Não é à toa que a cada corrida de rua observa-se um aumento no número de competidores mais idosos praticando o esporte, e em muita das ocasiões com desempenho de igual para igual com atletas mais novos. Na Dois de Ouro, disputada domingo, 28, não foi diferente. De acordo com o Professor Gláucio Mont-Mor, no âmbito comportamental, a corrida para a terceira idade previne a depressão, pois retira essas pessoas de casa, integrando-as a um meio muito receptivo ao estilo de vida saudável, reduzindo também a ansiedade e consequentemente trazendo uma onda motivacional para estes atletas da terceira idade.
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Fisiologicamente, o professor relata que são inúmeros os benefícios da corrida para a terceira idade. O impacto da corrida previne a osteoporose, pois ocorre a mineralização dos ossos e com isso o aumento da absorção do cálcio. Ao se expor a luz solar durante a corrida, ocorre o aumento da vitamina D no organismo, com reflexos positivos para a pele e respiração. Para o setor cardiológico, a corrida causa o fortalecimento dos músculos do coração, sendo assim ele baterá menos, economizando energia. Com batimento cardíaco menor, a pessoa vive melhor com um coração mais forte.
Veja, abaixo, mais uma série de fotos e entrevistas feitas pelo Toque de Bola com participantes da prova disputada domingo, 28 (houve premiação aos três melhores colocados entre os participantes militares no masculino e no feminino)
Para o senhor Evilázio Valério, de 69 anos, a organização das corridas ajuda muito com que pessoas como ele possam participar sempre. Ele conta que corre há 30 anos sem se cansar, e que fica doente se não puder correr, que nem o alimento do dia-a-dia faz tanta falta: “A corrida é o alimento da minha alma”.
Corredor da terceira idade de currículo invejável, José Gomes dos Santos já participou este ano de três meias-maratonas, além de todas as corridas do 28º Ranking de Rústicas de Juiz de Fora. Aos 64 anos, não se intimida em falar que ele serve de lição para os jovens e que não existe idade para correr.
Superação por uma maior Integração com as pessoas
Felipe de Souza Lima, 23 anos, pratica esportes desde os nove anos de idade e concluiu os 7 km da 2 de Ouro na sua cadeira de rodas em aproximados 50min. Ele nasceu com uma deficiência na medula óssea que tira toda a sensibilidade das pernas. Para Felipe, o esporte não serve para competir e sim para integra-lo às pessoas com deficiências diferentes da dele e até mesmo pessoas sem deficiência nenhuma, proporcionando uma troca de experiências e um conhecimento de culturas diferentes.
Entre as dificuldades a serem superadas a cada corrida, a maior delas é a falta de apoio para aquisição de uma cadeira de rodas apropriada: “Desde quando eu comecei a correr, eu vou na cadeira do dia-a-dia, que eu uso em casa e que não é oficial, a própria para o esporte”. Ele ressalta também que o asfalto influência: “O asfalto atrapalha um pouco, tem lugar que ele é reto, tem lugar que é meio tombado, os buracos, isso dificulta também”.
Para Felipe, que corre todo o ranking, a cada etapa é uma sensação diferente, e que depende de estrutura, do apoio recebido, do percurso, uns mais planos e outros menos planos: “Eu gosto de corridas que misturam o morro com o plano, pois é um desafio, para mim o melhor é me desafiar, testar meus limites e fazer de cada corrida uma superação”.
Texto e fotos: Toque de Bola por Thiago Amaral
PARABÉNS pelo texto com meu amigo FELIPINHO. É um grande participante das corridas em Juiz de Fora. Um exemplo para outros deficientes-cadeirantes.