Um ano com escolha como melhor técnico de uma maiores estaduais do país e a estreia na Segundona do Brasileiro.
Esta foi a temporada do juiz-forano Felipe Surian em 2021. Assim, a avaliação do ano não poderia deixar de ser positiva. Como disse ao programa Prancheta do Professor, da Rádio Web Nas Ondas dos Toque, a palavra consolidação resume o sentimento do técnico de Juiz de Fora que, agora, quer pelo menos manter o patamar de trabalhos em 2022.
Oportunidade
“Foi um ano bem produtivo, qualificativo para minha carreira. Chegamos às semifinais do Estadual do Rio de janeiro, sendo eleito o melhor treinador do Campeonato Carioca. Fiz a primeira Série B, oportunidade que aguardava há muito tempo”, comemora Surian.
A gratidão, para Felipe, tem nome e sobrenome. “O Sampaio Correa me deu essa oportunidade. Tivemos um primeiro turno de muito sucesso, com nove rodadas dentro do G4 da Série B. Mas, o futebol passa muito por investimento. Por lá, existe a filosofia de andar dentro do orçamento, fazer times baratos, uma competição boa, brigar na parte do meio da tabela, sem sofrer risco de rebaixamento. Neste sentido, dentro das limitações na competição, conseguimos cumprir. Foi bacana.”
Futuro
Se manter entre os principais treinadores do país é a principal meta de Surian para 2022. Ele não descarta projetos estruturados em estaduais, mas a meta mesmo é estar pelo menos na disputa de mais uma Segunda Divisão do Nacional.
“Minha expectativa agora é manter esse padrão. É difícil chegar a esse patamar. Estive entre os 25 melhores técnicos do Brasil, contando a Série A e a B, durante bastante tempo. Isso chamou atenção, tive propostas e recusei por decisão minha e em respeito à direção do Sampaio, que me deu oportunidade. Agora é esperar uma situação semelhante ou melhor. Quando damos um passo à frente desta maneira, não quer voltar atrás”, anuncia Felipe.
Boa e má fase
No Sampaio Corrêa, Felipe fez um primeiro turno de Série B surpreendente. “Cheguei numa sexta para estrear num domingo. Nos primeiros jogos, conseguimos atingir um padrão, uma consistência. Ficamos oito jogos sem levar gols. Uma defesa muito forte, o Pimentinha que dava o escape na transição ofensiva. Fizemos os pontos que queríamos no primeiro turno. As equipes não se conheciam também. Isso contribuiu para a boa primeira metade de competição”, avalia.
Já no segundo turno, o treinador detectou problemas. “Quando as coisas começaram a patinar, foi porque os demais times nos conheciam, dobravam a marcação no Pimentinha, começamos a perder atletas por lesão, não tínhamos atletas para reposição. Nessas trocas, o time começou a oscilar. Fazíamos bons jogos no primeiro tempo, mas acabamos patinando, mesmo em casa.”
Analisando o que deixou a desejar, Surian é pontual e não se esquiva da responsabilidade. “Faltou um pouco mais de investimento, que poderia fazer o diferencial, mas por fatores como austeridade financeira e ausência do aporte financeiro do público no estádio, por exemplo, não foi possível. Faltou também algo mais de nós. Porque quando ganha, ganha todo mundo, e quando perde, perdemos todos também. Mas em nenhum momento ficamos ameaçados. Fizemos um campeonato seguro e optamos pela saída, com a diretoria, em um momento que avaliamos oportuno”, explica.
Texto: Toque de Bola – Wallace Mattos
Fotos: divulgação/AA Portuguesa; divulgação/Sampaio Corrêa