Vôlei Federal: com ou sem Flamengo, “vamos jogar”

Mesmo se a parceria com o Flamengo não for concretizada, o Vôlei UFJF disputará pela quinta vez consecutiva a Superliga Masculina de Vôlei. Foi o que garantiu o diretor do projeto da Federal, Maurício Bara Filho, ao Toque de Bola nesta quinta-feira, 25: “Nós vamos jogar. Vamos dar um jeito. Claro que alguns detalhes precisam ser resolvidos, mas na nossa cabeça já há uma evolução em relação àquela entrevista no final do jogo contra São Bernardo. Hoje acho que vocês entendem que não poderia dizer tudo o que está acontecendo. Poderíamos evoluir, que é a parceria com o Flamengo, como jogar a Superliga B. Mas já fizemos alguns planos B e C em que conseguimos jogar de qualquer jeito”.

Parceria com Flamengo

O projeto entre UFJF e Flamengo não evoluiu desde as últimas declarações de Bara, quando afirmou que a parceria estava “tecnicamente consolidada”. Pendências financeiras ainda não foram definidas, sendo primordiais para a assinatura e posteriores decisões, como no nome e local do mando de jogos: “Ainda não tivemos nenhum avanço. É o passo principal, porque os outros detalhes são realmente detalhes, em que temos que sentar na mesa e definir”, confirmou Bara, projetando ainda o período em que a decisão deve ser selada:

“Meados de julho é uma data importantíssima, porque temos prazos legais dentro da CBV de confirmações. Lógico que já nos confirmamos na próxima Superliga, obviamente, mas o mercado anda. Estamos até deixando um pouco de lado a questão do mercado, se não você fica doido, está além das nossas forças. Não posso pedir o jogador que me espere e as coisas de repente aconteçam de uma forma diferente da que ele imaginou”.

Juiz de Fora será representada pela quinta vez seguida na Superliga Masculina de Vôlei
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Orçamento: meta de R$5 milhões

Bara também confirmou que as direções da Federal e do Flamengo objetivaram, mesmo que ainda não seja para esta temporada, o valor de R$5 milhões como ideal para a formação de uma equipe competitiva: “Não é nada inventado. É um número em que chegamos conjuntamente que seria a meta. Talvez não nesse ano, mas de um time que pudesse chegar em uma semifinal, por exemplo. Com 5 milhões por ano podemos formar um grande time individualmente, tendo apenas de ser trabalhado por uma comissão técnica. Essa é a meta ideal, e não real. A gente trabalha com o que tiver. Se houver um quinto disso, vamos trabalhar e dar um jeito de representar a Universidade e a cidade”.

Sem a parceria, o valor anual de aproximadamente R$2 milhões, de acordo com Bara, poderia suprir as necessidades financeiras de uma equipe que vise uma disputa, mesmo que na parte debaixo da tabela, da Superliga: “Vamos de repente correr alguns riscos, o que não houve no último ano, por exemplo. Vai depender do trabalho da comissão técnica, de como as outras equipes vão se montar. O Minas, por exemplo, chegou a uma semifinal da Superliga e terceiro lugar na Copa do Brasil, praticamente mesmo resultado do ano anterior, mas com um orçamento muito menor. Isso se deveu ao trabalho da comissão técnica, escolha dos jogadores e também ao comprometimento. O mercado mudou também nos últimos quatro anos. Na primeira Superliga pegamos um mercado super inflacionado e hoje está em outro patamar em que as comissões técnicas têm que entender”.

Treinador

Em meio às incertezas da relação com o Flamengo, o nome de Alessandro Fadul segue como favorito para permanecer defendendo as cores da equipe juiz-forana: “É prioridade. A gente se fala toda semana. Ainda não sentei com ele para negociar a permanência, mas sempre falo de mercado com ele”, reiterou Bara.

Jogadores 

O diretor lamentou as perdas de atletas, ratificando a impossibilidade de contratar jogadores sem a definição do orçamento e projeto: “Tenho sido sempre muito sincero com os jogadores. Claro que existem alguns nomes que eu gostaria de contar. Perdemos algum que não queriam sair, caso do Victor Hugo, Batagim, que esperaram até o último segundo, me ligaram antes de fechar. Mas é a vida deles, de repente depois ficam sem clube, então é complicado. Sigo sempre em contato com eles ou com seus procuradores, deixando sempre claro que não quero prejudicá-los”.

“Queremos continuar fazendo o voleibol”

Bara iniciou e finalizou a entrevista ressaltando a vontade de seguir com o projeto da Federal, em busca de uma evolução ainda maior em ramificações da iniciativa, como as categorias de base, hoje realizadas em parceria com o Clube Bom Pastor: “Queremos continuar fazendo o voleibol. Como vamos fazer, de que forma e com qual dimensão, ainda não definimos ainda, mas independentemente do Flamengo, porque a parceria é uma coisa, mas o projeto de vôlei da UFJF é outra, é momento de reestruturação pensando até em médio prazo em uma série de coisas que queremos colocar em prática, como as categorias de base. Essa é a luta agora nesse momento”.

 

Texto: Bruno Kaehler – Toque de Bola

Foto: Arquivo Toque de Bola

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Ivan Elias

Ivan Elias, associado do Panathlon Club de Juiz de Fora, é jornalista, formado em Comunicação Social pela UFJF. Trabalhou por mais de 11 anos no Sistema Solar de Comunicação (Rádio Solar e jornal Tribuna de Minas), em Juiz de Fora. Participou de centenas de transmissões esportivas ao vivo (futebol, vôlei, etc). Apresentou diversos programas de esporte e de humor, incluindo a criação de personagens. Já foi freelancer da Folha de S. Paulo, atuou como produtor de matérias de TV e em 2007 e 2008 “defendeu” o Tupi, na Bancada Democrática do Alterosa Esporte, da TV Alterosa (SBT-Minas). Criou, em 2010, ao lado de Mônica Valentim, o então blog Toque de Bola que hoje é Portal, aplicativo, Spotify, Canal no Youtube e está no Twitter, Instagram e Facebook, formando a maior vitrine de exposição do esporte local É filiado à Associação Mineira de Cronistas Esportivos (AMCE) e Associação Brasileira de Cronistas Esportivos (Abrace).

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