Juiz de Fora (MG), 29 de março de 2011
A temporada de Fórmula 1 teve início na madrugada do último domingo, 27, com a realização do GP da Austrália. Em Juiz de Fora, a milhares de quilômetros de Melbourne, brasileiros apaixonados por automobilismo arrumaram um jeito de ficar acordado para ver a corrida, transmitida às três horas da madrugada. Entre esses “loucos” pelo “Circo da F1” encontra-se o repórter fotográfico e estudante de Jornalismo, João Schubert, que desde 1995 esteve presente em todos os GPs de Interlagos. Neste período, só deixou de acompanhar uma corrida pela televisão: o GP da Bélgica, no ano passado, quando precisou viajar para fazer a cobertura de um evento. Mesmo assim, ao chegar em casa, assistiu ao VT da corrida.
Após assistir à primeira corrida da temporada, na qual Sebastian Vettel venceu com sobras, o fotógrafo teme que o ano de 2011 seja amplamente dominado pela RedBull. “Vettel venceu fácil e nem precisou usar o kers. Essa facilidade pode indicar que será um campeonato monótono, semelhante aos anos de Williams com suspensão ativa ou Schumacher numa Ferrari perfeita. A surpresa da primeira prova foi a McLaren, que não ‘existiu’ nos treinos, mas que conseguiu subir no pódio como Hamilton, em segundo. A disputa entre Massa e Button foi sensacional. Se toda corrida tivesse uma disputa assim, já estaria bom. De qualquer forma, vamos aguardar. A próxima corrida será na Malásia, com outra temperatura, outro asfalto, outro tudo. Se, mesmo com toda essa soma de fatores distintos, a RedBull mantiver a vantagem, será o indicio de que 2011 será um ano chato” analisou Schubert.
Em relação às mudanças para a atual temporada, ele acredita que a principal alteração foi em relação à empresa fornecedora de pneus. A Pirelli, afastada da Fórmula 1 desde o início da década de 90, está de volta. Os pilotos estão reclamando muito que os pneus acabam muito rápido. Mas, para a gente, é bom porque fica mais emocionante. O kers também voltou. É interessante a possibilidade de movimento no aerofólio, que o piloto pode acionar e dar uma inclinação maior ou menor. Mas, o que vai dar emoção mesmo são os pneus”, explicou o fotógrafo.
Perguntado se vai torcer para alguém se campeão, João Schubert disse que não tem nenhum piloto favorito, nem mesmo os brasileiros. Acrescentou ainda que torce contra o Michael Schumacher, afirmando que sem o melhor carro o “Alemão” não tem conseguido repetir o desempenho dos tempo de Ferrari.
Cheiro e cores
A vida de Schubert está ligada à Fórmula 1. O quarto do estudante é decorado com carros, bandeiras, capacetes, macacões, tudo relacionado ao automobilismo. Até a profissão de fotógrafo nasceu do amor pelos carros. “Comecei a fotografar por causa de Fórmula 1. A primeira vez que eu fui a um GP foi em 1995, em Interlagos. Nos anos seguintes, 1996, 1997, pensei que eu deveria ter fotos das corridas. Comprei uma máquina, de hobbie, e comecei a gostar de fotografia igual eu gostava de Fórmula 1. Fotografar acabou virando a minha profissão”, relatou.
Desde 1995, ele não perdeu nenhuma prova em São Paulo e afirma: assistir uma corrida de Fórmula 1 na arquibancada do autódromo é uma experiência sensorial bem diferente. Os ouvidos são postos à prova, mas os olhos e até o nariz sentem o clima diferente. “Não sei se o cheiro é da borracha ou da gasolina. Não sei o que é, mas as corridas de Fórmula 1 têm um cheiro característico. A televisão não consegue reproduzir os tons de vermelho fluorescente, o amarelo… É bonito de ver. Até para quem não gosta é um evento que você deve ir para conhecer. E eu garanto: quem gosta de carro vai ter que ir todo ano. Quem vai a primeira vez não consegue deixar de ir não.”
Texto: Thiago Stephan
Fotos: João Schubert
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