Sem bola há 31 dias, Tupi prevê futuro sombrio

  Nesta quarta, dia 15, o anuncio de suspensão do futebol em Minas Gerais e no Brasil completa um mês, e no Tupi, que tenta buscas financeiras conjuntas de ajuda e sem contar com socorro da CBF, as perspectivas de futuro são consideradas sombrias.

Bola está parada para o Tupi desde 14 de março

  Avaliando o mês sem bola, o presidente do Carijó, José Luís Mauler Júnior, o Juninho, falou com exclusividade ao Toque de Bola e demonstrou preocupação com base no atual contexto. “Na verdade não temos um horizonte. Tudo é uma incógnita. Não sabemos se o campeonato volta, quando volta e de que forma volta. Então, existem várias especulações, mas nada de concreto. Todas elas soam sombrias para nós.”

Terrível

  A Federação Mineira de Futebol (FMF) acenou com uma reunião com os clubes do Módulo 2 do Campeonato Mineiro no dia 22 de abril. A entidade, que está em férias coletivas até o fim do mês, confirmou, ainda em março, a extensão da paralisação do futebol no estado até 30 de abril.

  Na avaliação de Juninho, em termos esportivos, a parada foi desastrosa para o Carijó e pode afetar o elenco em vários aspectos. “Esportivamente terrível. Os jogadores perdem totalmente a forma física. Outra coisa primordial para os jogadores terem um bom rendimento é eles estarem concentrados naquilo que eles fazem. Atualmente, todos estão abalados, preocupados com seus familiares, pais, avós e filhos. Então, mesmo que o campeonato volte, não estarão focados como deveriam. Isso pode causar um baixo rendimento”, avalia.

Juninho avaliou o mês sem futebol do Carijó

Volta?

  Fora de campo, o mandatário carijó tem tentado se virar com perda de receitas. “Estou conversando com os atletas. Se conseguimos pagar uma parte do salário agora, outra quando voltar. Sensibilizar os patrocinadores. Que apesar de não estar expondo a marca deles no momento, agora é a hora de sermos parceiros”, acredita Juninho.

  Sobre as perspectivas de retorno do Módulo 2 do Campeonato Mineiro, o presidente do Tupi cobra ações da Federação Mineira de Futebol (FMF), “Falam que o campeonato pode voltar, em um mês, um mês e pouco, com jogos às quartas e domingos. Mas gastávamos, a cada semana, R$ 15 mil para jogar. Com este cenário, vamos dobrar nossa despesa, que passa a R$ 30 mil por semana. Mas as receitas não dobrarão. A Federação vai ter que se mobilizar de alguma forma para tentar ajudar os clubes. Se ela quiser retornar com o campeonato.”

Baixas e portões fechados

  Juninho também se preocupa com as baixas no elenco. “Temos limite de atletas para inscrever. Como todos os outros clubes do Módulo 2 não têm calendário no segundo semestre, vários atletas estão comprometidos com outras equipes para as séries B, C, e D do Brasileiro. Só o Tupi vai perder uma média de dez jogadores. Nenhum jogador vai querer prorrogar o contrato por dois meses e perder seis meses de compromisso para uma competição nacional. Vamos jogar com um grupo de 16 atletas?”

Atletas têm telefonado para Juninho em busca de ajuda

  O mandatário carijó também comentou a possibilidade de que o Módulo 2 volte sem público. “Existe a perspectiva de voltar com os portões fechados. O que gera um prejuízo certo. Então a FMF tinha que fazer um estudo para ver se existe alguma forma de nos dar uma ajuda financeira, isentar de taxas. Tudo que aponta no sentido de volta do campeonato é deficitário. E o ônus é todo dos clubes. A Federação deveria se mobilizar para tentar nos dar um horizonte melhor. Afinal de contas, é o Campeonato Mineiro, representamos o futebol no estado, do qual a FMF é o carro chefe.”

Vai passar

  O presidente conta que os jogadores mantêm contato frequente, em busca de notícias ou pedindo ajuda. “Atletas ligam o tempo todo. Dentro das possibilidade, vamos atendendo eles. Quando o clube social estava aberto, ainda tínhamos alguma receita. Podíamos socorrer o futebol, retornando para o clube quando entrava o patrocínio do futebol. Mas atualmente não arrecadamos um real”, explica.

 Apesar de lamentar a atual situação difícil, Juninho mantém a fé em dias melhores. “É uma situação que vai passar. Temos que nos adaptar, encontrar saída. Faz parte da nossa vida. Deus sabe o que faz e vai estar olhando para todos nós para que encontremos uma saída bacana para todo mundo.”

A reportagem do Toque de Bola enviou os questionamentos levantados por Juninho para a FMF. A entidade está em férias coletivas até dia 30 de abril. Assim que esclarecidas as questões, o Portal publicará as respostas neste ou em futuros posts. 

Texto: Toque de Bola – Wallace Mattos

Fotos: Arthur Abrahão/Tupi FC; e Toque de Bola 

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