Neste sábado, dia 16, o Tupynambás completa dois meses de suspensão de suas atividades, e o futuro ainda é incerto para o Baeta.
Sem posicionamento oficial da Federação Mineira de Futebol (FMF), que formula um plano de volta do futebol no estado, mas ainda está longe de efetivá-lo, o vice-presidente do Tupynambás, Claudio Dias, é cético: não há como retornar em um futuro breve. Com a maioria de seus contratos encerrados, sem patrocinadores e com o departamento de futebol desativado, a perspectiva de volta imediata do futebol no Poço Rico é nula.
No escuro
“Não recebemos um posicionamento oficial da FMF. O que sabemos é o que a imprensa divulga. Para ter alguma perspectiva, temos que ter uma posição. Se a Federação falar que volta dia 10 de junho, por exemplo, nós não vamos jogar. Não há condição de se reativar o departamento de futebol profissional, com estrutura mínima, em um mês. Não dá”, afirma Dias, acrescentando que a maioria do elenco que disputou o Mineiro já não está ligado ao clube. “Atualmente, 95% dos contratos dos atletas venceram. E só estamos praticamente com os garotos das categorias de base sob compromisso.”
De acordo com Cláudio, uma possível volta da bola no Baeta demoraria, pelo menos, 60 dias. “Vamos ter que ver a parte financeira, formulação de elenco. Para isso, precisamos de pelo menos dois meses. Tipo: ‘olha, vamos voltar em 10 de julho’. Dai podemos traçar o que vamos fazer. Porque, como todos os outros clubes, passamos por problemas financeiros. Não vamos assumir nada que não possamos fazer.”
Por conta do tempo necessário para a reestruturação, o dirigente acredita que a volta do Mineiro não é viável. “Aí é que eu digo: não vale a pena voltar para o Mineiro. Não é porque o Tupynambás está na zona de rebaixamento. Mas porque, financeiramente, foi tudo perdido, como o esforço que fizemos para não cair. Ou tem um prazo decente para voltar, ou o Baeta não participa”, reforça Cláudio.
Desequilíbrio
A forma como as equipes disputariam as últimas rodadas do Mineiro 2020 também preocupa Dias. “Os times pararam em um grau de competitividade. Vão retomar em outro grau. Porque quem não tem risco de cair não vai gastar dinheiro montando elenco para disputar os últimos dois jogos.”
Cláudio também lembrou que a competição não tem apenas mais um par de rodadas par ser finalizada. “Não faltam duas rodadas só para o fim do Campeonato Mineiro, como a Federação afirma. Faltam duas rodadas para o fim da primeira fase mais a Taça Inconfidência, paralela às semifinais e final, mais a Recopa (do Interior). Isso ficou acordado no Congresso Técnico. Se vai acabar a competição, tem que acabar tudo. Somente parte, não.”
Exemplo no Sul
Para o dirigente, a possibilidade de volta do Campeonato Gaúcho, cujos participantes determinaram que não haveria rebaixamento em 2020 e a retomada está programada para meados de julho, poderia ser seguida. Mas o ideal é o encerramento dos estaduais.
“A decisão que tomou a Federação Gaúcha deveria servir para o Mineiro, o Carioca, o Paulista. Na verdade, acredito que as federações, em conjunto com a CBF, deveriam dar por encerradas as competições estaduais e pensar no Campeonato Brasileiro. Caso este possa ocorrer”, deseja o homem forte do futebol do Baeta.
E a Série D?
Classificado para a Quarta Divisão do Nacional, mesmo com as incertezas do momento, o Baeta segue com a meta de disputá-la. “Na Série D, estamos inscritos e temos total interesse de participar. Temos que aguardar um posicionamento da CBF com respeito a calendário e datas. Temos que procurar patrocinadores novamente. Fazer toda reativação de nosso departamento de futebol profissional. Mas o interesse em jogar é total”, garante Dias.
Texto: Toque de Bola – Wallace Mattos
Fotos: Toque de Bola; e Rise Up Mídia/Tupynambás