Neste sábado, 30, será realizada a 65ª edição da Corrida da Fogueira. Cerca de 1.800 atletas se inscreveram para participar de uma das provas de rua mais importantes de Minas Gerais e do Brasil. A corrida terá 7 km de percurso, com largada e chegada na Avenida Doutor José Procópio Teixeira. A distância é semelhante à da primeira prova, realizada em 1942. Tendo como base texto e pesquisa realizados pelo responsável do laboratório de Avaliação Física da Secretaria de Esportes e Lazer (Sel) e também corredor Toninho Buda, estudo com o título “Corrida da Fogueira – A breve história de um mito”, o Toque de Bola relembra o evento que é uma capítulo à parte do esporte juiz-forano.
Bairro Mariano Procópio: berço das corridas de rua em JF
No dia 23 de junho daquele ano, 47 atletas, todos homens, alinharam às 20h para a prova que ocorreu dentro da festa junina do Bairro Mariano Procópio. Pedro Marciano da Silva, do 2º Batalhão de Caçadores Mineiros, chegou em primeiro. Ele completou o percurso com 22min58. Coube a ele, então, acender a fogueira, o que se tornaria tradição nas provas seguintes, gesto recuperado na edição de 2011, quando Eberth Silvério e Andrileia do Carmo, últimos vencedores, acenderam a pira. Desde aquele ano, a prova não foi disputada em apenas seis oportunidades.
Pedro Marciano sagrou-se pentacampeão da Fogueira ao vencer as cinco primeiras corridas. Ele é o maior campeão da prova ao lado de Sebastião dos Santos, que venceu nos anos de 1949, 1950, 1951, 1953 e 1954. João Alves S. Filho, Geraldo Francisco de Assis e Ronaldo da Costa, cada um com quatro títulos, também escreveram os seus nomes entre os maiores vencedores. Destacam-se ainda Orides Alves (três títulos), Aloísio Celestino de Oliveira, Fernando Sylvio Santos, Francisco Bezerra de Morais, José Romão de Andrade da Silva e Paulo Alves dos Santos (os últimos cinco são bicampeões).
A prova feminina começou a ser disputada apenas em 1976. Sorte do público juiz-forano que as duas maiores vencedoras da prova ainda estão em atividade. Viviany Anderson chegou seis vezes em primeiro, enquanto Andrileia do Carmo cruzou em primeiro em três oportunidades, sendo a atual campeã. Sônia Márcia Rodrigues foi campeã duas vezes.
Confira todos os vencedores da prova:
O idealizador
Vicente Ferreira dos Santos foi o criador da prova. Ele queria divulgar a festa junina do bairro Mariano Procópio, caracterizada por uma fogueira. Naquela época, as corridas de rua eram raras. Com isso, a Fogueira acabou se tornando, rapidamente, a principal prova de Minas Gerais. Em termos de números de edições, até 2011, só perdia para sete provas no Brasil: Corrida Internacional de São Silvestre (São Paulo, com 87 edições), Corrida de São João (Votorantin, SP, 82 edições), Volta da Penha (São Paulo, 81 edições), Prova Pedestre 9 de Julho (Guaratinguetá, SP, 77 edições), Corrida do Fogo Simbólico Revezamento (Aracaju, SE, 74 edições), Corrida de São Silvestre (Avaré, SP, 66 edições) e Corrida da Aleluia (São Roque, SP, 64 edições). Clique no link abaixo e confira na íntegra o texto de Toninho Buda.
CORRIDA DA FOGUEIRA – Breve História de um Mito
A realização da pesquisa
Segundo o pesquisador/corredor, o seu estudo foi realizado no Arquivo Histórico da Secretaria de Esporte e Lazer, setor que vem realizando trabalhos desde 2009 a fim de arquivar documentos relativos ao esporte de Juiz de Fora. Desde então, cerca de 120 mil arquivos foram digitalizados por meio de recurso da Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), que disponibiliza recursos para as secretarias municipais de esporte recuperarem a memória do esporte local.
Homenagem adiada
Por meio da sugestão do corredor Fernando Costa de Souza (Super Amigos), a Corrida da Fogueira de 2012 prestaria uma justa homenagem ao ex-atleta Sebastião dos Santos, que venceu a prova cinco vezes. Mas, a vinda dele a Juiz de Fora teve que ser adiada. “Ele mora no Rio de Janeiro e estava tudo certo para a sua vinda. Mas, está doente e, na noite de quinta-feira, 28, recebi ligação da filha dele informando que o médico havia desaconselhado a viagem. Seria uma justíssima homenagem. A filha falou que ele estava ansioso, contando para todos que seria homenageado. Há dois meses atrás o Sebastião estava bem e esteve aqui no salão. Estamos tentando homenageá-lo em dezembro, durante o Mérito Esportivo Panathlon. Vai depender do seu estado de saúde”, revela Fernando, que é barbeiro.
Uma corrida linda, porém como nascida e criada em Santa Terezinha/Mariano Procópio sempre tive alegria, orgulho em acompanhar essa corrida desde minha infância. Contudo ela foi tirada do nosso bairro.Era tradição coisa que nosso povo não respeita. Vão tentar explicar de muitas formas o porquê de tê-la tirado daqui mas não me convencem.
Parabéns para as corridas de formula 1 principalmente em Mônaco que ninguém tem a ousadia ou a burrice de mudarem seu percurso pelo fato de acontecer dentro da cidade.