O sonho de se tornarem profissionais do esporte está mais perto para dois juiz-foranos do Projeto Basquetebol do Futuro (PBF).
A ala-armadora Jhennifer Pereira, de 20 anos, e o ala-armador Rafael Antony, 16, estiveram no interior de São Paulo para fazerem testes em equipes da região, conhecida nacionalmente pelo incentivo à modalidade.
Ambos foram aprovados e, a partir de janeiro, mudam de cidade e de vida, correndo atrás da bola laranja.
Jhennifer vai atuar na equipe adulta do Smelam/Fisio Sport, equipe formada pela Secretaria de Esportes de Araras e uma academia da cidade, patrocinadora principal do time.
Já Rafael irá defender o sub-17 da Semelp de Pindamonhangaba, também ligada ao Executivo do município paulista.
Bem avaliados
O técnico que avaliou Rafael em Pindamonhangaba, Luciano Bispo, destacou as qualidades do garoto do PBF. “Tivemos 80 meninos participantes, e o Rafael foi escolhido por sua qualidade técnica e vigor físico. Ficamos muito contentes com a participação dele aqui”, disse o treinador.
Jhennifer foi observada por Cícero Eduardo Rodrigues, sendo a única aprovada para integrar a equipe principal da Smelam.
“Foram dez jogadoras, e ela foi aprovada para o time adulto. As outras que ficaram vão para o sub-17. O que pesou na avaliação foi a parte técnica e tática, além da personalidade. Ela tem o perfil de atleta que procuramos, disciplinada”, explica o técnico.
PBF: sentimentos “misturados”
O professor, treinador e diretor do Projeto Basquetebol do Futuro, Sérgio Rodrigues, deu um depoimento ao Portal Toque de Bola, manifestando simultaneamente sentimentos de alegria e tristeza. “A participação e a indicação dos nossos dois atletas, que foram a São Paulo fazer “peneira” e ficaram, trazem dois sentimentos para nós: alegria e tristeza. Abaixo, ele explica essas posições.
Alegria: bom trabalho
“Alegria porque o PBF continua fazendo um trabalho de qualidade. Foram experiências em dois centros como Araras e Pindamonhagaba, em que a exigência nos parece foi bem rigorosa, além do grande número de atletas. E a forma de selecioná-los exigiu um certo critério. E eles responderam bem. Isso nos deixa tranquilos quanto ao nosso trabalho. Talvez o que nos falte seja um pouquinho de oportunidade para que esses garotos se desenvolvam mais ainda.
Mas ficamos satisfeitos porque se o nosso trabalho fosse ruim, principalmente considerando que os testes ocorreram em São Paulo, esses meninos não teriam chance. Não foi só agora. O PBF mantém uma certa tradição. Nos últimos anos, alguns meninos se aventuraram em alguns centros e tiveram êxito. Sabemos que em Juiz de Fora nós trabalhamos até uma certa idade, e depois dessa idade não temos como assimilá-los em função da nossa estrutura. E na cidade e região temos meninos em vários outros projetos, com faixa etária maior, que passaram pelo PBF. Desejamos aos dois que tenham toda a sorte do mundo, em fazer o que eles mais gostam, que é jogar basquete, sabendo que tivemos uma importante participação nisso”, avalia Rodrigues.
Tristeza: na hora de colher os frutos…
“A tristeza é saber que a gente não pode assimilar esses meninos aqui, por não ter uma estrutura em que a gente possa mantê-los conosco. Isso é ruim porque o processo de formação é demorado. Na hora de colher os frutos, quem está colhendo são os outros. Nós plantamos, semeamos, mas na hora de degustar o fruto a gente transfere isso para outras pessoas. Mas eles estão no caminho certo. Não temos condições em Juiz de Fora de contar com eles aqui”, observa o treinador.
Texto: Toque de Bola – Wallace Mattos e Ivan Elias, com informações da assessoria do PBF
Fotos: Toque de Bola e divulgação PBF