A final da Série C do Campeonato Brasileiro, no sábado, dia 22, teve vitória por 1 a 0 e título do Operário-PR sobre o Cuiabá-MT. Mas o autor do gol solitário da conquista, Bruno Batata, acabou ofuscado pela atuação do herói do jogo: o goleiro Simão.
Com pelo menos cinco intervenções difíceis e uma sequência no fim do jogo que contou com defesas em um chute da entrada da área, um da lateral da grade área e uma cabeçada da marca do pênalti, além de um desvio que explodiu em sua trave esquerda, Simão foi responsável direto pelo título do Fantasma em plena Arena Cuiabá. O reconhecimento veio através dos internautas.
São Simão
Entre o domingo, 23, e segunda-feira, 24, o vídeo com a sequência de defesas do arqueiro do Operário foi compartilhada milhares de vezes pelos internautas. E o apelido de São Simão se espalhou rapidamente também pelas redes sociais. O reconhecimento veio também com a recepção na volta da equipe a Ponta Grossa, quando o camisa 1 foi um dos mais festejados pelo torcedor.
Aos 25 anos, Simão, revelado no Novo Hamburgo-RS e com passagens por Glória de Vacaria-RS e Atlético Tubarão-SC antes de chegar ao Fantasma, acredita que a final da Série C tenha sido sua melhor atuação na carreira. “Pela importância é sim (a melhor atuação da carreira). A gente trabalha para estar ali e ajudar. Treina muito para isso e quando a bola chega ali, tenho que ajudar”, disse.
Mais difícil
Apesar de saber que é um reconhecimento, um gesto de carinho, o arqueiro rejeita a santificação. “Isso de São Simão a gente deixa para o torcedor. É um rótulo que vem com muita responsabilidade e prefiro pensar que faço meu trabalho e sou mais um a contribuir. Esse título é de todos do grupo. Fiz a minha parte como meus companheiros também”, explica.
Embora tenha salvado o Operário com o pé esquerdo em uma cabeçada na entrada da pequena área e tido uma sequência impressionante no fim do jogo, o goleiro elegeu a primeira das intervenções difíceis a mais complicada defesa da decisão da Série C. “Tínhamos acabado de volta do apagão (que interrompeu a final da Série C por uma hora e meia), e defendi uma cabeçada (de Jenison) no canto direito. Tive que voltar, pois foi no contrapé, e fazer o movimento para espalmar a bola para fora do gol. Foi a mais complicada”, afirma.
Final com apagão
Além das defesas de Simão, a decisão da Série C foi movimentada logo em seu início. Aos 3 minutos, uma pane elétrica no sistema de iluminação da Arena Pantanal fez alguns do refletores desligarem. O juiz carioca Marcelo de Lima Henrique decidiu esperar pela volta da iluminação, e a partida demorou 90 minutos para se reiniciada.
Com bola rolando, o dono da casa Cuiabá procurava manter a posse de bola, e o Operário sair nos contra-ataques. O primeiro tempo terminou em 0 a 0 graças a Simão, e logo no início do segundo tempo, o goleiro cuiabano, Victor Souza, ex-Tupi, espalmou chute cruzado de Quirino e Bruno Batata completou para a rede aos 9 minutos. A partir daí, os visitantes se fecharam e contaram com a grande atuação de seu camisa 1 para garantir o título.
Fim de Terceirona
A Série C 2018 termina com o título do Operário-PR e o vice-campeonato do Cuiabá-MT. Ambos estarão na Série B do Campeonato Brasileiro em 2019, ao lado de Botafogo-SP e Bragantino-SP. Todos eles disputaram o grupo B, no qual o Tupi terminou na penúltima posição, sendo rebaixado à Série D no próximo ano, ao lado do lanterna Joinville-SC. No grupo A, nenhum representante conseguiu o acesso, e Juazeiro-BA e Salgueiro-PE caíram para a Quarta Divisão.
Texto: Toque de Bola – Wallace Mattos com informações da CBF e entrevista do goleiro Simão ao Jornal do Meio Dia da RPC Campos Gerais e Sul
Fotos: José Tramontin/OFEC e Lucas Figueiredo/CBF