A CBV divulgou o ranking oficial de atletas para a Superliga Masculina. Da equipe da UFJF, 11 atletas obtiveram pontuação. O ranking, que tem por finalidade principal promover o equilíbrio de forças entre as equipes, é fundamental para que comecem as movimentações no mercado, já que cada equipe pode inscrever atletas cujo somatório seja igual ou inferior a 32 pontos.
A pontuação atribuída a cada atleta, que varia entre um e sete pontos, é determinada por avaliações e indicações dos clubes, seguindo critérios estatísticos e técnicos.
A rádio web do Toque de Bola transmitiu todos os jogos da UFJF em Juiz de Fora na Superliga Masculina 2012/13.
O RJX, campeão da temporada 2012/2013, é o time com maior número de atletas com pontuação máxima. Bruninho, Dante e Lucão, que já haviam sido avaliados com sete pontos no ranking passado, permaneceram com o alto índice. Dois atletas atingiram os sete pontos, após temporada positiva. O oposto Wallace (Sada/Cruzeiro) e o central Sidão (SESI-SP) fazem companhia ao trio do Rio de Janeiro, além de Leandro Vissoto (Itália) e Murilo (SESI-SP).
O ponteiro Lucarelli, tido como grande destaque individual da Superliga foi o jogador que obteve maior variação na pontuação. Antes avaliado com dois pontos, o jogador do VIVO/Minas, que já recebeu sondagens do SESI-SP, recebeu nota cinco no ranking atual.
A equipe de vôlei da UFJF contou com a presença de alguns nomes importantes. O ponteiro Japa, o líbero Fábio Paes e o central Robinho são os melhores avaliados, com dois pontos.
Grande nome da Superliga para o time Juiz de Fora, o oposto Luan apareceu na lista dos 151 atletas, com um ponto, assim como, Hugo, Wanderson, Juninho, Aureliano, Clinty, Victor Hugo, além do levantador Danilo Gelinski, convocado para a seleção sub-23.
Confira o ranking completo:
Além do anúncio do ranking, a CBV foi alvo de críticas severas do empresário Vittorio Medioli, dono do grupo Sada, que patrocina o Cruzeiro.
Por meio de um email endereçado aos dirigentes da CBV, o empresário faz várias ponderações, repleto de ironias. Dentre os pontos reclamados, Vittorio cita um poderio econômico e privilégios para RJX e SESI-SP, equipes que monopolizam a base da seleção, segundo ele.
A CBV recusou se pronunciar, apesar de saber do que se tratava o documento.
Veja o email:
“Prezados Ary, Renato, Fabio e demais dirigentes do vôlei nacional,
Parabéns a vocês da CBV. Atingiram todos os objetivos fixados para esta Superliga. Venceram, mesmo entre vitimas que terão, agora, que enterrar.
Deixo-lhes algumas ponderações tardias que deveria ter tido a coragem de fazer no ano passado, mas que a vitória e minha saúde me dissuadiram em fazer:
– 6 atletas de seleção num time com orçamento de R$ 17 mi
– 5 atletas de seleção num time com orçamento acima de R$ 12 mi que é mantido por contribuição sindical compulsória, por força de lei, inclusive da minhas empresas. Recursos destinados legalmente e estatutariamente ao amparo social e educacional dos trabalhadores e de seus filhos.
– o trabalhador da minha empresa não torce pelo Sesi, torce pelo Sada; não é amparado pelo Sesi, e se vê a disputar contra o SESI. Minhas empresas contribuem ao SESI por força de lei, nossos fundos são doações expontaneas e comerciais. Um patrocinador privado investe no que é sustentável, não numa loucura sem parâmetro econômico e responsabilidade social, certamente não para enfrentar que tem recursos sem limites, desviados das finalidades constitucionais.
– CBV, com seus equívocos, conseguiu realizar uma divisão nítida no vôlei brasileiro. Um vôlei bilionário, estratosférico, sem compromissos com gastos, que pode pagar mais que times russos, poloneses, italianos e arrematar toda a seleção; outro vôlei barnabé cujos patrocinadores, intimidados, fogem espantados por tanta irracionalidade.
– Os times por imposição de CBV/Globo não possuem nome, quem decide o nome ridiculo do time é a rede que levou os direitos televisivos, sem pagá-los aos clubes. Pelo menos, pagasse para fazer o que quer!, mas é de graça.
– Não existe premiação de entrada e de resultado, nem direitos de televisionar. Se Não tem espaço na grade de programação, também não existe vontade de CBV se acordar com mais canais de tevê (mesmo de graça como é com a rede Globo (?), unica titular. Globo cobra para ceder a transmissão para outros canais?
– Nem meu time, dispondo do atrativo de títulos nacionais e internacionais conseguiu algum patrocinador. Perdeu ou BMG que pagava suadamente R$ 600 mil por uma temporada inteira. Não se sentiu retribuido pelo titulo mineiro, nacional, Sul Americano! Imagine os demais times o que podem esperar nessa situação.
– a final da Superliga se disputa numa manha de domingo. A grade não permite outra solução. A rede de tevê determinou, ponto final. No exterior é a melhor de 3 ou de 5 jogos, aproveitando a importância da decisão para dar retorno aos patrocinadores e satisfação aos torcedores, vender camisas, dar visibilidade a quem investe.
– CBV distribui ajudas ao clube que quiser, sem transparência, impessoalidade e proporcionalidade, deveres de uma entidade que recebe recursos públicos?
– Bancos patrocinadores que investiam no vôlei, não investem mais em atletas e quadras, forrados de BB. BB não dá nada aos clubes.
– Os patrocinadores da Superliga e da Seleção são os mesmos. Pagam para patrocinar a Seleção e levam a Superliga de troco. Nisso os times nada recebem.
– Hoje no final do jogo, na tevê, os comentaristas comemoravam que agora começa o circuito mundial . “ACABOU” Superliga, até com regozijo. Rio se consagrou o templo do vôlei do dinheiro. Unilever+Sky e EBX.
– Ficarão em quadra durante os próximos 5 meses, apenas 12 atletas milionários de 2 clubes apenas, enquanto 300 atletas e centenas de técnicos estarão sem remuneração, perdendo apartamentos, e vivendo uma agonia cíclica de 6 meses de inatividade absoluta e constrangedora.
– Ao escutar esse triunfalismo me deu vontade de chorar, sabendo o que isso significa para o mundo do vôlei, centenas de famílias na inseguranças e de jovens na desorientação.
– o próximo jogo do Sada será em final de setembro ou outubro, depois de 6 meses de inatividade. Pagaremos salários e despesas de 20 atletas e técnicos profissionais, aguardando que CBV reinvente a cada ano uma nova ilusão de Superliga, rejuntando os cacos dos cacos da anterior.
– os clubes são culpados. Acreditam em papai Noel.
– Os patrocinadores não atenderão ao telefone dos clubes até outubro. O clube se desintegra por inercia, por “não existir” durante 7/8 meses, por não ter o que fazer.
– Insisto na tese de alguns analistas desse mundo do vôlei que culpam o equivocado projeto do Sesi/SP – que deveria investir suas verbas de forma impessoal e proporcional para filhos de trabalhadores e seu lazer. Gerou-se com a invasão um vôlei milionário, disparatado, no meio do vôlei tupiniquim no qual Cimed fazia sucesso e formava atletas.
– Havia um campeonato “Paulista” tão importante e disputado quanto Superliga. Entrou Sesi e em São Paulo o vôlei enfrentou uma rápida decadência, os times foram desmantelados: SBC, Pinheiros, Volei Futuro, São Caetano, Santo André, Medley e, fora de SP, o glorioso Cimed mais meia duzia desistiram de sobreviver.
– Quem faz as contas antes de entrar em disputa e considera a existência do Sesi e de seu orçamento galático desiste de competir, só tem direito em sonhar num bronze. SESI pode pagar 2 vezes mais de quanto um time russo oferece e 3 vezes mais de quanto um primeira linha do Brasil consegue. O RJX, nem se fala, será campeão pelo resto da decada, pois Sesi usa mal seu dinheiro..
– a falta de competitividade assola a Superliga, nunca será um torneio de grande importância que possa beneficiar um numero maior de pessoas e levar grande alegria aos jovens e torcedores. É um modelo sem sustentabilidade, eivado de absurdos.
– Depois de 4 temporadas de Sesi, o que sobrou? O RJX, com 50% mais de orçamento (!) do que o próprio SESI. Os atletas da seleção se dividem entre eles. A próxima Superliga já tem finalistas decididos e campeão garantido.
– Mais logico a CBV pedir ao Senat, Senai, Sesc, Senar, Sest, Sebrae, Sescoop, IEL, Abdi, Apex,etc disputar entre si uma Superliga Sindical milionária com 100% de atletas da seleção. O jogo vai ficar mais parelho, mais justo, mais competitivo entre iguais que pode usar dinheiro de contribuições sindicail compulsória como metralhadora.
– como amante do vôlei segurei minhas lagrimas várias vezes, frente a tantas incongruências, achando que Deus premiaria sempre quem disputa com o coração e com esportividade, mas o vôlei do dinheiro sem limite chega a ser imbatível.
– Os clubes são frágeis e, mais devastados ficam, ao fim de uma Superliga como essa que sagrou a “seleção brasileira” campeão do torneio do tostão contra o bilhão. Absurdo e irreal.
Vittorio Medioli”.
Texto: Igor Rodrigues
Foto: Arquivo Toque de Bola
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Sai o ranking, em meio a uma “carta bomba” : A CBV divulgou o ranking oficial de atletas para a Superliga… http://t.co/ZWEkz4D3Dw