Você sabia? Hoje na Seleção e contratado pelo Real Madrid, Danilo começou na reserva do Tupynambás

Sabia que o lateral-direito da Seleção Brasileira já foi reserva no Tupynambás Futebol Clube, o tradicional e centenário Leão do (bairro) Poço Rico, em Juiz de Fora?

Isso mesmo. Danilo, jogador do Porto, campeão da Libertadores de 2011 pelo Santos, medalhista de prata nas Olimpíadas de Londres em 2012 e anunciado oficialmente nesta terça-feira, 31, futuro reforço do Real Madrid (texto atualizado em 1º de abril), atuou em 2005 pelo Tupynambás, o popular Baeta, e em 2006 pelo Uberabinha, na categoria infantil, com o treinador Sérgio Eduardo, conhecido no futebol amador local como Dudu do Cerâmica, que contou ao Toque de Bola essa e outras histórias do craque brasileiro, uma das atrações da equipe do técnico Dunga nos amistoso de quinta-feira, 26, diante da França, em Paris, e de domingo, 29, contra o Chile, em Londres. O Brasil venceu a França por 3 a 1. Diante do Chile, Danilo Luiz deu um belo passe para o gol da vitória de 1 a 0, marcado por Firmino.

   Danilo na reserva? Explica isso, Dudu

“O Danilo veio de São João Nepomuceno para mim, campeão mirim de 2004 da Copa Prefeitura Bahamas com o Marco Aurélio Ayupe (ex-jogador do Vasco e responsável pelas categorias de base das equipes daquela cidade em projeto da Prefeitura), e veio com uma bagagem boa. Só que como ele era muito franzino, não dava para ser o titular da posição na categoria de cima. Ele sempre foi um jogador de muito bom passe e de boa saída de bola, por isso sempre teve facilidade em atuar em várias posições. O Danilo já atuou comigo de segundo volante, lateral-direito, lateral-esquerdo e até de meia ofensivo. Em 2005, eu estava recém chegado ao Tupynambás e ele também. Era o seu primeiro ano de infantil, jogava de lateral-direito e, na primeira peneira para seletiva do Mineiro, já gostei dele. O problema é que ele era muito franzino para atuar os 90 minutos. Eu o aprovei por ser um bom jogador e o coloquei no grupo, mas não era titular absoluto, por não estar maduro fisicamente. Ele era muito bom jogador, tinha uma facilidade imensa para bater na bola e para isso não precisa ter tamanho. O tamanho atrapalha na hora do choque corpo a corpo. Ele chutava muito bem tanto com a direita, quanto com a esquerda, e evoluiu muito entrando nos jogos e atuando, mesmo sendo primeiro ano de infantil. Disputou os primeiros campeonatos da cidade, a Liga da cidade e o Mineiro”, explica Dudu.

 

Tupynambás campeão da Liga em 2005. Em pé: Felipe, Canal, Tiago, Parrot, Vitinho, Carlos, Vitor Costa, Gabriel, Artur e DAnilo. Agachados: Fred, Ricardo, Lucas, Monteiro, Ramon, Bruno Ewald, Marcelinho, Léo  e Davi. (Foto: Arquivo pessoal Sérgio Eduardo)
Tupynambás campeão infantil da Liga em 2005. Em pé: Felipe, Canal, Tiago, Parrot, Vitinho, Carlos, Vitor Costa, Gabriel, Artur e Danilo (destacado). Agachados: Fred, Ricardo, Lucas, Monteiro, Ramon, Bruno Ewald, Marcelinho, Léo e Davi. (Foto: Arquivo pessoal Sérgio Eduardo)

  E o titular, por onde anda?

Dudu não sabe por onde anda o titular da época, Vitor Costa, que atuava como zagueiro e lateral-direito: “Não sei o que o Vitor está fazendo da vida, ela era titular por ser 1990, era o último ano dele de infantil e era mais forte fisicamente que o Danilo. Atuou comigo também como zagueiro, por seu poder de marcação”.

Tupynambás no Miniero de 2005. Em pé: Tuquinha, Felipe, Parrot, Richard, Bernardo, Fred, Tiago, Carlos, Vitor Costa (destacado), Pablo, Leno, Dudu e João. Agachados: Guilherme, Douglas, Danilo (destacado), Davi, Léo, Monteiro, Lucas, Pedro e Vitinho. (Foto> Arquivo pessoal Sérgio Eduardo)
Tupynambás no Miniero de 2005. Em pé: Tuquinha, Felipe, Parrot, Richard, Bernardo, Fred, Tiago, Carlos, Vitor Costa (destacado), Pablo, Leno, Dudu e João. Agachados: Guilherme, Douglas, Danilo (destacado), Davi, Léo, Monteiro, Lucas, Pedro e Vitinho. (Foto: Arquivo pessoal Sérgio Eduardo)

  De companhia na base à campeão da Libertadores: a trajetória de Danilo

Danilo, lateral que está praticamente acertado com o Real Madrid, da Espanha, considerado um dos principais clubes de futebol do mundo, despertou o interesse do Coelho em um amistoso contra o Tupynambás: “Nós fomos fazer um amistoso com o América, em Belo Horizonte. O Davi era muito bom jogador, o destaque da geração infantil de 1990, e o pessoal do Coelho ficou doido com o futebol dele e o levou para lá. O Danilo, por ser o melhor dos mais novos daquele grupo, também foi chamado e acabou sendo uma companhia para o Davi no América. Os dois foram se destacando, mas no meio do ano o América, talvez por problemas financeiros, dispensou o Danilo. Aí eu o trouxe para jogar comigo no Uberabinha em 2006. Nisso, pintou uma oportunidade para ele no Fluminense, o pessoal de lá gostou dele, pediu a liberação para o América, que não liberou o e chamou o Danilo de volta. Ele foi para BH e logo subiu, no primeiro ano de juvenil, para o time de júnior. Então, apareceu uma vaga para ele na Taça São Paulo e ele foi muito bem. No ano seguinte, se firmou nos juniores. Em 2009, que deveria ser o primeiro ano dele nessa categoria, subiu para o profissional, foi eleito o melhor lateral-direito do Campeonato Mineiro e acabou comprado pelo Santos, onde foi campeão da Libertadores com gol na final, depois vice do Mundial. Depois acabou vendido para o Porto. Tudo aconteceu muito rápido”, relembrou Dudu.

Time de 2005 do Baeta também revelou Vitinho e Davi

“Além do Danilo, mais seis jogadores desse grupo infantil de 2005 se tornaram profissionais. O Tiago está atuando nos Estados Unidos, William Totinho está jogando na Europa, o Léo se profissionalizou no Tupi, mas hoje é militar, o Fred jogou profissionalmente no Rio, o Vitinho, que já jogou no Tupi e hoje está no Mogi Mirim (SP), e o Davi Carias (volante), que hoje está no Tupi”, conta Dudu, que treinou todos esses atletas. O técnico possui currículo internacional. Foi campeão infantil nacional no Haiti comandando o Pérolas Negras (projeto da empresa Viva Rio na Academia de Futebol Perles Noires, que conta com profissionais juizforanos como Rafael Novaes Dias e Luiz Carlos Laudiosa)

Dudu exibe com orgulho o troféu de campeão infantil do Haiti (Foto: Arquivo pessoal Sérgio Eduardo)
Dudu exibe com orgulho o troféu de campeão infantil do Haiti (Foto: Arquivo pessoal Sérgio Eduardo)

  Bicas-JF: passagens do bolso

Dudu conta que Danilo pagava as passagens de Bicas para Juiz de Fora para vir aos treinamentos e que raramente faltava: “Em 95% dos dias de treinamentos o Danilo vinha de Bicas para Juiz de Fora com dinheiro dele. Ele nunca abdicou dos treinos, sempre foi muito dedicado. Não era titular absoluto porque ainda não estava preparado para iniciar no time, mas sempre entrava nos jogos ou como lateral-direito, ou como volante. Foi relacionado para todos os jogos do Mineiro comigo”.

Tupynambás Mineiro de 2005. Em pé: Parrot, Vitor Costa, Fred, Vitinho, Tiago, Leno, Richard, Pablo e Tuquinha. Agachados: Danilo (destacado), Monteiro, Léo, Carlos, Lucas, Bernardo, William Totinho, Davi, Pedro. (Foto: Arquivo pessoal Sérgio Eduardo)
Tupynambás Mineiro de 2005. Em pé: Parrot, Vitor Costa, Fred, Vitinho, Tiago, Leno, Richard, Pablo e Tuquinha. Agachados: Danilo (destacado), Monteiro, Léo, Carlos, Lucas, Bernardo, William Totinho, Davi, Pedro. (Foto: Arquivo pessoal Sérgio Eduardo)

 Foco, família e talento são determinantes para o sucesso

“O foco do Danilo e a família dele foram fundamentais para o seu desenvolvimento. Ele raramente faltou treino, era um cara de grupo, sempre foi muito determinado e teve o apoio da sua família. O futebol é uma oportunidade que você tem. Quando ela apareceu, o Danilo aproveitou da melhor forma possível porque estava preparado. O potencial dele era claro, tanto que subi ele para o time principal do infantil no seu primeiro ano na categoria. Ele é merecedor de tudo isso que está acontecendo na sua carreira”, declarou Dudu.

 

Texto: Guilherme Fernandes, estagiário do Toque de Bola, com supervisão de Ivan Elias – Toque de Bola

Fotos: Arquivo pessoal de Sérgio Eduardo

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Este post tem 4 comentários

  1. Caio

    Poxa,eu vi a reportagem e me admirei,porque esse titular Vitor Costa é meu amigo.Estamos cursando junto o CURSO DE FORMAÇÕES DE SARGENTO em Três Corações,Minas Gerais . Ele ainda joga bola,participa da equipe de futebol da EsSA,como zagueiro !

  2. Eu fui o preparador de goleiros dessa época, trabalhavas o atletas alem de jogadores de futebol ajudava a forma-los como homens de bem, tirando-os assim da vida de crime que sempre foi o caminho mais fácil.

    Isso ai DUDU continue assim. vc eh um otimo exemplo pra sociedade de q na vida nem tudo se resume a dinheiro. e sim amor e carinho na quilo q vc faz. Abraço de Seu eterno Amigo Marcelino

    Boa sorte Danilo, q as lesões e mal olhado fiquem longe de sua vida profissional e pessoal.

  3. Marcos

    Parabéns pela matéria, excelente!

  4. Domingos Sávio Baião

    Estamos contando com o apoio de cada um dos amigos, cada uma das amigas, do nosso povo em cada uma das comunidades mineiras para que nos ajude nesta missão.

    É preciso que os abnegados comandantes dos times amadores entendam a dimensão e a importância do nosso Acervo e façam as doações das camisas dos times.

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