Na última quinta, dia 28, o presidente eleito do Cruzeiro, Sérgio Rodrigues, anunciou o pagamento da dívida com o Zorya, da Ucrânia, pelo atacante Willian Bigode. Mas, nem todo o montante devido pela compra do jogador em 2014 foi quitado, e o mandatário ainda tem outras pendências a resolver para evitar mais perdas de pontos na Fifa.
O Cruzeiro já foi punido com a perda de seis pontos na Série B do Campeonato Brasileiro por conta do não pagamento de R$ 5 milhões ao Al-Wahda, dos Emirados Árabes, pelo volante Denilson.
Nesta sexta, dia 29, venceriam cerca de R$ 3,9 milhões da dívida por Willian Bigode. Esse foi valor pago pela Raposa para evitar a perda de mais seis pontos na competição nacional. Mas, o total devido é de cerca de R$ 10,6 milhões.
Mais à frente
O pagamento desta semana vai fazer o Cruzeiro ganhar tempo, já que o restante da dívida ainda está em fase final de julgamento na Corte Arbitral do Esporte (CAS). Nas instâncias inferiores, o Zorya já conseguiu decisões favoráveis.
Segundo Rodrigues, o clube tinha o montante para quitar todo valor devido, disponibilizado por um adiantamento da renovação de contrato de patrocínio master com o Supermercados BH, do empresário cruzeirense Pedro Lourenço.
Mas a nova administração optou por esperar o julgamento do recurso por conta da segunda parte da dívida e usar o dinheiro também para pagar funcionários e jogadores.
“O nosso jurídico destrinchou os processos e viu que agora tínhamos que fazer somente este pagamento. São dois processos distintos contra o mesmo clube, sendo que um deles aguarda julgamento de recurso. Pagamos o que venceria nesta sexta-feira. Embora tivéssemos recurso para pagar tudo, optamos por colocar o salário do administrativo em dia e pagar também a folha de março do departamento de futebol”, explicou Rodrigues ao site oficial do Cruzeiro.
Assume com débitos
Rodrigues, eleito no dia 21 de maio e que só assume efetivamente como novo presidente do Cruzeiro na segunda, dia 1º, já tem outras dívidas em fase final de execução na Fifa para se preocupar. A perda de seis pontos na Série B pelo volante Denilson é irreversível, mas a dívida de R$ 5 milhões ainda tem que ser paga e pode levar, em caso extremo, ao rebaixamento do time celeste caso não seja.
Outra dívida em fase de execução na Fifa é a da contratação do zagueiro Caicedo, de R$ 4 milhões, junto ao Independiente Del Valle, do Equador. Ela venceria no fim de junho, mas o Conselho Gestor conseguiu seu adiamento para segundo semestre.
Na mesma época, devem sair os resultado dos recursos do que é devido por Willian Bigode, e a tendência é o clube ter que pagar os quase de R$ 7 milhões restantes.
Evitar punições
O Cruzeiro, segundo levantamento do SuperFC, tem que pagar ainda em 2020 montantes de: R$ 6,89 milhões ao Defensor do Uruguai, pela contratação do meia Arrascaeta; R$ 6,2 milhões ao Morelia, do México, pelo atacante Riascos; R$ 16,2 ao mexicano Tigres, pelo atacante Rafael Sóbis; e R$ 1,1 milhão para o técnico português Paulo Bento e sua comissão.
O total da dívida cruzeirense em fase de execução na Fifa supera os R$ 45 milhões e cada uma delas pode gerar punições de perda de seis pontos na Série B.
No total, caso não acerte o que é devido junto aos credores que acionaram a entidade máxima do futebol mundial, os cruzeirenses pode somar outros 36 aos seis pontos já perdidos pelo não pagamento por Denilson.
Texto: Toque de Bola – Wallace Mattos com informações do site oficial do Cruzeiro e do Super.fc
Fotos: Bruno Haddad/Cruzeiro; e Gustavo Aleixo/Cruzeiro