esporte. Então, divido o Boca com os estudos”, conta Yan.
Conquistas
Antes de embarcar para a aventura portenha, Yan fez sucesso pelo JF Celtics. “Joguei em Juiz de Fora praticamente um ano. Fui campeão da Copa Serrana Sub-17, campeão da Liga Amadora de Basquete (Lab) de Minas Gerais e vice campeão da LSB (liga carioca) Sub-18, com direito a ser cestinha do campeonato”, relembra com alegria o armador.
As atuações de destaque antes e depois da passagem por Juiz de Fora levaram o jovem a passar pelos tradicionais clubes belorizontinos Ginástico e Mackenzie.
Se o primeiro o levou a ter contato com os argentinos, o segundo o levou à principal conquista da carreira até agora: o Campeonato Sul-Americano de Clubes Sub-17, em 2018. Yan também serviu à Seleção Mineira frequentemente nos últimos anos.
Caminho próprio
Para chegar ao Boca, não houve caminho direto e, como um bom armador, Yan encontrou maneira de fazer a jogada rumo à Buenos Aires dar certo, com o apoio de dentro e de fora de casa
“Eu e meu pai (Rogério) corremos atrás de tudo isso, de realizar o sonho de jogar na Argentina. Pude contar com o apoio de amigas brasileiras que moram na capital argentina também que me ajudaram muito nós trâmites e na adaptação. Sou muito grato pela família que me acolheu e me ajuda com tudo que eu preciso. Sem deixar de falar dos meus companheiros de quadra e meus técnicos que foram muito receptivos”, agradece.
Mas, pouco tempo depois de se adaptar à rotina em Buenos Aires, Yan teve que lidar, como o planeta todo, com a pandemia do novo coronavírus. Por isso, voltou ao Brasil, onde aguarda esse momento difícil ao lado dos familiares.
“Quando eu cheguei na Argentina, ainda não havia nenhum caso. Porém assim que começou a quarentena, consegui voltar para o Brasil e passar esse momento tão delicado ao lado da minha família. Estou em Juiz de Fora e, por enquanto, não há previsão de volta. Quando tudo normalizar eu retorno”, projeta.
Quadra, estudos e sonhos
Tentando manter a forma, o ex-armador do JF Celtics acredita estar no ambiente certo para se desenvolver ainda mais. “Procuro sempre fazer o meu melhor nas condições que tenho, para voltar da melhor forma possível. Mas sem nunca deixar de sonhar alto com meus objetivos pessoais. O basquete na Argentina é tratado de uma forma muito profissional, pois é um esporte de muita tradição. Grandes jogadores argentinos que se destacaram mundialmente em Olimpíadas e na NBA”, lembra.
Cursando medicina, Yan crê que não haverá conflito entre compromissos dentro e fora das quadras. “Acredito que não haja essa concorrência entre esporte e faculdade para mim. Consigo me organizar muito bem e dividir quadra e estudos. Quero tentar sempre ser melhor a cada dia que passa, e realizar um dos meus sonhos de jogar no basquete europeu”, deseja.
Texto: Toque de Bola – Wallace Mattos
Fotos: arquivo pessoal Yan Santana