Um projeto que fez sucesso e conquistou títulos, retomado após interrupção, focando no esporte como ferramenta de desenvolvimento social. Este é um resumo da trajetória do Vôlei Futuro, de Araçatuba, interior de São Paulo.
Há duas temporadas a equipe encara os desafios da Superliga B para voltar para a elite do vôlei nacional, onde já esteve e fez sucesso.
Neste ano, mesclando jovens, atletas experientes e até dois campeões da Superliga B 2021 com o JF Vôlei, o grupo não teme o peso do favoritismo.
Este é o espírito do time que vem à Juiz de Fora para o confronto pela quarta rodada da competição nacional, sábado, dia 12, às 18h no Ginásio da UniAcademia. Por causa da pandemia, segue suspensa a presença de público.
O Toque de Bola relembra a trajetória e os percalços do Vôlei Futuro e ouviu o treinador Ângelo Vercesi sobre a campanha deste ano na Superliga B.
Base de desenvolvimento
O vôlei passou a fazer parte da alma de Araçatuba com as campanhas das equipes feminina e masculina. Enquanto estavam atuantes, as duas categorias conquistaram títulos dos Jogos Abertos do Interior de São Paulo e Campeonatos Paulistas. O time masculino ainda foi vice-campeão da Superliga 2011/2012.
No entanto, em 2012 a equipe feminina foi encerrada e o time masculino teve o mesmo destino no ano seguinte, por falta de patrocínio, como disse o diretor/presidente, Luis Henrique Rios, ao Toque de Bola em 2020.
O projeto das equipes profissionais foi refundado em 2019, porque a base continuou existindo: as escolinhas espalhadas pela cidade. De acordo com a assessoria, o clube busca o desenvolvimento social e econômico, conseguiu parcerias com instituições de ensino, que fornecem bolsas de estudos e acompanhamento para o desenvolvimento social das crianças e jovens da região.
“Com o esporte desenvolve-se o raciocínio, disciplina e perseverança, ou seja, trabalha com requisitos que uma pessoa precisa para se destacar, dá vivência e é importante tanto quanto a educação e a cultura. No futuro, aspectos apreendidos no esporte, tais como – espírito de equipe, cidadania, vivência em vencer e perder, dentre outros, poderão ser aplicados no cotidiano”, conforme texto divulgado pela assessoria.
Caminhada na Superliga B
Dentro do projeto de esporte como ferramenta de inclusão social, o Vôlei Futuro considera as categorias de alto rendimento como um instrumento para potencializar o alcance dos objetivos dos projetos.
Em 2020, a equipe recomeçou a caminhada para tentar voltar à elite, que ficou mais complicado por causa da pandemia. No entanto, o título na Superliga C e o acesso para a B empolgaram a torcida. Mas as dificuldades financeiras e dois surtos de covid-19 prejudicaram a evolução no ano passado. Na fase classificatória, o time terminou em 7º lugar, com 2 pontos.
Nas quartas de final, deu sufoco nos confrontos contra o Brasília, que se tornaria o vice-campeão da competição. Venceu o primeiro jogo por 3 sets a 2, perdeu o segundo por 3 sets a 1. E no terceiro jogo, o Brasilia levou a melhor por 3 sets a 0. Foi o único confronto das quartas-de-final decidido em três jogos.
Problemas
No ano passado, a equipe se envolveu em uma polêmica ao jogar em Goiânia. O clube visitante protestou nas redes sociais por não receber permissão para treinar no ginásio da partida, que foi vencida pelos donos da casa. Depois de formalizar um protesto, a CBV decidiu por nove advertências contra o Vila Nova, mas não anulou a partida como desejava o time de Araçatuba.
Neste ano, outra polêmica. Na terceira rodada, disputada no último fim de semana, o time abandonou a quadra no confronto contra o Niterói Vôlei Clube (NVC), em Niterói, quando perdia por 2 sets a 1 e tinha desvantagem de 20 x 16 no quarto set.
O motivo exposto nas redes sociais foi falta de condições de jogo no Ginásio do Colégio Plínio Leite, com três atletas passando mal, inclusive um deles reclamou de cãibras abdominais. Procurada pelo Toque de Bola, a diretoria do NVC decidiu não se posicionar sobre o caso.
A decisão custou a liderança à equipe de Araçatuba. Após a homologação da derrota por W.O., o time caiu para o quinto lugar na tabela com 5 pontos em três jogos.
Covid-19
Na Superliga B 2021, o Vôlei Futuro enfrentou dois surtos de covid-19 no elenco. Com os remanejamentos de partidas, a tabela do time se tornou uma em uma maratona.
Questionada pelo Toque de Bola sobre os cuidados nesta temporada, o time informou que reforçou o controle e as medidas preventivas.
“O Vôlei Futuro realiza diariamente anamnese, a fim de detectar alguma alteração nos atletas e comissão técnica, uso de mascaras, álcool em gel, em caso de suspeita, realizamos a testagem e isolamos o membro da equipe. A equipe do Vôlei Futuro possuí todos os membros com esquema vacinal completo”, explicou a assessoria.
Confiante
O técnico Ângelo Vercesi permaneceu no comando do Vôlei Futuro desde a temporada passada. No comando do time de Araçatuba em 2020, ele enfrentou o JF Vôlei, que ficou com o título de forma invicta.
“Juiz de Fora é a atual campeã da Superliga B, mas perdeu patrocinadores e a equipe não é tão forte como a do ano passado. Está oscilando resultados, mas é uma equipe boa e a gente tem que respeitar. Tem um saque bom e um ataque muito bom”, avalia o treinador.
No entanto, ele destacou que o grupo mineiro passou por modificações e o favoritismo pende para os visitantes, que virão para Juiz de Fora com isso em mente.
“A ideia é vestirmos a responsabilidade de sermos favoritos e fazermos um bom jogo e tentarmos buscar os três pontos lá, 3 a 0 e 3 a 1. Com todo respeito à equipe de Juiz de Fora, qualquer resultado não seria surpreendente. Mas a expectativa é fazemos um bom jogo, buscarmos o resultado, os três pontos”, deseja Vercesi.
O Vôlei Futuro deixa Araçatuba rumo à Juiz de Fora nesta sexta, 11. De acordo com Ângelo Vercesi, a viagem será de ônibus porque “pela logística não compensa ir de avião”.
Elenco
Nas três partidas até o momento, os destaques da equipe foram o ponteiro Léo Birigui, o oposto Luiz Henrique e o levantador Erick.
Aliás, o Erick é um dos ex-JF Vôlei que atualmente vestem a camisa do Araçatuba. O outro é o ponteiro Gabriel Molina.
Em uma Superliga B onde a maior parte das equipes tem jogadores na faixa dos 20-30 anos, o Vôlei Futuro não abriu mão da experiência do oposto Leandro, de 38 anos e do levantador Christiano, de 43 anos.
- Centrais: Caio Rosa, Marcos Paulo, Moisés, Renan Moraes;
- Ponteiros: Léo Birigui, Gabriel Molina, Alex Oliveira;
- Oposto: Luiz Henrique, Leandro, João Pedro;
- Levantadores: Christiano, Erick e Mateus Garcia
- Líbero: William, Matheus Procópio de Moura
- Técnico: Ângelo Vercesi
Tabela na Superliga B
- 1ª rodada: Vôlei Futuro Araçatuba 3 x 0 Instituto Cuca, 22/01, 17h
- 2ª rodada: Vôlei Futuro Araçatuba 3 x 2 Aprov/Chapecó, 29/01, 17h
- 3ª rodada: Niterói Vôlei Clube 3 x 0 Vôlei Futuro, 05/02, 17h;
- 4ª rodada: JF Vôlei x Vôlei Futuro Araçatuba, 12/2, 18h;
- 5ª rodada: Vôlei Futuro Araçatuba x Vila Nova F. C., 19/02, 17h;
- 6ª rodada: SMEL/Araucária/ASPMA/Berneck x Vôlei Futuro Araçatuba, 24/2, 19h;
- 7ª rodada: Vôlei Futuro x Minas Náutico – 5/3, 17h
- 8ª rodada: Uberlândia Vôlei/Café Vasconcelos/Praia Clube/Sada/ Prefeitura de Araguari x Vôlei Futuro Araçatuba, 12/02, 19h;
- 9ª rodada: Vôlei Futuro Araçatuba x Suzano Vôlei, 19/3, 17h
Texto: Toque de Bola – Roberta Oliveira
Fotos: Gustavo Ribeiro/10ports; Brasilia Vôlei/ Instagram
Montagem: Toque de Bola com fotos do Vôlei Futuro/ divulgação