Tupi promete novidades dentro e fora de campo

Após o anúncio de algumas contratações de novos jogadores, como do sul-coreano Lee e a volta de outros atletas, caso do meio campo Sidinei, o Tupi apresenta, nesta terça-feira, 10, grande parte do elenco, data em que a pré-temporada deve ser iniciada. Além disso, como ressaltado pelo diretor de futebol profissional do Carijó, Alberto Simão, em entrevista ao Toque de Bola, o evento servirá ainda para a divulgação aos juiz-foranos de novidades no marketing do clube.

“Sabemos da ansiedade de todos. Estamos concluindo nosso planejamento para que, nesta terça-feira, a gente faça não só a apresentação de uma parte grande do plantel, como apresentar para o nosso torcedor e para a imprensa os novos projetos de marketing, que vão tentar colocar o Tupi em um outro patamar”, contou Alberto.

O dirigente ainda confirmou a pretensão de iniciar os treinamentos ainda no dia do evento, aproveitando o grande número de atletas apresentados. “Nessa terça a gente já apresenta pelo menos 80% do plantel, para já iniciar os treinamentos na própria terça mesmo. Já temos uma programação de amistosos, de datas de treinos e folga. A gente já começa firme aí pra fazer um ano muito bom”, projetou.

Prioridade é manter filosofia 

Mesmo realizando semanalmente reuniões com o novo treinador Carijó, Wilson Gottardo, e atendendo algumas de suas sugestões para a contratação de atletas, o diretor de futebol profissional carijó admitiu priorizar a manutenção dos métodos de gestão do clube realizados em 2013. “Independente do Gottardo, o Tupi tem sua filosofia de trabalho. É óbvio que a gente costura essas contratações com a comissão técnica. O Gottardo nos passou alguns nomes e nós atendemos ele na maioria de suas solicitações”, afirmou Alberto.

Treinamentos longe do Municipal

Com o Estádio Radialista Mário Helênio sofrendo algumas reformas de olho nas visitas de delegações que estarão na Copa do Mundo de 2014, o elenco carijó, formado por muitos atletas que não conhecem as condições do gramado, não poderá iniciar a preparação para o Campeonato Mineiro no campo do Municipal, situação preocupante para Alberto Simão, que, em contrapartida, destacou que a prioridade do clube é o bom rendimento na terceira divisão do Campeonato Brasileiro.

“Como nós estamos renovando mais de 50% desse plantel, é uma baixa grande a não adaptação do Estádio Municipal, porque ele tem uma particularidade. É o maior estádio hoje do interior de Minas Gerais, tem uma grama característica. A gente perde neste início, mas o nosso planejamento e objetivo sem duvida é a Série C. Claro que a gente entra com a obrigação no Mineiro de fazer uma grande campanha, mas o objetivo traçado nesse ano é o de fazer uma boa Série C”.

Observação: neste domingo, 8, durante as finais da Copa Prefeitura Bahamas de Futebol Amador, o dirigente conversou com Danilo Batista, ex-jogador e dirigente carijó, e atual responsável pela administração do estádio do Benfica, sobre a possibilidade de o local sediar treinamentos do Tupi enquanto o Estádio Mário Helênio não estiver pronto. “Acredito que pode haver um entendimento, temos alguns horários já determinados para treinos aqui durante a semana, mas se houver um acordo entre o Tupi e a Prefeitura, entendo que o campo pode ser utilizado para treinos do Tupi”.

Campeonato Mineiro

Com Tombense e agora também o Nacional de Muriaé, dois clubes mais próximos de Juiz de Fora para a disputa do estadual, Alberto acredita que a logística do Tupi vai melhorar, mas que existe outro ponto em que o clube juiz-forano sai em desvantagem. “Pro Tupi é bom que fica mais perto, a logística melhora, mas a gente sabe que o grande problema desse Campeonato Mineiro é a que a maioria dos clubes em 2013 pararam seu futebol profissional durante seis meses e ficaram juntando dinheiro e se preparando única e exclusivamente para o campeonato regional, enquanto o Tupi tinha essa disputa árdua na Série D pra buscar esse acesso”.

Mesmo com essa diferença no planejamento entre algumas equipes do interior de Minas Gerais e o Tupi, o diretor se mantém confiante no trabalho que vem sendo realizado e acredita em um bom desempenho da equipe juiz-forana. “Nós entramos confiantes, obrigação do Tupi é sempre fazer um bom papel. A gente sabe da nossa responsabilidade, da cobrança que é feita. Nós não negamos e não nos preocupamos com isso, até porque dessa vez vamos montar alguns pacotes, planos para ter o torcedor mais perto da gente e, enfim, o juiz-forano poder ajudar da maneira que cabe no bolso”, adiantou Alberto.

Análise do mercado

Foco do primeiro semestre de trabalhos do Tupi, o Campeonato Mineiro não gera grandes receitas ao clube juiz-forano, principalmente quando comparado a outros estaduais, como do Rio de Janeiro e São Paulo. Alberto ressaltou essa divergência de valores recebidos pelos clubes do interior mineiro ao analisar o mercado, lembrando do Bom Senso F.C., movimento de atletas da elite do futebol brasileiro que possui o objetivo de conseguir mudanças em prol de um esporte mais democrático para torcedores, atletas e imprensa.

“A gente tem acompanhado o trabalho do Bom Senso F.C. Existe uma cobrança da sociedade em cima deles também. Você pedir uma modalidade no futebol com atletas ganhando R$900 mil é muito fácil. Então tem que se começar a pensar também em uma Série C, Série D. Hoje nós temos mais da metade dos clubes brasileiros sem calendário no segundo semestre e estamos falando de menos 30 mil empregos por ano, no mínimo, de jogadores de futebol. O que eu vejo é que infelizmente o Campeonato Mineiro é deficitário. O Carioca e Paulista têm uma receita muito grande de televisão, então nesse primeiro semestre é complicado você competir com o mercado de São Paulo, Rio, e a gente tem que ser criativo”.

Alberto assegurou que, com um planejamento, é possível, mesmo assim, a realização de associações com outros clubes. “É óbvio que com a minha penetração no mercado vou conseguir muitos atletas diferentes de grandes clubes, fazer algumas parcerias. Isso vai propiciar que o Tupi consiga montar uma equipe competitiva. Agora, dinheiro de televisão é muito baixo aqui no estado, ele não propicia você fazer um investimento grande no futebol. A Serie A2 de São Paulo está pagando três vezes mais que o futebol mineiro. Então a gente tem que ser criativo, trabalhar muito nesse momento e tentar montar no mínimo um time competitivo com peças jovens, com promessas. Infelizmente não podemos fugir disso, mas uma mescla com alguns experientes e jogadores novos no mercado para a gente tentar, enfim, alguma venda e mudar esse patamar do Tupi”, finalizou.

Entrevista exclusiva ao Toque de Bola

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