Samba do Tupi atravessa e diretoria troca comissão de frente

A quarta-feira de cinzas chegou mais cedo para o Tupi. Neste sábado, 6, o Carijó foi derrotado no Estádio Municipal Radialista Mário Helênio para o Uberlândia por 1 a 0, saiu vaiado de campo e, após falta de consenso entre a direção e o técnico alvinegro, Júnior Lopes, foi anunciada a saída do comandante.

“Tenho um comunicado a fazer. Agora ao fim do jogo, a nossa programação estava marcada para terça-feira e foi mudado para segunda à tarde. Sou um cara extremamente aberto a diálogo e não tenho problema nenhum com isso, mas não pode passar por cima de mim e falar que a programação estava mudada. Gosto dos atletas e comissão, mas eles bateram o pé que a reapresentação teria que ser segunda à tarde e pela atitude tomada da direção não achei bacana, entramos em acordo e estou saindo do clube. O Tupi segue, o trabalho está bem feito e tenho certeza que a campanha no Mineiro vai ser muito boa”, divulgou Lopes.

Em seguida, representando a diretoria, o vice-presidente do Conselho Gestor carijó, Cloves Santos, justificou a saída do comandante por ter colocado seu cargo à disposição: “Na verdade houve uma divergência de opiniões e ele colocou o cargo à disposição. Viemos de duas derrotas e precisamos pensar no Cruzeiro. Sabemos que o Mineiro é muito complicado e de 11 partidas já perdemos duas, sendo uma dentro de casa”.

Jogadores do Uberlândia comemoram o gol de Wendel
Jogadores do Uberlândia comemoram o gol de Wendel

O gol do jogo foi marcado por Wendel, do Verdão, aos 35 minutos da segunda etapa, em jogada de bola parada dos visitantes. Com o resultado, o Alvinegro juiz-forano permanece na lanterna da competição, sem ter pontuado. Já o UEC é sétimo com 3 pontos somados.

 

Confira as entrevistas coletivas de Júnior Lopes e Cloves Santos após a decisão:

Júnior Lopes: ruptura do trabalho

“No primeiro jogo o América foi melhor, mas hoje não. O Tupi foi muito melhor no primeiro tempo e infelizmente não fez o gol, faz parte do futebol. Lógico que tem competência deles, mas em momento nenhum foram superiores a nós e sabíamos que a proposta do Uberlandia era essa, vir nos contra-ataques e jogar na bola parada, onde tomamos o gol. Estava gostando bastante do trabalho, que estava no início ainda e tinha muito a crescer. Lamento bastante essa ruptura, mas têm algumas situações que não há como administrar. Tomamos essa decisão em conjunto”.

Derrotas influenciaram?

“As duas derrotas de maneira nenhuma. Nosso campeonato era entre as nove equipes e sabíamos disso. A equipe evoluiu bastante do último jogo para hoje, estava bem satisfeito com o trabalho e acho que tinha tudo para crescer bastante, mas a direção não abriu mão de algo que cabia à comissão técnica, na minha opinião. Fiquei chateado de que tenha sido comunicado aos jogadores antes da comissão técnica”.

Sentimento do técnico

“Fico triste. Fui contratado para fazer um trabalho de um ano, com a Série B, mas têm algumas coisas que você não pode aceitar. Trabalhamos demais na pré-temporada e vocês que estão no dia-a-dia sabem que a equipe tem tudo para crescer”.

“Segue o baile”

“Tem coisas que a gente conversa, mas não dá para ceder. Foi conversado e o mais importante não era um dia a mais ou menos de treino, mas a atitude, que na minha concepção não foi correta. Mas segue o baile. A direção tem pessoas honestas, honradas e vão seguir o trabalho deles. Deixo as portas abertas no clube”.

“Arbitrariedade”

“Tudo tem que ser conversado. Uma atitude dessa não pode ser tomada de cabeça quente. Às vezes não gosto é de arbitrariedade. É isso”.

Mudança na reapresentação

“Justificou (direção) que a pressão em cima deles seria muito mais forte, mas não consigo enxergar isso. A decisão partiu de uma falta de consenso”.

 

Cloves Santos:

 “Arbitrariedade”

“Não entendo como arbitrariedade. Existia uma programação, a principio para terça à tarde, mas ocorreram duas derrotas e os jogadores ainda têm que demonstrar algo em campo. Era uma questão de negociar”.

O motivo

“A questão não é facilidade, mas ele ter colocado o cargo à disposição. Precisamos de gente que queira ficar e quando um profissional coloca o cargo à disposição é porque não tem interesse em ficar. Vamos ver se amanhã já conseguimos um outro nome”.

Preparador físico e analista de desempenho

“Ainda não deu tempo de conversar com ninguém ainda, mas vamos ver se eles ficam, porque são grandes profissionais. Foi uma surpresa para a gente essa saída do Júnior”.

Derrotas influenciaram?

“Futebol é cobrança o tempo inteiro. A gente cobra quando o time não está apresentando um futebol que eu acho que pela qualidade do time, daria. Só aceito porque o cargo foi colocado à disposição e não gosto de trabalhar com pessoas que fazem isso. Mas não havíamos pensado nessa possibilidade, sabíamos que seria um jogo difícil”.

Novo técnico

“Sempre temos nomes que gostamos de trabalhar, mas precisamos de alguém que mexa com o grupo. Vamos trabalhar em um perfil que vocês conhecem, que sabe das nossas dificuldades, mas existe um nome que queremos há algum tempo e quem sabe seja ele. Um profissional que jogou contra a gente na Série C do ano passado. Nosso interesse é que venha um técnico para o ano inteiro”.

Contratações

“Depende da nova comissão, mas esse é um dos melhores elencos que já tivemos”.

 

O jogo

O Galo Carijó iniciou a partida com maior posse de bola e foi quem ameaçou primeiro. Aos 5 minutos, Pirão recebeu bola na canhota, arriscou chute cruzado de fora da área e a bola passou rente à trave esquerda de Thiago Braga. A segunda finalização do jogo veio apenas dez minutos depois, com Hiroshi, novamente alvinegra e de fora da área, sem sustos para o UEC. Só o Tupi parecia buscar o gol. Aos 22, Osmar cruzou da direita, Rubens resvalou na bola e o zagueiro Marco Tiago salvou o time visitante, jogando para escanteio antes que Wiliam Kozlowski finalizasse.

Aos 29, a melhor chance carijó até o momento: Pirão cobrou falta na área, Kozlowski apareceu livre na cara do gol e finalizou para fora, perdendo a chance de forma inacreditável. O Galo ainda chegou com Kozlowski em cabeçada no centro do gol, defendida por Thiago Braga, em sua última participação efetiva na primeira etapa.

As equipes voltaram do intervalo com o pé no freio. O técnico Júnior Lopes promoveu a entrada A primeira chegada de perigo ocorreu apenas aos 17 minutos, em finalização rasteira, cruzada e forte de Hiroshi, para defesa do goleiro do Verdão. Três minutos depois, o meia camisa 11 do Tupi apareceu novamente. Hiroshi recebeu a bola, fintou dois defensores e chutou cruzado próximo à trave esquerda adversária. E foi só.

Só ao menos até os 35 minutos, quando a improdutividade do Tupi foi castigada. Em falta lateral batida na área juiz-forana, o volante Wendel apareceu livre e desviou, de primeira, abrindo o placar em Juiz de Fora: 1 a 0 Uberlândia. Júnior Lopes colocou, então, o meia Renato Silva no lugar do volante Felipe Alves. Nada mudou, no entanto. O Carijó seguiu sem finalizar com perigo, o placar foi inalterado e houve reflexo nas arquibancadas, com fim de jogo marcado por vaias.

00 X 01 TUPI X UBERLANDIA

Ficha Técnica – Tupi 0 x 1 Uberlândia

Local: Estádio Municipal Radialista Mário Helênio

Tupi: 1 – Glaysson; 2- Osmar, 3-Sidimar, 6-Fabrício Soares e 4-Pirão; 5- Felipe Alves (19- Renato Silva), 8- Rafael Jataí (16- Recife); 7- Vinicius Kiss, 10- Wiliam Kozlowski e 11- Hiroshi; 9- Rubens (21-Michel).

Uberlândia: 1-Thiago Braga; 2-Luan Menegaz (15- Coutinho), 4-Rodolfo Mol, 3-Marco Tiago e 6-Rayro; 5-Jardel, 7-Max Carrasco, 8-Wendel e 10-Lenílson (14-Magalhães); 11-Mikael (13-Wellington) e 9-Caio Dantas.

Cartões amarelos: Tupi: Wiliam Kozlowski e Fabrício Soares

Uberlândia: Magalhães, Jardel e Rayro.

Público pagante: 1010 pessoas

Público total: 1134 pessoas

Renda: R$21.350,00

 

Texto: Bruno Kaehler, Guilherme Fernandes e Ivan Elias – Toque de Bola

Foto: Reprodução/Toque de Bola

O Toque de Bola é administrado pela www.mistoquentecomunicacao.com.br

Deixe seu comentário