Santa Cruz: o calvário, a Série D e o despertar do gigante

Juiz de Fora (MG), 12 de novembro de 2011

O Santa Cruz, time com uma das mais apaixonadas torcidas do Nordeste, é o adversário do Tupi na decisão do Campeonato Brasileiro da Série D. O Tricolor Pernambucano tem tradição. Fundado em 1914, já revelou grandes craques, conquistou 25 títulos estaduais e foi semifinalista do Campeonato Brasileiro de 1975. Mas, a partir de 2006 o Cobra Coral teve início a decadência do futebol do clube. Foram cinco anos de sofrimento para a torcida até o acesso em 2011. Uma história regada a lágrimas, que agora dão lugar ao sorriso aberto: o Santa finalmente conseguiu uma ascensão. Ainda é pouco: eles querem mais. Querem títulos e novos acessos. Só assim o clube poderá voltar a ocupar o lugar que a história lhe reserva no futebol brasileiro.

Os anos de calvário até a Série D

Em 2006, o Santa Cruz disputou o Campeonato Brasileiro da Série A. Aos final das 38 rodadas, o São Paulo foi o campeão. Na outra ponta da tabela estava a equipe pernambucana, que terminou na última posição, sendo rebaixada. Em 38 jogos, o Santa marcou 28 pontos. Foram sete vitórias, sete empates, 24 derrotas e saldo de 35 gols negativos. Também caíram São Caetano, Fortaleza e Ponte Preta.

No ano seguinte, a disputa para voltar à Elite do futebol brasileiro terminou mal. A competição de garantiu o acesso de Coritiba, Ipatinga, Portuguesa e Vitória também rebaixou Paulista, Santa Cruz, Remo e Ituano à Terceira divisão do Brasileirão. O Coral terminou em 18º, com 42 pontos marcados. Foram dez vitórias, 12 empates e 16 derrotas: saldo negativo de 18 gols.

Em 2008, o sentimento que as coisas não poderiam piorar traiu a apaixonada torcida, que não acreditou ao ver o time do coração sendo rebaixado pelo terceiro ano consecutivo. Neste ano a CBF decidiu pela criação da Série D do Brasileirão, que teria a primeira edição no ano seguinte. Com isso, os 20 melhores da Série C estariam garantidos nesta divisão para o ano seguinte, com exceção de quem conseguiu o acesso. Os demais, teriam que remar na Série D.

O Tricolor conseguiu classificação suada primeira fase: ficou em segundo no Grupo 5, que tinha Campinense (1º), Potiguar e Central. Mas, não conseguiu se garantir nas oitavas de final. Ficou em último no grupo com Salgueiro, Campinense e Icasa. Assim, o dia 24 de agosto daquele ano foi um dos mais tristes para a torcida tricolor. O empate em 1 a 1 contra o Campinense, no Arruda, decretou o rebaixamento para a Série D. O empate do adversário saiu aos 43 minutos do segundo tempo. Choro no Arruda.

Vida que segue. Em 2009 o Santa Cruz de preparou para disputar a Quarta Divisão. Nova tristeza para os torcedores com a eliminação na primeira fase. No Grupo com Central (PE), Sergipe e CSA (AL), o Tricolor terminou em último. Nas arquibancadas do Arruda, a torcida dava provas do seu sentimento: os três maiores públicos da competição foram registrados no estádio.

Em 2010, o Santa Cruz conseguiu passar da primeira fase. Terminou em segundo no Grupo A4, atrás do CSA (AL) e à frente do Confiança e Potiguar. Mas, na fase seguinte, acabou eliminado pelo Guarany, de Sobral. Sofrimento sem fim…

Mas chegou 2011, ano que enfim trouxe alegria para a fanática torcida do Santa Cruz chegaram ao fim, não só na Série D, mas também no Campeonato Pernambucano, título conquistado no primeiro semestre. O gigante acordou…

A campanha vitoriosa

O Tricolor terminou a primeira fase da Série D deste ano em segundo lugar no Grupo A3, que também tinha Santa Cruz (RN), Guarani (CE), Alecrim (RN) e Porto (PE). Os dois xarás avançaram na competição. Nas oitavas de final, classificação apertada contra o Coruripe (AL): 1 a 0 no Arruda e 0 a 0 no jogo de volta. O acesso à Série C estava perto.

Veio então as quartas de final. Se passasse, o Tricolor Pernambucano garantia a vaga na Série C. O adversário: Treze (PB), que estava disposto a estragar a festa. No primeiro jogo, na Paraíba, empate em 3 a 3. No duelo de volta, no Arruda, um suado 0 a 0. Enfim, o Santa Cruz garantiu o tão sonhado acesso. Festa para a parcela preta, vermelha e branca de Recife.

Após a festa, novo compromisso, agora pela semifinal da Série D. Com duas vitórias diante do Cuiabá (MT) – 1 a 0 e 2 a 1 – a vaga na decisão estava garantida. O adversário será o Tupi, em um capítulo da história dos dois clubes que ainda está para ser escrito.

Para chegar à decisão, o Santa Cruz teve sete vitórias, empatou seis e perdeu uma partida. Fez 17 gols e sofreu 10.

Texto: Thiago Stephan

Este post tem um comentário

  1. ercelino pereira

    parabems pelo artigo sobre o santa cruz mas chegou a hora da virada o gigante acordou vamos colocar 60mil tocedores no proximo domingo não sei se somos apaixonado ou doidos pelo mais quericdo do nordeste

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