A delegação Brasileira terminou sua participação nos Jogos Olímpicos do Rio com 19 medalhas. Dentre as conquistas estão ineditismos, efetivações de favoritos e muitas histórias de superação, característica do povo brasileiro. Esse foi o melhor resultado do país em Olimpíadas. No quadro de medalhas o Brasil conquistou a 13ª posição. Entre todos os países da América, ficou atrás apenas dos Estados Unidos, líder do ranking.
O Toque de Bola fez uma pesquisa e apresenta um pouco sobre a trajetória de cada medalhista. Os textos são de alguns dos principais veículos de comunicação do País e revelam os bastidores das conquistas.
Rafaela Silva – Ouro – Judô (Até 54 kg)
Em 2012, Rafaela Silva passou de “nossa promessa” a “uma vergonha” no intervalo de um clique. Só que o impacto das ofensas que ela recebeu na internet durou muito mais do que isso. A agora campeã olímpica foi ao fundo do poço, um estado depressivo que afetou tudo que a cercava durante meses. Quatro anos depois, a raiva e a frustração serviram de combustível para a maior vitória de todas: o ouro na Rio-2016.
O calvário de Rafaela em Londres não se resumiu a algumas respostas atravessadas nas redes sociais. A eliminação pelo uso de um golpe irregular, um erro que qualquer judoca pode cometer, iniciou um espiral de coisas ruins. A partir do momento que ela deixou o tatame, internautas passaram a atacá-la, questionando sua integridade e fazendo ofensas racistas. Na concentração, abalada pela derrota precoce, ela leu as mensagens, respondeu com xingamentos e despertou a atenção dos dirigentes, que limitaram o uso do celular com o objetivo de poupá-la.
Rafaela se viu em um país distante, abalada pela derrota mais dura da carreira, ofendida pelo seu povo e com comunicação limitada com a família. “Ela ficou muito mal. Não é coisa nossa não, ela ficou mal mesmo. Eu achei sério que ela fosse parar”, conta o pai Luiz Carlos.
A volta ao Brasil só aliviou parcialmente a dor. “Ela nunca falou assim diretamente, mas eu via ela no sofá vendo televisão e do nada ela começava a chorar. Aí eu perguntava e ela falava que às vezes esquecia que tinha passado a Olimpíada, que achava que ainda ia acontecer. Ela ficou meio que depressiva por um período. Não foi nem o erro que doeu, porque no esporte a gente está acostumado a ganhar e perder. O baque mais forte foi a história do racismo, do preconceito de todo mundo criticando”, conta Raquel, a irmã da campeã.
Rafaela relaxou no controle do peso, demorou a voltar aos treinamentos e perdeu o gosto pelo judô. Não queria sair de casa, com medo de que fosse xingada novamente nas ruas por quem a reconhecesse. O impacto do episódio foi além da preparação dela. Ciente dos efeitos que comentários maldosos podem causar nos atletas, a comissão técnica da seleção de judô passou a tentar evitar, sempre que possível, que eles leiam o que se escreve sobre eles nas redes sociais.
A menina criada na Cidade de Deus só voltaria a ser judoca meses depois, quando passou a ser acompanhada pela psicóloga Nell Salgado. Aprendeu, com as sessões, a transformar aquela frustração em ânimo para reagir. O primeiro passo foi tatuar a frase “Só Deus sabe o quanto eu sofri e o que fiz para chegar até aqui”, um mantra para o futuro. “Eles não sabem o que eu vivo no meu dia a dia, a cada lesão, a cada treino, a cada superação que a gente tem dentro do tatame, para ficar me criticando”, diz a própria Rafaela.
Quando ganhou a medalha, ela se lembrou. Nas primeiras entrevistas que deu como campeã olímpica, fez questão de dizer que “não era uma vergonha para a família”, e que “a macaca que devia estar na jaula” agora tem a medalha de ouro. “Ela guardou. Acho que serviu de motivação para ela e ela nunca esqueceu aquelas coisas”, conta Raquel.
Não que Rafaela precisasse provar nada a ninguém, claro, mas responder os críticos com o sucesso satisfaz. Um ano depois do episódio, no mesmo Rio de Janeiro que agora lhe dá a consagração máxima, ela tornou-se campeã mundial. Começou, ali, a convencer aqueles que a execraram. “Eu entrei no meu Face e tinha mensagem de um rapaz dizendo que ele foi um dos que me criticou na minha derrota em Londres e estava de pé para me aplaudir na minha conquista do Mundial no Rio”, conta Rafaela.
Hoje, ao que tudo indica, algo parecido deve acontecer novamente. “Eu vi ali na salinha escondida que eu ganhei quase 60 mil seguidores no Instagram só hoje. Tinha 10 mil e agora tenho 65 mil e alguma coisa. Sem foto. É uma foto que eu postei ontem quando fui ver uma competição. Eu ganhava no máximo 300 curtidas, agora tem 30 mil”, diz a campeã, aos risos com a popularidade.
(Fonte: Site Bol/UOL – Rio 2016)
Felipe Wu – Prata – Tiro Esportivo (10m)
Felipe Wu é estudante de engenharia aeroespacial e vem de uma trajetória vitoriosa nos últimos anos. Foi ouro Pan-Americano, em Toronto 2015. Ganhou duas etapas da Copa do Mundo de tiro esportivo, ambas neste ano, em Bancoque (março) e Baku (junho). Também tem duas medalhas de ouro nos Jogos Sul-Americanos, em 2010 e 2014.
“Nos últimos anos, todas as finais que participei eu conquistei medalha. Então, ao me classificar, eu fiquei tranquilo e sabia que seria possível”, confidenciou.
Na final, Felipe Wu demonstrou muita tranquilidade e desde o início entre os possíveis vencedores. A medalha de ouro escapou na última série da prova. O campeão foi o vietinamita Xuan Vinh Hoang, com um tiro quase perfeito no último disparo.
“Sonhar é possível. Queria muito essa medalha olímpica, não tenho palavras [para descrever o momento]. Hoje vou comemorar, e a partir de amanhã voltar a treinar para a pistola de 50m”, completou Felipe Wu logo após conquistar a primeira medalha do Brasil.
(Fonte: Site ESPN)
Diego Hypólito – Prata – Ginástica Artística (Solo)
Há quem tenha dito que a carreira de Diego Hypólito na ginástica havia acabado depois das decepções em 2008 e 2012. A pressão pelo ouro na Olimpíada de Pequim – quando o ginasta era o favorito a medalha e acabou caindo ao realizar sua prova – somada com o fracasso de uma nova queda em Londres-2012, fez o atleta entrar em depressão e ver sua trajetória no esporte declinar.
Diego sobreviveu a demissão do clube onde treinava, a distância da família e as críticas pela derrota. Em mais uma história de superação envolvendo o esporte, o brasileiro mostrou ser um gigante vencendo a depressão para conquistar a medalha de prata nos Jogos Olímpicos Rio-2016.
Por muitos anos Diego Hypólito foi considerado o nome da ginástica masculina brasileira. Bicampeão mundial, o atleta chegou a sua primeira final olímpica nos Jogos de Pequim-2008, após se classificar como primeiro colocado nas eliminatórias na prova de solo. Favorito, o brasileiro buscava a primeira medalha da história do país em Olimpíadas na modalidade. Contudo, no último movimento de sua apresentação, Diego se desequilibrou e sofreu uma queda, ficando de fora do pódio na ocasião.
Na Olimpíada de Londres-2012, quatro anos depois, uma nova queda. Dessa vez, Diego caiu ainda na fase classificatória e ficou de fora da final. Sofrendo uma enxurrada de críticas, sua carreira então desmoronou. Logo após a derrota, o ginasta foi demitido do Flamengo, onde treinou por 19 anos. A demissão do clube carioca foi um choque muito grande. Longe da família e dos amigos, o esportista entrou em estado de depressão. Chegando a ser internado, ingeria remédios apenas para dormir.
Foi então que dona Geni foi em direção a São Paulo para ficar ao lado do filho. Contando com a força da família, o ginasta superou a doença. Mas não foi nada fácil. Antes referência no esporte, Diego teve que treinar “de favor” no Pinheiros – clube paulista que cedia o ginásio para o atleta se preparar – Contratado pelo ASA, de São Bernardo do Campo, Diego Hypólito renasceu.
Apesar da fase não ser boa, Diego teve o que precisava. Com o apoio de seu técnico Fernando Lopes e seus companheiros no novo clube, voltou para a seleção brasileira. Ainda preterido, se viu escalado como segundo reserva para o mundial da China, em 2013. Quis o destino que o ginasta competisse. Por causa de uma lesão lombar, Pétrix Barbosa foi cortado da competição. Treinando forte, Hypólito viajou com a delegação. Duas horas antes de começar o torneio, veio a notícia. Após uma lesão no pé, Caio Souza não poderia mais se apresentar. Era a chance da redenção.
Diego Hypólito ajudou a seleção a passar para a final por equipes e se classificou para a finalíssima do solo no torneio. O ginasta conquistou o bronze e ali viu sua carreira renascer. Era a sua primeira medalha depois de todas as dificuldades superadas. Porém, não era o suficiente, faltava a “cereja do bolo”. Era a olimpíada. Classificado para os jogos, queria mostrar que o principal trauma estava superado. Neste domingo (14), Diego colocou seu nome na história da ginástica olímpica e escreveu mais um capítulo de superação no esporte.
Mostrando que estava preparado, o experiente ginasta de 30 anos fez uma apresentação na final do solo sem erros, e conquistou a medalha de prata. Na Olimpíada sediada em seu país, oito anos depois da primeira queda, Diego Hypólito realizou o feito que almejou tanto obter. Superando todas as adversidades, o ginasta mostrou porque é um gigante. Desta vez “caiu” em pé, e direto para o pódio. Provando que sempre foi um campeão.
Mesmo com toda a superação, o ginasta não quer parar no Rio. Aspirando disputar mais uma Olimpíada, Diego diz ter fôlego para estar em Tóquio-2020. Após sua primeira medalha olímpica na Rio-2016, pode apostar que ele vai em busca do ouro daqui a quatro anos em terras orientais.
(Fonte: Site VAVEL)
Rafael Silva – Bronze – Judô (Acima de 100kg)
Rafael Silva, o Baby, quase não disputou a Olimpíada do Rio. Uma lesão no músculo peitoral maior direito em meados de 2015 tirou o judoca do Pan de Toronto e do Mundial, e postergou até os 45 do segundo tempo sua convocação para os Jogos Olímpicos de 2016. Mas nesta sexta-feira, um ano depois de se machucar feio durante um treino, ele garantiu a terceira e última medalha do judô para o Brasil. Pela segunda vez em sua carreira (a primeira foi em Londres 2012), o atleta subiu ao pódio para receber o bronze olímpico, mais uma vez ao lado do algoz francês Teddy Riner, que horas antes tirou sua chance de conquistar a medalha de ouro em casa. Mas isso não importa: embora nunca tenha escondido o desejo de derrotar o peso-pesado invencível, Baby tinha como meta principal deixar o tatame de cabeça erguida, provando para os que questionaram sua convocação que, dando tudo de si, sairia com a “sensação de dever cumprido”. Objetivo alcançado.
A convocação de Baby foi uma aposta da Confederação Brasileira de Judô na experiência do atleta, considerado “tranquilão” e focado. Mas sua escalação gerou polêmica: havia dúvidas sobre sua recuperação e muitos questionaram se o Brasil não deveria ter dado a vaga olímpica a David Moura, outro peso-pesado que vinha de uma fase melhor que o atleta natural de Rolândia, no Paraná. Ele, no entanto, nunca pôs em dúvida sua melhora. Em entrevista ao EL PAÍS dias antes de lutar, garantiu que estava pronto para encarar o tatame, após uma cirurgia e meses de fisioterapia intensiva: “Eu estou preparado pra dar o sangue lá dentro”, disse, antes das lutas. Dito e feito.
Sua estreia no Rio começou com duas vitórias seguidas, uma sobre o veterano Rámon Pileta, de Honduras, e outra sobre o russo Renat Saidov. Mas nas quartas de final, encontrou ninguém menos que Teddy Riner, o número um no ranking mundial, novamente campeão olímpico, invicto há 115 lutas. Derrotado por Riner, Baby conquistou na repescagem (com uma vitória sobre o holandês Roy Meyer) o direito de disputar uma medalha. De volta ao tatame, derrotou Abdullo Tangriyev, do Uzbequistão, e corou com o bronze sua segunda participação em uma Olimpíada.
Hoje uma referência no judô nacional, Rafael Silva começou tarde no esporte, com 15 anos. Começou a treinar profissionalmente somente aos 18, em São Paulo, onde ganhou o apelido Baby, uma brincadeira com seu jeito bonzinho, apesar da cara de mau e do porte intimidador: são 160 quilos para 2,03m de altura. Aos 29 anos, o judoca-heavy-metal — fã de AC/DC e Iron Maden, que escuta religiosamente antes de encarar os adversários—, teve sua esperada redenção em casa. Ao deixar o tatame, atribuiu “a Deus e à torcida brasileira pela força” que o incentivou a não desistir de buscar a meta que tinha em mente desde o dia posterior ao que conseguiu seu primeiro bronze, em Londres. Amanhã, já deve voltar o foco a Tóquio 2020 e voltar a treinar, aliviado.
(Fonte: Site El País Brasil)
Arthur Nory – Bronze – Ginástica Artística (Solo)
Longe de ser favorito na ginástica de solo (especialidade que nem é a principal dele), Arthur Nory surpreendeu o Brasil ao levar a medalha de bronze neste domingo, 14. Até então, o nome dele estava ligado a um caso polêmico: durante uma transmissão ao vivo no Snapchat em 2015, ele deu declarações racistas. O erro, admitido publicamente pelo próprio atleta, quase jogou fora uma carreira que começou com um desafio contra um desejo do próprio pai, Roberto.
Descendente de japoneses e caçula de quatro filhos, Arthur era a última esperança do pai de ter um herdeiro para a faixa preta de judô. Rebeca, terceira filha do casal Roberto e Nadna, foi a que chegou mais longe ao praticar o esporte. Mas se os planos do pai para Arthur estavam no judô, aos 10 anos de idade, o desejo do menino era diferente.
Fã de Daiane dos Santos, Arthur sonhava em ser ginasta. Roberto era contra. Já a mãe apoiava. “Ele pediu para fazer ginástica. Só que onde ele treinava judô não tinha masculino. No início, eu, que sou professora de Educação Física, até tentava ensinar ele. Mas chegou um ponto que descobri um clube. Quando entreguei o Arthur, falei ao estagiário do clube que estava dando um diamante bruto que precisava ser lapidado”, conta Nadna.
Por quase um ano, Arthur conciliou a ginástica e o judô. Enquanto evoluía no esporte que gostava de praticar, estagnava na paixão do pai. “A partir do momento em que ele começou a fazer espacate [abertura de pernas] no judô, eu falei que não ia dar certo. Na época, separei do pai dele e Arthur ficou só na ginástica”. O pai desistiu de cobrar uma faixa do filho e ele passou a evoluir. “Aos 11 anos, ele começou a treinar no Pinheiros”, conta a mãe.
A idade que Nory começou a praticar o esporte foi tardia. Mesmo assim, ele teve uma carreira promissora. Depois de alguns títulos, começou a treinar na seleção brasileira de ginástica olímpica. E foi aí que ele enfrentou um desafio muito maior do que convencer o pai de seu sonho.
Caso de racismo
A carreira construída por alguns anos quase foi arruinada por causa de uma postagem na internet. Durante uma transmissão ao vivo no Snapchat, Nory fez uma piada de mau gosto direcionada ao colega de equipe Ângelo Assumpção. As consequências foram bombásticas. A curto prazo, uma suspensão de 30 dias e perda de patrocínio. A longo prazo, carregar o peso e o estigma da falha.
Quando indagado sobre o assunto, o arrependimento é visível nas palavras dele: “Cometer um erro é humano. Todo mundo comete erro. Eu cometi e já me arrependi muito por essa burrice. Perdão do meu amigo eu já tive, somos uma família, todo mundo sabe. A partir do erro, a gente amadurece, leva de experiência e nunca mais comete. Isso é para a vida inteira. Não querer fazer o mal ao próximo”, disse o ginasta.
Em casa, a atitude de Arthur também foi reprovada. Após as críticas, restou à mãe tentar não deixar o filho se abater. “Nós conversamos com ele. Falamos que tinha que pedir desculpas. A partir do momento que ele fez, tá arrependido, teve a suspensão de 30 dias, a gente tem que apoiar. Suspenderam tudo para ele. E ele continuou”, diz a mãe.
A medalha de Nory é mais um capítulo em uma carreira que está apenas no começo (o atleta tem 23 anos). Para além de novas conquistas, ele tem um desafio pela frente: assim como convenceu o pai que a ginástica era o melhor esporte para ele, Arthur terá que convencer muita gente que o erro o fez aprender a se tornar uma pessoa melhor.
(Fonte: Site EBC)
Mayra Aguiar – Bronze – Judô (Até 78kg)
A trajetória de Mayra Aguiar no judo começou muito cedo. Ainda crianças, quando tinha seis anos, seu pais resolveram que ela deveria fazer alguma atividade física e acabaram matriculando a menina em aulas do esporte. Desde então, mesmo fazendo também outros esportes, o judô acabou conquistando o coração da pequena gaúcha de Porto Alegre.
“Meus pais queriam que eu praticasse um esporte quando era pequena, então comecei a fazer judô em escolinhas aos seis anos por causa disso. E era muito gostoso praticar, me sentia muito bem ali. Nessa época eu cheguei a fazer judô e ballet junto. Depois também fiz atletismo, natação, ginástica olímpica, mas nunca me adaptei muito em nenhum deles”, declarou Mayra em seu site oficial.
Um dos motivos para a atleta ter escolhido o judô foi o seu gosto pelas competições, que já cedo se fez presente.
“Desde criança eu sou muito competitiva, e minha primeira competição foi no judô. Então acabei optando pelo judô desde então. Eu tinha apenas seis anos, nem poderia competir, mas eu insisti tanto para o treinador que ele acabou deixando. Um pouco também porque a Hellen, minha irmã, também ia competir”.
Aos 11 anos começou a treinar e competir no clube em que está até hoje, Sociedade de Ginástica de Porto Alegre (Sogipa). Disputou por lá o seu primeiro campeonato brasileiro e aos 14 anos já fazia parte da Seleção Brasileira Junior.
Em 2006, aos 15 anos, conquistou sua primeira medalha em Campeonatos Mundiais Junior de judô, um bronze, e nos anos seguintes conquistou também a prata e o ouro. Em 2008, com apenas 17 anos, integrou a Seleção Brasileira adulta na Olimpíada de Pequim. Daí em diante ganhou cada vez mais destaque no cenário mundial.
Suas primeiras medalhas no Campeonato Mundial foram a prata em 2010 e o bronze em 2011. Em 2012 Mayra chegava à Olimpíada de Londres-2012 com uma carreira bem mais consolidada e medalhas em campeonatos mundiais. Mais experiente, a judoca foi em busca da medalha olímpica. Derrotada pela americana Kayla Harrison na semifinal, Mayra não se abalou e conquistou o bronze ao derrotar por ippon a holandesa Marhinde Verkerke.
O ano seguinte aos jogos de Londres 2012 foi difícil pra Mayra, em dezembro de 2013, a judoca precisou passar por duas cirurgia.
Para conseguir chegar ao ouro no Mundial que tanto queria, a judoca brasileira teria que passar por Kayla Harrison, sua algoz nos jogos de Londres. Mayra conseguiu derrotar a adversária nas semifinais e na final contra a francesa Audrey Tcheumeo se sagrou campeã.
O destino quis que no Rio o carrasco de Mayra fosse a judoca francesa. Audrey Tcheumeo derrotou Mayra na semifinal e deixou para ela apenas o sonho do bronze. Esse veio, e a judoca conquistou a medalha.
(Fonte: O Paraná)
Poliana Okimoto – Bronze – Maratona Aquática
A paulista Poliana Okimoto, de 33 anos, fez história em Copacabana, no Rio de Janeiro, tornando-se a brasileira mais bem colocada de todos os tempos na natação brasileira em Jogos Olímpicos. Ela ganhou o bronze na maratona olímpica, prova em que as nadadoras percorrem 10 mil metros em mar aberto.
Campeã mundial em 2009 e 2013, Poliana se manteve no pelotão de liderança por toda a prova, disputando até o sprint final uma posição no pódio contra a francesa Aurelie Muller e a italiana Rachele Bruni, que cruzaram a linha de chegada respectivamente na segunda e terceira colocações. Aurelie, no entanto, acabou desqualificada por ter atingido Rachele perto da linha de chegada, o que garantiu o bronze para a brasileira.
A melhor colocação anterior de uma brasileira em esportes aquáticos havia sido de Joanna Maranhão, que conquistou o quinto lugar nos 400m medley em Atenas (2004).
(Fonte: Site IstoÉ)
Thiago Braz da Silva – Ouro – Atletismo (Salto com Vara)
Pouca gente sabia quem era Thiago Braz antes desta segunda-feira, 15. O jovem de 22 anos se consagrou ao conquistar o ouro no salto com vara, disputando marca a marca com o francês Renaud Lavillenie, e bateu o recorde olímpico ao passar os 6m3cm. Desde Los Angeles 1984 o Brasil não faturava uma medalha de ouro no atletismo masculino. Mas o garoto de Marília, no interior de São Paulo, teve de vencer muitas batalhas para chegar ao topo do Rio 2016.
Braz é um mais um Silva do Brasil
Thiago Braz da Silva foi criado pelos avós depois de o menino ser abandonado ainda pequeno. O tio Fabiano Braz, que também competia na modalidade, foi o grande responsável pelo início da carreira no atletismo. Para ganhar o mundo, o garoto teve ainda uma importante ajuda: a atual vice-campeã mundial Fabiana Murer e seu marido, o técnico Elson Miranda, acompanharam Thiago de perto quando ele decidiu deixar sua cidade natal. O esporte também reservou ao jovem um amor. Ele é casado com a atleta de salto em altura Ana Paula Oliveira, que não conseguiu vaga no Rio 2016.
Religioso, assim que garantiu o lugar mais alto no pódio afirmou:
— Agradeço muito a Deus por tudo, por esse momento.
Há quatro anos, Thiago foi campeão mundial júnior do salto com vara em 2012, um prenúncio do feito dos Jogos do Rio. No ano passado, outra conquista: o paulista bateu o recorde latino-americano, com 5m92cm.
Superar Lavillenie não era uma briga fácil de ganhar. O francês foi campeão em Londres 2012 e é o atual recordista mundial da modalidade, com 6m16cm. Mas Braz já havia saltado mais alto do que o rival no início deste ano. Em uma competição realizada na Alemanha, o brasileiro venceu. Outro sinal de que a vitória olímpica estava a caminho.
Antes da competição, nada de Vila Olímpica. Thiago ficou concentrado em Natal, no Rio Grande do Norte. A ideia era foco total nos Jogos. Parece que deu certo.
(Fonte: Zero Hora)
Robson Conceição – Ouro – Boxe (Peso Leve)
O pugilista Robson Donato Conceição, de 27 anos, conquistou a 1º medalha de ouro no boxe olímpico do Brasil ao derrotar na noite desta terça-feira o boxeador francês Sofiane Oumiha por decisão unânime.
“Eu tive uma infância humilde, tinha que acordar cedo, ir para a escola e ajudar minha vó na feira. Hoje eu fui recompensado”, afirmou o pugilista logo após a luta no Riocentro.
Conceição decidiu começar a treinar boxe aos 13 anos, “depois de arrumar algumas brigas nas ruas de Salvador”, como conta a Confederação Brasileira de Boxe.
Mas em vez de melhorar a habilidade de brigar na rua – algo que passou a achar sem sentido -, começou a despontar nos ringues.
Foi sua avó, quem ajudava no trabalho na feira, quem o incentivou a entrar em um projeto social que ensinava boxe para jovens entre 13 e 16 anos.
Antes de se tornar o primeiro campeão olímpico do boxe brasileiro, ele tinha entre suas conquistas um ouro nos Jogos Sul-Americanos de Santiago (2014), um vice-campeonato no mundial de Baku (2013), uma medalha de prata nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara (2011) e um ouro nos Jogos Mundiais Militares do Rio (2011).
Seu principal objetivo profissional até então era uma medalha olímpica – ele decidiu adiar sua entrada nas categorias profissionais do boxe exatamente para se preparar para a Rio 2016.
Conceição é terceiro-sargento da Marinha. Ele foi incorporado à força no Programa de Atletas de Alto Rendimento das Forças Armadas.
Após a luta, agradeceu o apoio da Força e bateu continência no final do hino brasileiro quando estava no lugar mais alto do pódio.
(Fonte: BBC Brasil)
Isaquias Queiroz – Canoagem – Prata (Canoa individual (C1) 1.000m) e Bronze (Canoa individual (C1) 200m)
O baiano Isaquias Queiroz, descoberto em um projeto social em sua cidade natal, Ubaitaba, começou na canoagem em 2005. Em 2011, se sagrou campeão mundial júnior do C1 200 m, mas não obteve classificação para os Jogos de Londres-2012.
Ele flertou com uma aposentadoria prematura, mas a chegada do técnico espanhol Jesús Morlán ao Brasil em 2013, para trabalhar com a seleção nacional, deu-lhe novo ânimo. O ibérico havia conduzido seu compatriota David Cal a cinco medalhas olímpicas. Ambos treinaram juntos em São Paulo e, atualmente, têm como base Lagoa Santa.
Isaquias passou a se inserir no cenário internacional e, com os seis pódios em Mundiais conquistados entre 2013 e 2015 (dos quais quatro em provas olímpicas), aterrissou no Rio badalado para lutar por medalhas. Agora, ele confirmou as expectativas.
O canoísta tem uma história de vida de superação. Ainda jovem sobreviveu ao derramamento de uma panela de água escaldante sobre seu corpo, o que o deixou quase um mês internado. Depois, ao cair de uma árvore, teve hemorragia interna e precisou ter um rim retirado – até o por isso, seu apelido entre colegas de seleção é “sem rim”.
(Fonte: Folha de São Paulo)
Ágatha e Bárbara – Prata – Vôlei de Praia
É duro passar tão perto do topo e não tocá-lo. Mas se o Olimpo só tem lugar para um, a prata não é de todo mal. Ágatha e Bárbara chegaram ao Rio de Janeiro como forças secundárias e abriram seu caminho até a final. Venceram a semifinal contra ninguém menos que Kerri Walsh, tricampeã olimpica que nunca havia perdido uma partida sequer nos Jogos.
É um conquista histórica por si só, que fica ainda maior quando se leva em consideração que a Rio-2016 é a estreia das duas em Jogos. Ágatha tem 33, Bárbara tem 29. Com outras duplas ou atuando juntas (em 2011), as duas fizeram papel de coadjuvantes nos ciclos olímpicos de Pequim e Londres. O momento de despontar aconteceu em 2013, quando resolveram se juntar pela segunda vez e fincaram seus nomes no cenário mundial do vôlei de praia.
O sonho olímpico demorou para acabar. A decepção veio só na final, contra as alemãs Ludwig e Walkenhorst e um vento incessante que teimou em atrapalhar as brasileiras. A grande atuação das rivais, somadas ao clima, fizeram Ágatha e Bárbara terminarem sua participação no Rio de Janeiro aos prantos. Com o tempo, a dor da derrota passa. Nada que uma prata não cure.
(Fonte: UOL)
Martine Grael e Kahena Kunze – Ouro – Vela
Campeãs mundiais, eleitas as melhores velejadoras do planeta e favoritas na primeira Olimpíada que disputariam na vida, justamente em casa. Com um desempenho brilhante, Martine Grael e Kahena Kunze ignoraram qualquer tipo de pressão, venceram a regata decisiva da classe 49er FX e conseguiram, nesta quinta-feira, 18, o sonhado ouro olímpico, o quarto do Brasil na Rio-2016.
A disputa desta quinta, portanto, era fundamental. Com pontuação valendo em dobro e só dez barcos na Baía de Guanabara, Martine Grael e Kahena Kunze conseguiram se manter à frente das rivais desde o começo da prova, ultrapassaram as neozelandesas ao contornar a quinta marca e conquistaram o ouro.
A conquista é a cereja do bolo para a dupla, que se conhece desde a adolescência e se juntou no começo do atual ciclo olímpico para uma campanha memorável rumo ao Rio. Em uma classe nova, como a 49er FX, elas se destacaram das demais desde o começo da parceria e chegaram à Olimpíada com um histórico de 25 pódios em 33 competições disputadas.
O ponto alto dessa história foi em 2014, quando elas conquistaram o Mundial de vela em Santander, na Espanha, e levaram o título de melhores atletas do ano pela federação internacional do esporte. Dois anos depois, o favoritismo se confirma justamente na cidade em que as duas vivem e treinam e poderá ser comemorado com toda a família reunida.
Martine conquistou a oitava medalha para a família Grael, a mais tradicional da vela brasileira. O tio, Lars, tem dois bronzes em 1988 e 1996, enquanto o pai, Torben, soma cinco medalhas, sendo duas de ouro, entre 1984 e 2004. Kahena também é filha de um ex-velejador: Claudio Kunze, campeão mundial da classe Pinguim nos anos 1970. Hoje, porém, a glória é só das herdeiras, que alcançam, com méritos, seu lugar próprio no Olimpo.
(Fonte: UOL)
Alison e Bruno – Ouro – Vôlei de Praia
A vitória na Arena em Copacabana consagrou a carreira de dois atletas excepcionais. Após a prata em Londres 2012 ao lado da lenda Emanuel, Alison Ceruti chegou ao ápice aos 30 anos, assim como seu parceiro Bruno Schmidt, de 29, que considerou largar o esporte diversas vezes durante sua trajetória.
Longe das redes sociais durante toda a concentração no caminho para o ouro, os atletas publicaram uma mensagem em sua conta conjunta agradecendo todo o apoio da torcida e de toda a sua equipe.
Confira a mensagem na íntegra:
“Gratidão. Amizade. Cumplicidade. Durante os Jogos ficamos distantes das redes sociais. Foco por um objetivo. Um objetivo que traçamos há quase três anos. E alcançamos!
Hoje, nas areias de Copacabana, vivemos o melhor e mais completo dos sonhos. Uma medalha de ouro em casa, com nossa família, com amigos e com todos os fãs, uma torcida apaixonada e maravilhosa!
Chegamos aqui graças a uma equipe fantástica. Chegamos aqui graças à força e à energia do nosso povo! Chegamos! É muito bom poder gritar que somos campeões olímpicos!
Muito obrigado! A todos! Essa medalha tem um pouquinho de cada um que nos ajudou, que nos incentivou, que nos mandou boas vibrações e tanto carinho! Essa medalha é de um país inteiro!”
O ouro da dupla foi o quinto do Brasil nos Jogos Olímpicos do Rio, igualando o recorde do país em Atenas 2004. Com Alison e Bruno, o verde e amarelo volta ao topo das Olimpíadas após 12 anos, já que os últimos campeões brasileiros da modalidade foram Ricardo e Emanuel.
Em Pequim 2008, Todd Rogers e Phil Dalhausser, dos Estados Unidos, venceram os brasileiros Márcio Araújo e Fábio Luiz na final. Na ocasião, Ricardo e Emanuel foram medalhistas de bronze.
(Fonte: Terra)
Futebol – Ouro – Masculino
A seleção brasileira de futebol é campeã olímpica dos Jogos Rio 2016. O ouro foi conquistado nos penalties, após o empate tenso de 1 a 1 nos 120 minutos de duração da partida. O título veio na quinta bola chutada por Neymar, após o goleiro Weverton ter defendido o penalty cobrado pelo jogador alemão.
O Brasil abriu o placar com o gol de Neymar, aos 26 minutos de jogo, em cobrança de falta. Em comemoração, Neymar repetiu o gesto de imitar um raio do jamaicano tricampeão olímpico de atletismo, Usain Bolt, presente no estádio. Bolt vibrou com o gol de Neymar.
Empate
Meyer, da Alemanha empatou, aos 13 minutos do segundo tempo. O gol de ocorreu após uma falha da defesa brasileira, numa bola rebatida. A partir daí, as duas equipes fizeram um jogo tenso com várias chances de gols perdidas pelas duas seleções.
História de uma conquista
Foram necessários 64 anos, mas a seleção brasileira enfim chega ao ouro nos Jogos Olímpicos, numa conquista que serve de redenção para uma geração de jogadores que, pelo menos, desde a Copa do Mundo no Brasil, em 2014, vinha sendo apontada como desprovida de grandes craques, assim como a responsável pelo rebaixamento da seleção brasileira do papel de protagonista para o de coadjuvante no futebol mundial.
Quis também o destino que o ouro fosse proporcionado por uma vitória sobre a Alemanha, país que derrotou o Brasil por 7 x 1 na semifinal do Mundial de 2014, no Brasil. O feito de agora passou longe de ser encarado pelos brasileiros como uma revanche para o fiasco de dois anos atrás. Um dos motivos é o de a seleção olímpica alemã ter em seu elenco somente um jogador que estava presente no Mundial, o zagueiro reserva Mathias Gunter. Mas esse foi um ingrediente a mais para incrementar o sabor de ganhar em casa um título há muito sonhado.
A perseguição ao ouro olímpico, último grande título internacional que faltava ao Brasil no futebol, ganhou contornos de obsessão nas últimas décadas, sentimento que acabou catalisado nestes Jogos Olímpicos, pelo fato do elenco jogar em casa, na primeira Olimpíada na América do Sul.
História começa em Helsinque
O Brasil estreou nos Jogos Olímpicos em 1952, em Helsinki, quando ficou em quinto lugar, após uma derrota nas quartas de final justamente para a Alemanha. Desde então foram conquistados dois bronzes, em Atlanta (1996) e Pequim (2008). As pratas foram fruto de três derrotas em finais: em Los Angeles para a França, em 1984; em Seul para a União Soviética, em 1988; e em Londres para o México, em 2012.
Foram necessárias portanto quatro finais para que os jogadores brasileiros finalmente pendurassem o ouro no pescoço, numa competição que ao longo dos anos ficou marcada pela zebra, tendo como medalhistas no passado países sem nenhuma chance em Copas do Mundo, como Bulgária, Suíça, Japão e Camarões.
O fenômeno se deve à restrição imposta pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) e pela Federação Internacional de Futebol (Fifa), que permitem a participação nos Jogos somente de atletas abaixo dos 23 anos, com três exceções para cada país. A medida serve para amenizar o protagonismo midiático do futebol sobre outros esportes e equilibrar o torneio, ao contribuir para a ausência de grandes craques.
Uma dessas zebras foi a marcante derrota dos brasileiros para a Nigéria na semifinal de 1996, em Atlanta, quando a seleção era comandada por Zagalo e tinha os astros Bebeto, Ronaldo e Rivaldo na dianteira. O Brasil marcou um gol de falta logo nos primeiros dois minutos e terminou o primeiro tempo vencendo por 3 x 1. Mas a equipe derreteu na segunda etapa, cedendo o empate no tempo regulamentar. Na prorrogação, tomou o gol de ouro. Na disputa pelo bronze, o time se recuperou, goleando Portugal por 5 x 0.
Primeira medalha
A primeira medalha pode também ser considerada uma zebra, pois surgiu quando ninguém esperava. A prata em Los Angeles (1984) foi conquistada por um time formado sem o apoio da CBF, com um elenco composto por jogadores quase que exclusivamente do clube gaúcho Internacional, incluindo Gilmar Rinaldi e Dunga, e comandado por um técnico novato, Jair Picerni. Acabaram perdendo a final por 2 x 0 para a França.
Nos Jogos seguintes, em Seul (1988), a história era outra. Treinado pelo experiente Carlos Alberto Silva, o elenco contava com astros que viriam a ser tetracampeões mundiais com a amarelinha, entre eles o goleiro Taffarel e os atacantes Bebeto e Romário. Mais uma decepção na final, com derrota de 2 x 1 para a União Soviética.
Eliminado na primeira fase em Roma (1960), Tóquio (1964) e Cidade do México (1968), o Brasil sequer se classificou para Barcelona (1992). Mas seria em Sidney (2000) que a canarinha protagonizaria talvez a maior decepção de sua trajetória olímpica, ao ser eliminada novamente por um gol de ouro, dessa vez por Camarões, na quarta de final. O fiasco custou o cargo de Vanderlei Luxemburgo como técnico, e a seleção voltaria a ficar fora de uma Olimpíada na edição seguinte, em Atenas (2004).
Jogos de Pequim e Londres
Em Pequim (2008), sob o comando de Dunga e tendo Ronaldinho Gaúcho como capitão, a seleção brasileira voltaria ao pódio, conquistando o bronze sobre a Bélgica após ter perdido a semifinal para a bicampeã olímpica Argentina. Mas seria em Londres (2012) que uma nova decepção marcaria o Brasil: depois de chegar sem dificuldades à final, o time perdeu para o México por 2 x 1.
Para chegar ao tão sonhado ouro, Neymar e companhia superaram toda a carga pesada de decepções passadas da seleção em Olimpíada e em torneios internacionais disputados no Brasil. Ao fim, eles conseguiram se recuperar de um início de campanha apático e deram finalmente ao torcedor o direito gritar “É campeão” a plenos pulmões em casa, no Maracanã.
(Fonte: EBC – Agência Brasil)
Vôlei – Ouro – Masculino
Uma campanha de recuperação para uma final impecável em quadra – com direito a Maracanãzinho em transe, muita festa e presenças ilustres. O Brasil conquistou neste domingo (21) o tricampeonato Olímpico no voleibol masculino, ao bater a Itália por 3 sets a 0 (25/22, 28/26 e 26/24) e entrou para o seleto hall de equipes com três medalhas de ouro, igualando os feitos de Estados Unidos e da extinta União Soviética. A Federação da Rússia tem um título.
De quebra, a equipe do técnico Bernardinho ajudou o Brasil a ter o seu melhor desempenho Olímpico da história, com sete medalhas de ouro, seis de prata e seis de bronze, ocupando a inédita 13ª posição no quadro geral de medalhas da Rio 2016.
“O time mereceu o ouro por tudo o que passou e pelo tanto que lutou. Para mim, foi a maior conquista possível. Acho que amadureci muito de Londres para cá e agora é comemorar muito”, disse o oposto Wallace, maior pontuador da final, com 20 pontos.
O atacante destacou o papel do líbero Serginho, de 40 anos, único remanscente do elenco campeão em Atenas 2004, na motivação da equipe.
“Ele falou algo que foi fundamental para nós. Disse que teríamos outra chance, mas ele não”, revelou.
Na reedição da final dos Jogos de Atenas 2004, Brasil e Itália entraram em quadra desconcentrados. Nos dez primeiros pontos disputados, dois erros de saque brasileiro, e um italiano. Falhas na recepção, com Lipe e Serginho, fizeram com que a Azzurra do voleibol escapasse à frente no placar num primeiro momento (10/7). Um verdadeiro rali finalizado por Lucarelli, no entanto, deu o banho de água fria nas pretensões italianas e o Brasil começou sua reação.
O time de Bernardinho se encaixou em quadra, marcando o grandalhão Zaytsev e variando as bolas com Wallace, sempre ele. O serviço, enfim, entrou – dois aces, um com Lipe e outro com Lucarelli – e devolveu a segurança ao Brasil, que conseguiu fechar o primeiro set com razoável segurança no marcador: 25/22. Faltavam mais dois sets rumo ao tricampeonato Olímpico.
A tática de forçar o saque, importante no desenvolvimento do Brasil rumo à final, voltou a falhar no início do segundo set. Tanto que o placar em 9 a 7 à favor dos italianos teve simplesmente quatro pontos por erros seguidos de saque da seleção brasileira. Juantorena explorava bem as bolas de ponta para os italianos e a partida ficou parelha, disputada ponto a ponto. Lipe era o destaque nas bolas de segurança, enquanto Zaytsev era o grande destaque italiano e referência do time.
Quando o equilíbrio rege os padrões do jogo, a velha máxima é a de que detalhes resolverão para um lado ou para o outro. Foi para o nosso: Wallace, primeiro, montou uma parede diante de Zaytsev. Na sequência, Maurício sacou para o erro de Buti, e o Brasil fechou o disputado set em 28/26. Faltava um último passo para a volta ao lugar mais alto do pódio.
E a história seguiu o mesmo roteiro, com muito equilíbrio sem ninguém escapar no placar. Quando a Itália tentou escapar, Juantorena tocou na rede num ataque de Wallace. Bernardinho desafiou e as câmeras mostraram o óbvio e a arbitragem reverteu o ponto. O público vaiou os italianos e o time se desconcentrou, com dois erros de recepção seguidos. Era o momento que o Brasil precisava para conseguir a vantagem e não desperdiçar: Wallace sacou na bola de segurança, e Lucão fez o ponto de ouro. Mais do que merecido. “É campeão” foi o grito geral.
“Foi um jogo muito tenso, principalmente no começo. Termos seguindo forçando o saque, como fizemos contra os russos na semifinal, foi fundamental. O time se mostrou muito persistente e resiliente nos momentos de dificuldade e isso fez a diferença”, disse o levantador Bruno, capitão brasileiro.
Seleção Olímpica
O Brasil ainda teve quatro dos sete escolhidos para a seleção dos Jogos Olímpicos: o levantador Bruno, o oposto Wallace, o ponteiro Lucarelli e o líbero Serginho. O ponteiro americano Aaron Russell e os centrais Emanuele Birarelli, da Itália, e Artem Volvich, da Rússia, foram os outros selecionados.
(Fonte: Rio 2016)
Maicon Siqueira – Bronze – Taekwondo
Maicon de Andrade Siqueira, um mineiro nascido em Justinópolis há 23 anos, conquistou neste sábado, 20, uma inesperada medalha de bronze no taekwondo, na categoria acima dos 80 quilos, ao vencer por 5 a 4 o lutador Mahama Cho — que, apesar de ser da Costa do Marfim, competia pela Grã-Bretanha. Com a vitória de Andrade, o Brasil conquistou sua última medalha no Parque Olímpico da Barra nesses Jogos Olímpicos do Rio.
Ninguém contava que Siqueira poderia dar uma medalha para o Brasil, já que ele nem sequer está entre os 10 primeiros do ranking olímpico da Federação Internacional da modalidade. Até este sábado, o taekwondo só havia dado uma medalha para o Brasil, Natália Falavigna ganhou o bronze em nos Jogos de Pequim, em 2008. A vitória de Siqueira, também dentro do programa das Forças Armadas de fomentar atletas de alto rendimento, foi a 18ª medalha do Brasil nos Jogos.
Siqueira é um lutador não apenas dentro da arena olímpica, mas também, “como qualquer outro brasileiro”, na vida. Caçula de oito irmãos (sete homens e uma mulher), teve de trabalhar como ajudante de pedreiro para sustentar a família ou, até mais recentemente, de garçom de buffet infantil. Ao mesmo tempo mantinha os treinos nos fins de semana.
“Nunca sonhei que um dia disputaria uma Olimpíada na vida. Por isso agradeço muitos aos meus amigos e à minha família”, disse ao final da disputa desta sábado. “Por mais que eu tente te explicar, é uma sensação única. É um sonho. Não tem como explicar como é estar aqui. É um momento único. Por mais que fale palavras bonitas, não tem como descrever”.
O terceiro lugar não veio fácil. Siqueira estreou com uma vitória de virada contra o americano Stephen Lambdin por 9 a 7, mas perdeu para o nigerino Abdoulrazak Issoufou nas quartas de final. No entanto, seu algoz passou para a final e Siqueira pôde voltar aos tatames na repescagem. Bateu o francês Bar Diaye por 5 a 2 passou para a decisão do terceiro lugar. Começou perdendo, mas ganhou fôlego e finalmente deu ao Brasil sua 18ª medalha.
Com a vitória, Siqueira espera agora atrair mais dinheiro para o esporte. “Já deixamos de ir a competições porque não havia dinheiro”, disse.
(Fonte: El País Brasil)
Texto com informações de UOL, ESPN, VAVEL, Terra, El País Brasil, EBC, O Paraná e IstoÉ
Edição: Toque de Bola
Fotos: Divulgação site oficial Rio 2016
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