Simão explica ausência do Tupi no Mineiro Júnior e almeja Taça BH

A Federação Mineira de Futebol (FMF) divulgou nesta quinta-feira, 27, a lista dos clubes convocados para uma reunião do conselho técnico em Belo Horizonte, visando a disputa do Campeonato Mineiro na categoria júnior. De Juiz de Fora, apenas a Associação Esportiva Uberabinha tem presença no torneio. A ausência dos juniores do Tupi na lista, que possui o costume de participar de torneios como o Estadual, foi justificada pelo diretor executivo do clube de Santa Terezinha, Alberto Simão.

“Nós entendemos que a maior grandeza do Tupi é a revelação de seus talentos, uma base forte. Hoje não trabalhamos mais com emoção e imediatismo. O Tupi jogou os últimos campeonatos com parcerias que tiveram muitos problemas e algumas condições que não condizem com a realidade do clube. Não adianta você entrar em uma competição única e exclusivamente para fazer número, para colocarmos os atletas em condições não profissionais. O time profissional do Tupi passa hoje por problemas gravíssimos de campo, os jogadores treinam mais de 50 por cento em Santa Terezinha, em um campo que é duro, complicado. Procuramos algumas opções na cidade, mas a maioria dos campos estão fechados. Então não posso simplesmente tirar um garoto de casa, falar que ele vai jogar pelos juniores com uma camisa centenária do Tupi e ele não ter estrutura. Se é para fazer uma coisa mais ou menos, neste primeiro momento, não vamos fazer”, fundamentou o diretor.

Possibilidade de Juiz de Fora sediar chave da Taça BH

Apesar da ausência no Mineiro Júnior, o Tupi pode disputar a Taça BH ainda nesta temporada, uma das principais competições das categorias de base no país. De acordo com Alberto Simão, a vontade da diretoria é a de trazer apoiadores para viabilizar a chance de Juiz de Fora ser uma das sedes do torneio, além da participação de um time competitivo.

“Temos um projeto para a base. Vamos montar uma equipe, a princípio para a Taça BH, que é em agosto, valorizando a região e jogando as copas locais para manter nossa base. As outras crianças estão treinando na sede social. São 400 garotos que estamos fazendo a inserção social deles, pelo infantil, juvenil, pré, que têm jogado competições locais. Estamos estruturando, buscando parcerias na cidade para tentarmos, já perto da Copa do Mundo, montar uma equipe de base competitiva para jogar a Taça BH. Vamos tentar trazer uma chave para Juiz de Fora. É cara, porque somos obrigados a hospedar e alimentar no mínimo quatro equipes e estamos falando de mais de 100 atletas em oito dias, é complicado”, ressaltou Alberto.

O elenco profissional do Carijó possui algumas pratas da casa, casos do goleiro Igor, do lateral-esquerdo Lucas, o meia Maguinho e o atacante Sérgio Portugal. Alberto ainda frisou que, no futebol moderno, é muito difícil a formação de uma equipe formada apenas por jogadores da base, mas que os jovens atletas devem ser promovidos, pontualmente, ao grupo dos profissionais.

“O futebol mudou. ‘Antigamente o Tupi fazia time em casa’. Isso não existe mais. Respeito a história, mas isso não ocorre mais. O futebol globalizou, apesar de que essa região é muito rica. Como você não tem um time de espelho no profissional, a tendência é você absorver a maioria dos atletas. Hoje temos um grupo muito valorizado na base, com um atleta 96 treinando, o Maguinho titular, o Portugal, Lucas, enfim, uma série de atletas que estamos prestigiando. O Tupi não vai virar as costas para a base jamais, até porque é a coisa mais rica que podemos ter, mas vamos fazer com competência e estruturado”, finalizou.

Sérgio Portugal (esquerda) e Lucas foram recentemente promovidos para o time profissional
Sérgio Portugal (esquerda) e Lucas foram recentemente promovidos para o time profissional

Texto: Bruno Kaehler

Fotos: Bruno Ribeiro e Toque de Bola

 

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