Após ter até aqui ano intenso, com disputa de eleições que terminaram em confusão e na Justiça, além da alegria do acesso ao Módulo II do Campeonato Mineiro, é tempo de reavaliação no Tupynambás.
A nova diretoria, encabeçada pelo presidente Jorge Dias, busca maneiras de viabilizar uma participação digna do Baeta em sua volta ao principal cenário do futebol de Minas Gerais.
Como conta o integrante do Conselho Deliberativo e filho do atual presidente do Baeta, Cláudio Dias, em entrevista exclusiva ao programa Pautando o Esporte, com produção do Toque de Bola e veiculação na JF TV Câmara, o contrato de gestão do futebol no clube foi terminado.
“A gestora do futebol no clube era a Associação Desportiva Juiz de Fora (ADJF). Esse contrato, assim como todos os outros anteriores a janeiro, foi rescindido a pedido do presidente assim que ele assumiu”, explica.
Pautando
O futebol foi apenas um dos temas abordados no programa, que ainda não foi publicado. O “Pautando o Esporte” é produzido pelo Toque de Bola e está sendo veiculado na JF TV Câmara, canal 35 da TV aberta de Juiz de Fora. Os programas já exibidos estão no Youtube do Toque de Bola. Acesse aqui para conferir os programas já exibidos.
E o gerente?
Dias também esclareceu o papel de Alberto Simão, homem forte do futebol do Baeta na retomada dos últimos anos, e disse que o empresário está em conversas para sua permanência. “O contrato não era diretamente com o Alberto. A gestora do futebol do Tupynambás, a ADJF, foi quem o chamou para participar. Todo o custo do futebol era por conta do Alberto, mas a gestão cabia à ADJF”, lembra.
Com o contrato com a ADJF rescindido, o clube busca alternativas. “Estamos em negociação, inclusive com o Alberto. Tentando uma nova parceria, um novo formato de gestão. Não só para o futebol. Porque o clube está em situação precária. Temos um farol no fim do túnel, mas atualmente não é boa a situação”, explica Dias, citando a possibilidade de aporte de recursos no Baeta vindos das negociações do lateral-direito Danilo Luiz nos últimos anos. O montante é objeto de disputa judicial que remontam à mesma das eleições do início do ano.
Início e futuro
Como lembra Dias, a relação da ADJF, entidade da qual foi presidente, com o retorno do futebol do Baeta se deu através de acordo firmado em 2015. “Quando fizemos uma parceria com o clube para o handebol e o basquete, sabíamos que o Tupynambás queria voltar com o futebol e, como eu tinha acesso ao Alberto e ao Surian (Felipe, ex-técnico de Tupi e Volta Redonda), fizemos um acordo e propusemos à diretoria. Então a ADJF entrou para o futebol também”, lembra.
Em recente entrevista à Tribuna de Minas, Simão demonstrou já ter planos para o time e atletas garantidos para atuar pelo Baeta em 2019. Mas, em resposta ao Toque de Bola sobre a situação da gestão do futebol do Tupynambás no próximo ano, o dirigente reconheceu que sua permanência ainda não está definida. “Temos a previsão de sentar no dia 4 de outubro e ajustar isso”, disse.
Meta é permanecer
Segundo Dias, a meta principal para o ano no futebol é permanecer no Módulo I. “A intenção é montar uma equipe com o primeiro objetivo de não cair. E também é fazer um time que honre a camisa e a tradição do Tupynambás”, deseja o dirigente.
Para viabilizar o time, o dirigente esportivo que além dos anos à frente da ADJF é atualmente presidente da Federação Mineira de Handebol, sabe que precisa de investimento e enxerga um futuro promissor no futebol do Leão do Poço Rico.
“As empresas querem apoiar, mas exigem transparência. Então, estamos tentando deixar tudo transparente para atrair patrocinadores e parceiros fortes”, pretende Dias. “Em um passo à frente, queremos reviver as categorias de base. Pois se há profissional, tem que haver base também”, observa.
Estrutura
A busca do Baeta para a próxima temporada será também de reestruturação, pincipalmente do Estádio José Paiz Soares. “Tiramos oito caminhões de lixo que estavam debaixo das arquibancadas. Vamos procurar primeiro trabalhar a parte estrutural do clube para dar condições aos atletas que venham a participar”, planeja.
Mas, por enquanto, o Baeta não poderá mandar jogos em seu alçapão. “Não será possível porque o estádio precisa de adequação até mesmo de tamanho do campo. No comprimento ele atende, mas nas laterais ele precisa de cerca de 2m para chegar à medida oficial. Teríamos que mexer na arquibancada. Não há verba para isso. Tem também a questão do Alvará de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB), que o clube não tem. Assim, não pode realizar eventos dentro de suas dependências”, explica Dias.
Havendo aporte financeiro para isso, de acordo com Cláudio, a intenção da diretoria é levar jogos para o Poço Rico. “Conseguindo algum recurso emergencial, vamos finalizar o AVCB e adequar o campo para jogos. É claro, confrontos com Cruzeiro, Atlético-MG, América-MG e o próprio Tupi, que acreditamos dar bons públicos, serão feitos no Estádio Municipal. Mas jogos menores, vamos lutar para, no futuro, ser no nosso estádio”, pretende o dirigente.
União
Quanto à questão da rivalidade com o Tupi, agora na primeira divisão estadual, Dias acredita que esta deve ficar somente dentro das quatro linhas. “O esporte de Juiz de Fora precisa se unir. A questão do futebol é a mesma coisa. Tupi e Tupynambás são adversários somente dentro de campo. Fora têm que trabalhar junto. Até mesmo para dar uma estrutura melhor ao torcedor. Buscá-lo de volta. Com os dois times permanecendo na elite do Mineiro e fazendo um trabalho diferenciado, isso traz o público e o incentivo ao futebol da cidade”, acredita.
Texto: Toque de Bola – Wallace Mattos, a partir da entrevista concedida ao “Pautando o Esporte”
Foto e Arte: Toque de Bola