Emoção na arquibancada, marcação diferente sobre o artilheiro, reencontro entre torcedores e a curiosidade das novas gerações diante dessa equipe com camisa vermelha – ah, claro, e uma vitória de virada com direito a “pintura”em gol de falta, marcaram o retorno do Tupynambás ao futebol profissional no final da manhã de domingo, 31.
Na estreia pela Segundona Mineira, que na verdade corresponde à terceira divisão – ainda há o Módulo 2 depois da primeira divisão, o Baeta superou o Ponte Nova Futebol Clube e deu o primeiro passo na caminhada que pretende ser de duas temporadas de acesso, até alcançar a divisão principal em 2018. Bruno abriu o placar parra os visitantes e ainda na etapa inicial Juninho brindou o torcedor com um belo gol de falta, empatando a partida. O mesmo camisa 10 de vermelho deixou Assis em ótima condição, aos sete minutos do segundo tempo, para arrancar em direção ao gol e bater na saída do goleiro: 2 a 1, garantindo um domingo feliz parra novos e antigos baetas.
Tensão pré estreia
Antes de a bola rolar, a ansiedade e a expectativa eram visíveis. O presidente do clube do bairro Poço Rico, Francisco Carlos, o Chiquinho, estava desde cedo próximo à entrada do vestiário, no saguão do estádio, certificando-se se estava tudo certo e tomando as últimas providências. Ademilson foi chamado para fazer fotos com mãe e filha que participaram da promoção lançada com a camisa do artilheiro, com as inscrições “Adê” e 105, referências ao seu próprio nome e à idade do mais que centenário Leão do Poço Rico. Sorridente, o atacante também mostrava expectativa.
O gestor do futebol do clube, Alberto Simão, explicava aos jornalistas que a ausência de nove anos no futebol profissional foi um dos obstáculos para conseguir a regularização de todos os atletas a tempo da primeira partida, mas ressaltou que a burocracia de algumas federações estaduais tornou-se problema maior, acabano por desfalcar a a equipe de jogadores como Cassiano.
Saudação com aplausos
O time deixou o vestiário em direção ao campo sem muita pompa. Os cerca de 500 torcedores presentes, no entanto, trataram de aplaudir bastante para que se sentissem à vontade. Os atletas retribuíram o apoio, dirigindo-se ao público com reverência.
Assistente “marca” Ademilson
Até sair o primeiro gol da partida, o que mais chamou a atenção do torcedor e até da imprensa foi a “marcação cerrada” da arbitragem sobre Ademilson. Pelo menos em três oportunidades, as marcações de impedimento pelo assistente foram bastante duvidosas. Nas duas primeiras, Adê respeitou e “seguiu viagem”. Na terceira, não se conteve. Olhou para o “bandeira” e mostrou incredulidade e inconformismo. Poucos zagueiros, talvez, tenham feito marcação tão implacável sobre o ídolo da torcida carijó como no primeiro tempo da partida de domingo.
Os gols, no entanto, não deixaram de acontecer. O Ponte Nova, que já tinha acertado o travessão em cobrança de falta, acabou achando o caminho das redes mais cedo. Aos 20, Bruno recebeu dentro da área e tocou sem defesa, no canto esquerdo do goleiro João Paulo. Vacilo da zaga. Antes do final do primeiro tempo, Juninho teve a chance preciosa do empate e não desperdiçou. Em cobrança de falta pela direita de ataque, aos 45, alçou a bola no ângulo superior direito do goleiro adversário com grande precisão. Aquele lance que o goleiro vê a trajetória da bola, sabe que provavelmente vai ser gol, mas não tem como impedir: 1 a 1, primeiro gol “para valer” do Baeta depois de nove anos.
O centro das atenções até então, Ademilson, teve uma boa chance na primeira etapa, mas não conseguiu emendar de primeira após passe que veio da esquerda de ataque.
Na etapa final, depois de muitos”elogios” da torcida ao trio de arbitragem no intervalo, o Tupynambás não deu mais chance ao azar. Novamente Juninho apareceu, desta vez fazendo lançamento na medida parra a corrida de Assis, que desceu pela direita de ataque e tinha até a opção de encontrar Ademilson no contra–ataque. Assis, no entanto, conseguiu manter o domínio da bola, mesmo em velocidade, e bateu forte no canto direito do arqueiro: Baeta 2 a 1, placar que não se alterou até o final.
O Tupynambás, treinado por Gerson Evaristo, foi a campo com João Paulo; Danylinho, Caetano, Vavá e Douglas; Miguel, Canário, João e Juninho (João Paulo); Assis (Igor “Balotelli”) e Ademilson. Cerca de 500 torcedores marcaram presença no reencontro do Tupynambás com o futebol profissional.
Futrica aprovou
Um dos torcedores mais entusiasmados com a volta do Baeta aos gramados, Sidney Vieira, o Futrica, gostou do que viu: “O Bernardo entrou com o Baeta. Ele é filho de minha filha Rejane, tem 6 anos e joga com o Alfredão (Professor Alfredo Coimbra) no São Mateus (Iniciação Esportiva São Mateus). O Nycolas (que não entrou com o time) é Tupi, tem 10 anos, é filho do Rondinely, também joga no São Mateus. O jogo foi muito bom, mesmo sendo de divisões de baixo, os atletas das duas equipes não fizeram feio. Levei toda família Futrica e muitos fregueses baetas. Foi muito boa esta manhã. Reencontrei velhos amigos como Moreco e David. O Presidente do Baeta nos atendeu muito bem. Vovô e vovó saíram felizes, já que ela é baeta”.
Sidney ainda elogiou a cobertura nas redes sociais do Toque de Bola “Obrigado em nome dos baetas” e revelou: “Fizemos uma torcida mirim muito legal, com 10 meninos”.
Com ex-craques
Moreco defendeu o Baeta como lateral-esquerdo. Já David Chaves era centroavante. Sidney logo tratou de recuperar fotos de formações antigas e enviou ao Toque de Bola. Na formação com David Chaves, Sidney revela: “Comemoramos do campo do Tupi até o Baeta onde teve uma festa. Fomos pela Avenida Brasil. Foi o último título profissional do Baeta, em 1966”, lembra.
Fotos do Sidney Vieira
Fotos do Toque de Bola
Fotos de Kiko Halfeld | Tupynambás FC
Texto: Ivan Elias – Toque de Bola
Fotos: Toque de Bola, arquivo pessoal de Sidney Vieira e Kiko Halfeld – Tupynambás
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