Tupi reage com dez e empata com o Villa

Juiz de Fora (MG), 29 de janeiro de 2011

Com temperatura superior a 30 graus, Tupi e Villa Nova empataram em 1 a 1, neste sábado, 29, na abertura do Campeonato Mineiro, no Estádio Municipal Radialista Mário Helênio. O Villa Nova foi melhor no primeiro tempo e marcou aos 22, com o argentino Palermo. O Tupi empatou aos 17 da etapa final, com Yan, de cabeça, quando já estava com 10 jogadores – Marcel foi expulso aos 43 da etapa inicial, após entrada dura no lateral-direito Alex Santos.

Na outra partida deste sábado pelo Estadual, América e Uberaba empataram em 1 a 1, gols de Fábio Júnior e Marquinhos,em Varginha. O Tupi volta a jogar no domingo, 6, diante do Atlético, 17h, na Arena do Jacaré, em Sete Lagoas.

O Tupi, depois do mistério mantido até a véspera, optou por Léo Devanir e Fabrício Soares na zaga e Wesley Ladeira no banco. No Villa, fora de campo as atrações eram o treinador Wilson Gottardo e o auxiliar técnico Sérgio Manoel, duas ex-estrelas botafoguenses. Em campo, o Leão trouxe dois “inimigos íntimos”, ex-atletas carijós Gedeon, meia, e Allan, atacante.

O jogo começou em ritmo lento, com as duas equipes se estudando. As primeiras chances da equipe de Juiz de Fora foram pela esquerda, nas subidas de Michel, Michel Cury nas triangulações e Fabiano adiantado, virando um ponta quando o time tinha a posse de bola. Aos 9 minutos, o Tupi reclamou pênalti de Marcus Pinguim em Michel Curi. Aos 13, a melhor chance do Tupi na primeira etapa. Levy Cruzou da direita na cabeça de Rafael Paty, que concluiu para bela defesa do goleiro Vagner.

A partir dos 15 minutos, o time visitante começou a dominar. Aos 21, Pedro Paulo cabeceou sobre o gol, após jogada pela esquerda. Logo depois, saiu o gol do Villa. Allan sofreu falta na direita. Radar cruzou para a área. O goleiro Rodrigo espalmou para o meio da área e a bola sobrou para o argentino Palermo, que girou para abrir o placar.

Após o gol, o Tupi se perdeu na partida e o Villa assumiu o controle das ações. Aos 25, Cassiano subiu mais que Rodrigo e cabeceou na trave. Em seguida, Gedeon recebeu cartão amarelo. O Leão voltou a ameaçar o goleiro Rodrigo aos 32, quando Gedeon bateu e fora da área e o goleiro espalmou, com dificuldade. As únicas investidas do Tupi foram com a lateral Levy, em dois chutes de fora da área. No segundo, aos 41, o goleiro Vagner esperava o cruzamento e teve dificuldades para defender, mas ninguém pegou a sobra.

Com a partida mais “pegada”, depois de cartões amarelos para Gedeon e Allan, do Villa, e Rafael Paty, do Tupi, o meia Marcel foi expulso pelo árbitro aos 43, após entrada dura no lateral-direito Alex Santos.

Yan entra e muda o jogo

O Tupi voltou com uma mudança para a segunda etapa. Yan entrou no lugar de Rafael Paty. Mesmo com um a menos, o Alvinegro passou a dominar as ações. Logo aos três minutos, o próprio Yan perdeu a chance de empatar para o Galo. Após cruzamento da direita, o atacante furou na risca da pequena área. Aos 10, o Villa quase amplia. Palermo tabelou com Paulo, entrou na área e tocou no canto esquerdo do goleiro Rodrigo, que viu a bola sair raspando a trave. No mesmo minuto, o Tupi perdeu uma chance de ouro de empatar. Yan recebeu na intermediária, ganhou na corrida do zagueiro adversário e, frente a frente com o goleiro, tocou no pé do arqueiro, para revolta dos torcedores.

Aos 17 minutos a torcida finalmente pôde soltar o grito preso na garganta. Michel roubou bola na defesa e lançou Michel Cury. O camisa 10 do Galo ganhou do adversário na força e cruzou na cabeça de Yan, que cabeceou com estilo para o fundo da rede do Villa.

O Tupi seguiu melhor na partida. Aos 20, Evandro recebeu no meio de campo, saiu de um adversário e arrancou em direção ao gol, tocando na saída de Vagner, que salvou o Leão. Aos 34, Vagner fez mais uma defesa de reflexo, sozinho diante de Evandro, que invadiu a área pela direita e bateu forte. Dois minutos depois, depois de nova tabelinha, Gedeon bateu da entrada da área à direita de Rodrigo. Nos acréscimos, Rodrigo fez uma defesa cinematográfica e garantiu o primeiro ponto carijó na temporada.

Condé lamenta resultado

Após a partida, o técnico Leonardo Condé analisou a estréia do Tupi no Campeonato Mineiro. “O resultado não agradou. Dentro de casa temos que vencer. Mas diante das circunstâncias, um primeiro tempo muito ruim, o segundo tempo com um jogador a menos é desgastante demais, mesmo assim conseguimos criar uma série de jogadas, mas o goleiro deles estava em uma tarde feliz”, lamentou o treinador.

Para o zagueiro Leonardo Devanir, o Tupi do segundo tempo é que deve ficar para as próximas partidas. “Tivemos uma estreia super difícil, principalmente no primeiro tempo, quando a equipe do Villa Nova soube explorar bem nossa equipe, tocando bastante a bola. O Tupi, a meu ver, no primeiro tempo, não existiu em campo. Perdemos um, ficou mais difícil, mas com superação, conseguimos mostrar futebol. Essa deve ser a tônica da competição, colocar a bola mais no chão, explorar as laterais. Acho que pelo segundo tempo valeu. Daqui para frente tem que ser assim”, comentou.

Gottardo vê ponto importante

O trenador do Villa, Wilson Gottardo, admitiu que ficou surpreso com o bom rendimento da sua equipe na etapa inicial: “Criamos oportunidades e fomos bem, já no segundo tempo os jogadores do Tupi acabaram, pela dificuldade de um homem a menos, criando uma coragem na partida, e com essa coragem melhoraram na parte física e técnica. Não conseguimos anular o Tupi, talvez por querer administrar depois do bom jogo no inicio, o calor, as dimensões de campo, bem diferentes lá de Nova Lima”. Num balanço, o ex-xerife botafoguense não menospreza o ponto conquistado em Juiz de Fora: “Mesmo sabendo que deixamos a vitória escapar, o ponto é importante porque aqui é difícil”.

Punição

O presidente do Tupi, Áureo Fortuna, em entrevista à Rádio Globo, não escondeu sua irritação com a expulsão de Marcel, aos 43 minutos do primeiro tempo. “Foi uma atitude anti-profissional, que prejudicou muito a equipe na partida, interferindo bastante no andamento da partida. Vamos nos reunir e estudar alguma punição, o grupo foi prejudicado por uma atitude isolada, num lance em que não havia a menor necessidade de acontecer o que aconteceu”.

Ficha Técnica

TUPI: Rodrigo; Levy (Felipe Cordeiro), Léo Devanir, Fabrício Soares e Fabiano; Claudinho Baiano, Michel, Marcel e Michel Cury; Evandro (Ramon) e Rafael Paty (Yan). Treinador: Leonardo Condé.

Villa Nova: Vagner: Alex Santos, Carciano, Marcus Pingüim e Radar (Radar); Dudu Araxá; João Paulo (Daniel), Gedeon e Palermo (Raniery); Paulo e Allan. Treinador: Eilson Gottardo.

Arbitragem: Igor Junior Benevenuto (FMF), auxiliado por Marconi Helbert Vieira (CBF/FMF) e Mauro Antônio Ferreira dos Santos (FMF). Árbitro reserva: Juan Carlos Montez Maia (Liga Local). Observador: Álvaro Azevedo Quelhas.

Renda: R$ 11.798,00. Público pagante: 1.733. Público presente: 2155.
Texto: Ivan Elias e Thiago Stephan

Este post tem um comentário

  1. Nel

    Presidente Áureo, o senhor precisa preocupar-se é com os árbitros que são escalados para apitar aqui em Juiz de Fora, eles fazem o que querem, na cara da diretoria do Galo, o senhor precisa IMPOR um maior respeito à cidade e ao Tupi, um Centenário que precisa ser respeitado. O lance da expulsão do atleta não é assim tão relevantetante, o juizinho sem vergonha só não mexe é com o brio de alguns diretores do Galo.

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