A temporada na qual os planos ficaram em suspenso terminou de forma muito feliz para o juiz-forano Luiz Maurício Dias da Silva, de 20 anos.
Após celebrar a medalha de ouro no lançamento de dardo do Troféu Brasil Caixa de Atletismo, quais seriam os planos para o futuro a curto e médio prazo?
A resposta foi simples. “Para 2021, a meta é ir para um clube”, diz Luiz Maurício.
Nível profissional
Desde os 12 anos, ele faz parte do Centro de Iniciação ao Atletismo (Cria) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Posteriormente migrou para a equipe de atletismo da instituição e, agora, a ida para um clube é o próximo degrau rumo às principais competições internacionais.
A decisão é considerada natural pelo coordenador do Cria/UFJF, Jorge Perrout. “A gente é uma equipe de formação. Ele já está num nível de ir para uma equipe profissional. A gente fica satisfeito porque levou ele até onde podia. Agora a tendência dele, com o resultado e talento, é ir para um clube profissional”, destaca.
O Toque de Bola conversou com Luiz Maurício e com Perrout sobre treinamento, futuro, sonhos e influência nos garotos e garotas que treinam atletismo na Universidade.
Próximo ciclo: foco nas Olimpíadas
Os Jogos Olímpicos são um sonho para Luiz Maurício. Mas não o de Tóquio 2020, adiados para 2021. O objetivo é a vaga para Paris 2024, como explica Perrout.
“Ele é muito novo, a idade do atleta olímpico é, em média, 25, 26 anos. Raramente, você vai ver um atleta do atletismo chegar com 19, 20. No próximo ciclo, ele vai ter 24, vai estar muito bem”, prevê o coordenador.
Metas de evolução
O caminho até lá envolve muito planejamento para subir degrau por degrau na evolução – rumo lançamento acima de 80m. Luiz Maurício detalha as metas para a temporada de 2021 e espera que os 76,10m conseguidos no Troféu Brasil de Atletismo carimbem o passaporte para novos desafios.
“Perspectiva é iniciar a carreira contra atletas olímpicos e adultos. No ano que vem, vão ter os Campeonatos Sul-Americano sub-23 e adulto. Acredito que serão as duas principais competições do ano para mim”, considera Luiz.
Para isso, é importante realizar a meta já anunciada: conseguir entrar na equipe de lançamento de dardo de um clube profissional. “Ainda não é totalmente certo. Para dar uma evolução maior, um suporte com dardo, um treinamento mais personalizado, fica mais fácil em um clube que já tem vários lançadores. Subir mais um degrauzinho, acertar detalhes”, explica o aleta.
Ainda repercute
A repercussão do ouro no Troféu Brasil foi enorme. Como contou ao Toque de Bola, Luiz Maurício levou um susto com o lançamento de mais de 76m. E não foi o único.
“Foi uma surpresa para todo mundo. Ninguém estava contando com os 76m. Todo mundo gostou, todo mundo mandando mensagens e procurando na rede social. Foi muito bacana, mesmo”, festeja o lançador.
Exemplo e inspiração
Quando perguntado sobre se a conquista vai incentivar os integrantes do Cria/UFJF a treinarem dardo, Luiz Maurício disse que a equipe tem dois meninos no caminho, inclusive, um é primo dele.
E o Toque quis saber em quem Luiz Maurício se inspira como atleta. “Eu assisto a bastante vídeos dos alemães. Eles são os melhores lançadores do mundo, assisto a muito vídeos de treinamento e de treinamento de força para aprender um pouco mais”, revelou.
Já Perrout destacou a importância dos garotos e garotas terem um campeão tão próximo. “Ele serve de exemplo para os outros que se, a gente treinar e dedicar, é possível, né? Agora está na moda o é possível. Esse ‘é possível’ é muito bacana”, ressaltou.
Texto: Toque de Bola – Roberta Oliveira
Fotos: Géssica Leine/UFJF; e Alice Coêlho/UFJF
Arte: Toque de Bola