O Toque de Bola marcou presença novamente no Estádio Municipal Radialista Mário Helênio na noite desta terça-feira, 13, para a cobertura não só da partida entre Tupi e Londrina, pela 25ª rodada da Série B (empate em 1 a 1) mas dos bastidores.
Com publicações nas nossas redes sociais – fanpage Toque de Bola – Juiz de Fora, twitter toquedebolajf e Instagram toquedebolajf e o apoio de Plasc e Hiperroll Embalagens, publicamos entrevistas e fotos de torcedores carijós e do time visitante, apresentamos em vídeo (na fanpage) a confirmação da participação do clube na Primeira Liga e depois do jogo ouvimos técnico e jogadores do Tupi, tentando explicar de alguma forma o “sumiço” do time na etapa complementar, deixando escapar nova oportunidade de pelo menos amenizar a situação delicada do time na classificação – a cada dia mais ameaçado de rebaixamento.
Confira, abaixo, um balanço da cobertura feita pelo Toque de Bola, com a participação do jornalista do Toque de Bola, Lucas Bernardino, e do comentarista convidado, Marcelo Rizzato.
Bastidores
Confira os registros feitos pelo Toque de Bola
Antes do jogo
Primeiro tempo
No intervalo
INTERVALO TUPI 1 x 0 LONDRINA
Comentarista convidado do Toque de Bola, Marcelo Rizzato.
“O TUPI começou muito bem a partida e fez um bom primeiro tempo conseguindo um gol logo no primeiro ataque, que o deixou em condições de jogar em contra ataques nem sempre bem estruturados e com saídas em chutões o que dificulta a conclusão dos passes.
Marcando a partir da sua intermediária e de forma individual, dificultou as saídas do Londrina. Quando o meio de campo do GALO participou com mais qualidade, melhorou o passe, criou melhores condições ofensivas e que poderia ter saído com um placar ampliado.
Esperamos que essa vitoria permaneça no segundo tempo, pois esse jogo se apresenta como um divisor para as pretensões de sair da famosa zona
Segundo tempo
Entrevistas pós-jogo Tupi 1 x 1 Londrina
Lateral Luiz Paulo (Tupi)
Luiz Paulo: O time deles começou a jogar. Nosso time recuou. Nem a gente ali dentro entendeu. Nosso time é bom tecnicamente, era para a gente sair jogando. Mas infelizmente tomamos um gol faltando cinco minutos. O time parecia já sem força para tentar o resultado. Agora é treinar para pegar o Oeste lá e a gente vai buscar os três pontos.
Mais um gol no final
Luiz Paulo: É difícil. O torcedor tem que entender que também é difícil para nós. Estamos lutando muito, treinando muito para sair dessa situação. Mas a gente está levando azar. Faltando cinco, dez minutos a gente toma o gol. Assim como lá em Joinville também, a gente fica sem força para buscar o resultado. É difícil, mas a gente vai buscar.
Time reagiu mal às mexidas?
Luiz Paulo: Não. Acho que quem entra está preparado para jogar também. Nós não somos só um time com 11. Nós somos um elenco com 30, 33. Quem entra está preparado. A gente infelizmente recuou e tomou um gol.
Pedrinho (Tupi)
Gol no fim do jogo
Pedrinho: Lamentável isso. Porque não foi uma nem duas. A gente vem sofrendo esse gol. É difícil até falar, a gente sai cabisbaixo porque a gente queria dar a vitória para o público que veio aqui hoje. Mas não dá tempo nenhum para a gente lamentar. Tem que levantar a cabeça para pegar o Oeste e fazer três pontos para sair o quanto antes dessa situação, que é uma situação muito incômoda e o torcedor carijó não merece.
O time reagiu mal às alterações?
Pedrinho: Acredito que não, porque eu vi depois que entrou o Recife, entrei eu, a gente conseguiu pelo menos ficar um pouquinho mais. Teve algumas chegadas em linha de fundo, alguns contra-ataques. Mas bola parada é concentração. Não pode faltar essa concentração ali e a gente pecou nisso.
Entrevista com o goleiro Rafael (Tupi)
Rafael: A gente tem que fazer as contas. Faltam 13 rodadas, então tem muita coisa para acontecer. Não sei a rodada de hoje, mas, se não me engano, há duas rodadas atrás a gente estava a seis pontos, cinco pontos. A gente tem que fazer as contas direitinho. Tem 13 rodadas, 39 pontos para serem somados. Então acho que o campeonato não está acabando ainda não. Tem 13 rodadas para se organizar e sair dessa situação.
Coletiva Estevam Soares (Tupi)
Análise do jogo
Estevam: Nós tivemos um começo de jogo muito forte, muito bem feito. Já do meio do primeiro tempo para o final nós caímos de produção. O segundo tempo desastroso: primeiro em termos técnicos. Em termos de atenção nós voltamos completamente distraídos. Seis minutos nós já poderíamos ter tomado o empate errando bolas bobas, perdendo bolas bobas. No segundo tempo nós não conseguimos jogar: não conseguimos nem jogar, que era o principal para contra-atacarmos e nem marcar. Ou seja: por mais que nós mexemos, por mais que a gente tentou consertar o sistema de marcação, nós não conseguimos. Então, acho que não fomos merecedores da vitória.
Leitura do jogo para fazer as substituições
Estevam: A primeira, do Recife, se você analisar, nós entramos com o time completamente ofensivo. O nosso time tinha apenas três jogadores de qualidade defensiva, cem por cento defensiva, que são os dois zagueiros e o Renan. Nosso lateral direito é atacante, o Kiss. Nosso lateral esquerdo é um jogador altamente positivo para a frente, mas não é o forte dele a marcação, apesar de que marcou bem hoje o ponta direita deles, o Jô, atacante pela beirada. Quando nós sentimos que estávamos perdendo o meio, a primeira solução foi colocarmos o Recife, que entrou bem no jogo contra o Paysandu, tem entrado bem e está num belo momento, para fechar essa cabeça da área e nós darmos mais liberdade para os jogadores de frente. O Hiroshi há algum tempo que não jogava os 90 minutos, sentimos que ele já estava um pouco desgastado, se nós formos ver, com vinte e poucos minutos do segundo tempo. A segunda foi o Marquinhos, que estava com cartão amarelo. Tinha acabado de tomar o cartão amarelo e muito desgastado também. Nós colocamos o Pedro. Até uma substituição ofensiva, porque o Marquinhos é um segundo volante e o Pedro é um meia. E a terceira o Otávio sentiu, nós não tínhamos mais o que fazer a não ser colocar o Kiss para a frente e o Henrique para aquele setor. Então as substituições foram todas pensadas, todas feitas no intuito de marcar mais e de dar o padrão técnico para a equipe. Infelizmente a equipe não respondeu no segundo tempo.
Gol no final
Estevam: Preocupante. Preocupante também mais ainda até do que o gol, porque o gol foi o ápice, bola parada nós tomamos. O pior foi a apatia do time no segundo tempo. No primeiro tempo esse time começou voando, começou em cima da equipe do Londrina, fizemos um a zero, poderíamos ter feito dois, três. E o segundo tempo voltou completamente apático, foi motivo até de comentário nosso no banco. O que está acontecendo? E eu gritando, vocês tinham condição de ver: ‘o time está dormindo’! Fazia sinal de dormindo, vamos acordar, mas não teve condição. E o pior ainda foi no final do jogo. Quando nós tomamos o empate poderíamos – o cara foi na cara do Rafael, se o Rafael não faz aquele milagre, nós estaríamos amargando uma derrota agora aqui. Então, alguns pontos que nos preocupam muito. Mas fazer o quê? Agora é a gente esfriar a cabeça, pensar o que vai fazer para sábado.
Reação no campeonato que não começa e sempre fica a expectativa de que vai acontecer é causa de time desesperado em campo?
Estevam: Concordo. O discurso não pode ser diferente. O discurso tem que ser esse. Enquanto dois mais dois forem quatro nós temos condição. Quando precisamos de cinco e for dois mais dois, você não tem mais condição. Eu acho que no discurso é muito legal e muito proveitoso. Nós temos que estar sempre otimistas porque se você jogar a toalha faltando 13 rodadas ainda, aí é o final. Agora, nos preocupa muito isso. Principalmente nos dois últimos jogos em casa. A apatia contra o Bragantino e hoje o segundo tempo nosso. Final do primeiro tempo e o segundo tempo. Nós voltamos, volto a frisar, os dez primeiros minutos nossos no segundo tempo deu desespero no banco. E você grita, fala, gesticula e essa equipe não respondeu. Aí só nos restou tentar fazer alguma coisa para tentar organizar melhor essa equipe. Mas também não conseguimos, ou seja, a equipe ‘capengava’ no campo. No final, se arrastava no campo. Isso é muito preocupante.
Como espantar essa apatia contra o Oeste
Estevam: Tudo é um dia atrás do outro. Nós não temos que preocupar. Isso aqui, volto a frisar, é doído esses dois jogos em casa. Até que nós vínhamos numa sequência muito boa de vitórias, com quatro vitórias dentro de casa. Isso é importante. E esses dois jogos nos preocuparam muito. O que temos que fazer é amanhã trabalhar, na quinta-feira trabalhar, sexta-feira trabalhar, viajar, preparar melhor a equipe que a gente possa ter. Nós perdemos o Marquinhos Serrato com o terceiro cartão, ver quem é o substituto, para lá em São Paulo conseguir o feito que nós não conseguimos hoje. Você não tem que desanimar e não tem que pensar o contrário. Nós temos sim que buscar, dentro da comissão técnica, todas as áreas, técnica, física, nós reunirmos com os atletas e ver o porquê dessa apatia. O que deu errado? O que se fez errado? Para que o segundo tempo fosse essa morosidade que nós vimos.
O porquê dessa apatia nesses dois jogos em casa
Estevam: Se nós soubéssemos o que aconteceu contra o Bragantino, tivéssemos detectado, seria mais fácil. Mas todos os segmentos foram feitos e muito bem feitos para que fizéssemos uma boa partida hoje. Desde a viagem, desde o treinamento, desde o organizacional da concentração. A palestra, a reunião do meio-dia no hotel, das onze e meia. A palestra final, fizemos até uma coisa diferente: eu busquei dentro de alguma coisa para que se buscasse o motivacional. Mas volto a frisar: preocupante a apatia do time no segundo tempo. E não vou falar, e não estou falando aqui que os jogadores estavam com má vontade, pelo contrário: lutaram para caramba, chegaram extenuados aqui no vestiário. Foi até motivo de eu dar parabéns para eles. Vocês lutaram. Tecnicamente nós fomos sucumbidos por uma equipe que jogou muita bola no segundo tempo. Os jogadores entraram, deles, colocaram a bola no chão e brincaram de bobo com a gente no segundo tempo. Então é uma questão de raciocínio, de nós analisarmos e buscarmos um porquê disso.
Distância grande para sair da zona de rebaixamento. Pode ser o que preocupa os jogadores?
Estevam: Não creio que seja isso. É claro que todos os envolvidos dentro desse contexto – quando eu falo, falo diretoria, falo comissão técnica, jogadores – todo mundo sabe da importância. Você atribuir uma má performance de um segundo tempo ao desespero, não. O grande atleta e o grande time é aquele grande atleta e grande time que tem além da parte técnica, física e tática, um perfil psicológico legal. Um emocional para isso. E não quero crer, porque o primeiro tempo nosso, ou a primeira parte do primeiro tempo foi muito boa. O problema foi essa apatia do segundo tempo. Esse hiato que se cria do bloco do Z4 para esse pessoal que está subindo é muito preocupante. Por isso a expectativa nossa de uma vitória hoje era muito grande.
CRÔNICA DO TOQUE DE BOLA
“Se não houver atitudes que impliquem numa arrancada improvável, o Tupi deixará a Série B pela porta dos fundos, quase que pedindo desculpas por ter entrado”.
OPINIÃO
O Tupi continua se esforçando bastante para voltar à Série C do Campeonato Brasileiro. Na noite desta terça-feira, 13, o time ficou apenas no empate diante do Londrina ( 1 a 1), pela 25ª rodada da Série B, no Estádio Municipal Radialista Mário Helênio.
O time abriu o placar com um belo gol de cabeça de Octávio, logo aos 5 minutos, teve outra chance com Hiroshi, também de cabeça, aos 9, e conseguiu até jogar com personalidade na etapa inicial, sem se expor ao adversário.
No segundo tempo, o Tupi desapareceu em campo. Numa atuação pavorosa, reconhecida pelo treinador Estevam Soares, o time além de não criar mais nada ofensivamente oferecia todos os espaços ao Londrina, que até demorou a empatar. Aos 39, o contestado atacante Giancarlo foi tentar ajudar a defesa e quase marcou gol contra. Na cobrança do escanteio, Alisson Safira, dentro da pequena área, cabeceou para empatar.
O torcedor, que não entendeu a demora do técnico em mexer na equipe, via o time, mesmo depois de três substituições, não apresentar o menor poder de reação. Nem a tradicional pressão para buscar o gol da vitória após sofrer a igualdade o time foi capaz de apresentar ao torcedor.
Final de jogo: resultado de 1 a 1 e o Tupi cada vez mais próximo da Série C, numa campanha marcada por erros consecutivos de dirigentes, Comissão Técnica e alguns atletas que não demonstram o profissionalismo necessário para honrar a centenária camisa carijó. Que talvez não tenham “culpa” por estarem aqui.
Ao final, o torcedor é obrigado a se conformar em ouvir os jogadores dizendo que “agora é levantar a cabeça”.
Pena que o clube jamais tenha justificado, este ano, o esforço feito para um dia estar disputando a segunda divisão do futebol brasileiro com um mínimo de dignidade e respeito ao seu torcedor.
Se não houver atitudes que impliquem numa arrancada improvável, o Tupi deixará a Série B pela porta dos fundos, quase que pedindo desculpas por ter entrado.
Texto da crônica: Ivan Elias – Toque de Bola
Textos dos bastidores: Lucas Bernardino e Ivan Elias
Fotos dos bastidores: Toque de Bola
Comentarista convidado: Marcelo Rizzato
Apoio: Plasc e Hipeerroll Embalagens
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