Tem nova crônica no Toque: “E esse jogo que não começa?”

Torcedores na arquibancada, antes da goleada histórica do Tupi sobre o Democrata

“Minha vida presa a 22 pernas masculinas.

São 17h de sexta-feira, exatamente 24 horas antes de o jogo começar.

Tupi versus Tombense.

Escrevo empatando com o título do Arthur Dapieve, em O Globo, na véspera da decisão do Campeonato Carioca de 2010, aquele histórico jogo da cavadinha do Loco Abreu em cima do Bruno, de tão horrorosa memória.

Acho que o Toque de Bola vai me satisfazer… Tento pela primeira vez.

Bem, aí ligo a tevê, e insisto novamente…

Coloco no Telecine, vou ao Bate-Bola da ESPN… E o Afonso, tudo em cima?

Fujo para o Rádio Fox Sport… Tento, tento mesmo, juro.

Mas não me sai da cabeça o que podem fazer as duas pernas do Léo Salino…

Como elas entrarão em campo?

E o sábado do grupo todo, teve algum problema…?

Muita emoção? E o Renato Kayzer?  

Quem ficará com vontade de comer o capim do estádio, se preciso for?

O Patrick Brey?

E o exame antidoping?

E essa praga dessa conjuntivite que está se espalhando, vai afetar alguém?! Os olhos do Tchô não, pelamordedeus!

Passo a vista nos folhetos dos supermercados daqui de Juiz de Fora, mas quero ver é o Vilar pegando tudo. Socando, gritando, arrumando a casa, preparando um tiro de meta.

Coloco água para um café, querendo fugir dos que entrarão em campo. Mas nada.

E fico assim, para lá e para cá, rodando, rodando, tentando e tentando…

E nada mais me sai.”

 

Texto de Guilherme Salgado Rocha, jornalista.

 

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