Vice-presidente do Tupi nega, mas afirma que venda de mando de campo contra o Vasco “não seria absurdo”

Vice-presidente de futebol do Tupi, José Roberto Maranhas conversou com o Toque de Bola sobre alguns pontos importantes dos bastidores da caminhada carijó nesta Série B 2016. O dirigente foi enfático em alguns deles, como o acesso ao Estádio Municipal Radialista Mário Helênio, os aeroportos próximos a Juiz de Fora, afirmou que não é preciso “malabarismos” para aumentar a média de público, afirma que não acha absurdo vender o mando de campo contra o Vasco, mas que a principio todos os jogos serão em solo juiz-forano, entre outras.

No treinamento desta quinta, a conversa entre o técnico Ricardo Drubscky, o gerente de Futebol Gustavo Mendes e o dirigente e médico José Roberto Maranhas: expectativa pela Série B é grande no Carijó
No treinamento desta quinta, a conversa entre o técnico Ricardo Drubscky, o gerente de Futebol Gustavo Mendes e o dirigente e médico José Roberto Maranhas: expectativa pela Série B é grande no Carijó

 

Veja, abaixo, a entrevista concedida pelo dirigente ao Toque de Bola após o treinamento do último sábado, 7, no Estádio Mário Helênio

Toque de Bola: Qual a maior dificuldade que a diretoria espera enfrentar nesta Série B?

Maranhas: O grande problema é a logística. Excetuando as duas primeiras rodadas, que vão ser jogos em uma sexta e o outro no outro sábado, nas demais rodadas teremos praticamente duas rodadas em uma semana. Ou seja, uma logística muito puxada, com viagens longas. Nosso acesso em aeroportos aqui é muito ruim. Infelizmente, Goianá não serve para nós, temos que pegar voos no Rio de Janeiro e para isso teremos que enfrentar, pelo menos, três horas de ônibus. Tanto o Gustavo Mendes (diretor de futebol) como o Pitti (supervisor de futebol) e a comissão técnica estão trabalhando essa logística para que a gente tenha o menor desgaste possível. Mas não tenha dúvida que o Tupi, dentre os clubes da Série B – a Luverdense também sofre muito com isso, vai sofrer muito, já que não temos um aeroporto local para que possamos sair daqui e voltar para cá direto.

TB: Em relação a média de público, a Luverdense, como foi citada, tinha em torno de mil pessoas em seus jogos. Você acha que o Tupi tem condições de igualar ou até superar essa média?

Maranhas: Historicamente a nossa média de público é essa, tirando jogos de peso como o do Paysandu ou contra um grande como Cruzeiro e Atlético no Mineiro. Eu que acompanho o Tupi desde a década de 80 diria que desde então é esse número aí, naquela época tinha um pouco mais até, e nos últimos anos vem caindo esse número. E agora teremos um agravante nesse campeonato: além de todos os jogos serem transmitidos pela TV, são os horários meio discrepantes. Por exemplo, agora contra o Goiás vai ser 21h30 de uma sexta-feira. Não é fácil para o público se deslocar, os ônibus são escassos, a chegada do torcedor ao estádio é muito ruim, muito precária, mas também eles (empresas de ônibus) alegam que não colocam mais carros porque não tem público. Então quer dizer, é a história do ovo e da galinha: uma coisa não acontece por causa de outra e a outra não acontece por causa da uma. Mas a verdade é que prejudica muito a falta do público presente, não só pelo espetáculo e pelo apoio para o time dentro de campo, mas também pela parte financeira. As rendas poderiam nos ajudar financeiramente, mas não ajudam.

TB: O Tupi irá exercer todos os mandos de campo em Juiz de Fora?

Maranhas: Todos os jogos vão ser aqui, sem exceção. Essa história de que vai vender o jogo do Vasco para não sei aonde, isso tudo é balela, conversa fiada. Eu até brinco que ninguém quer comprar o jogo do Vasco, se fosse do Flamengo até comprariam. Mas na realidade não existe ainda esse tipo de proposta para a gente. Eu acho que poderia até ser pensado sim, se continuar com uma média de público de mil pessoas, não seria nenhum absurdo se o Tupi tivesse uma grande proposta, mas o Tupi não tem essa grande proposta. Não é fácil vender jogos para outras praças, inclusive esse ano teremos jogos nas segundas-feiras (na Série A), então teremos jogos quase todo dia. O atrativo para o público ir ao estádio cada vez é diminuído, não sei se vai valer a pena essa possibilidade de saída daqui. O certo, a princípio, é que serão os 19 jogos em Juiz de Fora e a gente espera que o público da cidade possa apoiar o clube nesse momento tão importante e tão almejado. A cidade sempre quis que o Tupi chegasse na Série B e nós chegamos. Os times que virão jogar aqui são de qualidade, todas de muito bom nível. Tenho certeza que teremos bons jogos e é o grande momento do público voltar a vir ao estádio.

TB: Tirando o Vasco, os outros clubes não tem tanto apelo assim, você não acha?

Maranhas: Tirando os 12 clubes grandes do país, que tem peso na camisa, todos os outros são de segunda linha, mas são boas equipes. Teremos Bahia, Goiás, Criciúma, o próprio Paysandu. São equipes de tradição e farão um bom espetáculo. Quando vamos ao estádio queremos ver um bom jogo, além da vitória do nosso time. Então tenho certeza que o nível técnico desta Série B vai ser elevado.

TB: Vai ter bebida alcoólica liberada durante os jogos?

Maranhas: Dentro do estádio, proibida, e fora do estádio liberado. Exatamente como está sendo feito.

TB: O Tupi projeta algumas ações para tentar elevar o número do público presente?

Maranhas: Ações, ações não têm. A grande ação é a Série B. Você vai em um espetáculo por conta da qualidade dele. Assim que você sobe de divisão, o nível de qualidade sobe também. Na Série D era de um nível, na C, outro, com bons jogos, e agora na B serão jogos bons. Não é preciso fazer malabarismos para trazer o público. Vamos ter bons jogos, temos um estádio em razoáveis condições, não diria a nível de Copa do Mundo, mas temos um bom estádio em Juiz de Fora. Haja vista que os times do Rio estão vindo jogar aqui. Ou seja, é um estádio que dá conforto ao torcedor, o gramado está em boas condições, então tudo está casando para que o público possa vir.

 

Texto: Guilherme Fernandes, com supervisão de Ivan Elias – Toque de Bola

Foto: Toque de Bola

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