Em meio à pandemia, sem público nos estádios, com as equipes podendo jogar fora de suas cidades de origem, polêmica com relação aos direitos de transmissão e partidas adiadas já na primeira série de jogos, o Campeonato Brasileiro 2020 começa neste sábado, dia 8.
A maior competição organizada pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que reúne 20 times de nove estados brasileiros, só termina em fevereiro de 2021 e já começa com três confrontos sem serem realizados.
No calendário apertado pela pandemia do novo coronavírus, por conta do envolvimento de Bahia, Corinthians e Palmeiras nas decisões dos campeonatos Baiano e Paulista, tiveram seus jogos contra Botafogo, Atlético-GO e Vasco, respectivamente, adiados.
Asterisco
Assim, a classificação do Brasileiro 2020 já começará com o famigerado asterisco em seis dos participantes do campeonato. E a chance é que ele apareça mais vezes ao longo desta edição, caso equipes do Brasil avancem nas disputas das competições continentais, como a Copa Sul-Americana e a Libertadores da América, por exemplo.
Para acomodar os jogos e garantir a realização da maioria das partidas nas datas e horários previstos, foi aprovado em assembleia virtual que, caso as cidades sede dos clubes não permitam jogos na data a serem realizados os confrontos, estes podem ser realizados onde for permitido. Desta maneira, a CBF tem a possibilidade de transferir embates, obedecendo ordens das autoridades sanitárias, a qualquer momento.
Exemplo disso é o confronto entre Grêmio e Fluminense. Quando marcada a partida, a Prefeitura de Porto Alegre não permitiu a realização. O jogo foi transferido para fora da capital do Rio Grande do Sul. Mas, com o poder público voltou atrás, e o embate novamente foi marcado para a Arena do Tricolor Gaúcho.
Protocolos
Levando em consideração os mais variados aspectos envolvidos na realização de uma partida, a CBF estabeleceu protocolos a serem seguidos no início do Brasileiro e demais competições nacionais (veja abaixo).
As medidas especiais para garantir a saúde e segurança dos envolvidos na partida vão desde testagem nos clubes até orientações de distanciamento durante os 90 minutos dos confrontos, passando por observação constante e vigilância principalmente quanto à higienização de ambientes e utensílios compartilhados.
Como mandam as autoridades mundiais de saúde, as partidas do Brasileiro não terão público nos estádios. E mesmo levando-se em conta todos os cuidados, os riscos de exposição de atletas ou membros de delegações são elevados.
Assim, caso um jogador ou técnico diagnosticado com covid-19 nos testes antes de cada partida, que serão realizados e bancados pela CBF, estará fora do confronto e será recomendado seu isolamento até testagem negativa.
Confira o documento completo das diretrizes da CBF para as competições: Diretriz Técnica Operacional – Retorno das Competições CBF
Mais trocas
A maior alteração em termos de dinâmica do jogo para esta edição do Brasileiro será a possibilidade de cada equipe fazer cinco alterações durante as partidas. As trocas podem ser feitas em três paradas durante o primeiro e o segundo tempo, além do intervalo.
A medida visa amenizar os efeitos da maratona de jogos que se seguirá a partir deste fim de semana e do pouco tempo de preparação dos times para as competições. As mudanças extras tendem a beneficiar os times que tiverem elencos mais qualificados.
Polêmica da TV
Antes da bola rolar, a polêmica está fora do campo, com os direitos de transmissão. De acordo com a MP 984/2020, em vigor desde 18 de maio e que alterou a Lei Pelé, os clubes têm o direito exibir ou transmitir as partidas das quais é mandante.
Assim, as equipes que em 2019 fecharam acordo com a Turner teriam direito de passar nos canais da parceira em TV fechada mesmo os confrontos com times que têm contrato com a Rede Globo para exibição de seus jogos nos canais fechados.
A Rede Globo questiona na Justiça a legalidade da MP e o direito dos mandantes de transmitirem suas partidas, por entender que seus contratos anteriores não poderem ser afetados pela medida.
Único time que não tem contrato com nenhuma operadora de TV fechada, o Athletico-PR, através de torcedores, conseguiu liminar para exibir, na TV do próprio clube, seus jogos em casa. A polêmica promete render para além das primeiras rodadas do Brasileirão.
Texto: Toque de Bola – Wallace Mattos
Fotos: divulgação CBF; divulgação Flamengo; e Facebook Athletico
Arte: Federação Paulista de Futebol