Belo Horizonte (MG), 3 de setembro de 2011
A saída dos técnicos de equipes da primeira divisão do Campeonato Brasileiro, embora longe de ter sido surpresa, está num ritmo alucinantes logo após a primeira rodada do returno da Série A.
Nesta sexta-feira, 2, no Cruzeiro, Joel Santana foi demitido e Émerson Ávila, efetivado. No Bahia, René Simões foi afastado, e o candidato à sua vaga é… Joel! Um dia antes, o Atlético Paranaense já havia trocado Renato Gaúcho por Antônio Lopes.
A diretoria do Cruzeiro não escondeu o motivo da saída de Joel: inconstância de resultados. Mesmo reconhecendo que o time que foi goleado em casa pelo Figueirense contava com vários reservas, entre eles “garotos”, os 4 a 2 sofridos no Ipatingão pesaram na decisão. Antes da saída de Joel, outro assunto complicado para os dirigentes foi a declaração de Roger na saída de campo, reclamando da “falta de casa” da equipe, que joga em Sete Lagoas, Uberlândia, Ipatinga, na ausência do Mineirão, em obras para a Copa do Mundo de 2014 no Brasil.
No Bahia, o sempre ponderado René estava abatido, e admitiu, depois do empate com o América Mineiro, que o empate podia até ser festejado, pela conquista de um ponto numa noite de atuação muito fraca.
A segunda rodada do returno prossegue neste sábado, 3, com duas equipes que se enfrentaram quarta-feira voltando a campo, às 18h. O Fluminense, sem Fred e Leandro Eusébio, suspensos, e ainda buscando a regularidade, recebe o Atlético Goianiense, que vem de cinco vitórias consecutivas, no Estádio Raulino de Oliveira, em Volta Redonda. Já o São Paulo, que a cada oportunidade de se aproximar dos líderes não vence, sai de casa para encarar o Figueirense no Estádio Orlando Scarpelli.
Já o Atlético Mineiro recebe o Avaí, no mesmo horário, em Sete Lagoas. O Galo mineiro vem da quebra da sequência de derrotas, alcançada diante do Atlético Paranaense (1 a 0), O Avaí conquistou duas vitórias empolgantes nas últimas rodadas, também fugindo da zona de rebaixamento, ambas pelo placar de 3 a 2: no clássico diante do Figueirense, vencido com muita raça, e quando recebeu o Flamengo, que briga pelo título brasileiro.
Ricardo Gomes tem quadro de agitação e volta a ser sedado
Na última quinta-feira, Ricardo Gomes esboçava as primeiras reações ao reconhecer os familiares e até mesmo ao saber da vitória do Vasco sobre o Ceará por 3 a 1. Havia, inclusive, a expectativa de ele retirar o tubo de respiração artificial. No entanto, na noite de quinta, o treinador vascaíno apresentou um quadro de agitação após receber a visita de amigos próximos como o ex-atacante Romário e o médico do Flamengo, José Luiz Runco, e precisou ser levemente sedado. Com isso, ele voltou a ser sedado e entubado, segundo o boletim médico, deve permanecer assim por pelo menos mais 24 horas.
Segundo o médico do Vasco Alexandre Campello, que conversou com os médicos que cuidam de Ricardo Gomes nesta sexta-feira, a intenção é manter os sedativos até domingo.
– É perfeitamente normal um quadro de agitação. Foram muitas visitas e muita emoção. Quando os sedativos forem retirados, este quadro deve se repetir. Mas aí isso irá acontecer em um cérebro cada vez mais estabilizado. Volto a dizer que a evolução está muito boa, o hematoma regrediu completamente e a pressão intracraniana está normal. A sedação dá tempo de normalizar ainda mais e a intenção da equipe é mantê-la até domingo – afirmou Campello.
A agitação ocorreu em função do alto número de visitas. Diferentemente dos primeiros dias, quando apenas os familiares entravam no CTI, na quinta-feira, todos os que foram ao Hospital Pasteur, na Zona Norte do Rio de Janeiro, tiveram a oportunidade de ter um contato direto com Ricardo Gomes. Romário foi um deles. O atual deputado federal deixou o local aos prantos, segundo pessoas que presenciaram a cena.
Outra visita que mexeu muito com Ricardo Gomes foi a do médico do Flamengo e antigo diretor do Pasteur, José Luiz Runco. Runco foi um dos principais responsáveis pelo atendimento ágil ao treinador vascaíno ainda no campo do Engenhão. Ao perceber a presença do médico, Ricardo Gomes teria, inclusive, tentado abraçá-lo.
Na quinta-feira, quando foi realizada a última coletiva do trio de médicos que acompanha diretamente o caso, foi dito por eles que esta agitação é considerada normal em pacientes com este quadro. Mas após o acontecido, as visitas no CTI voltaram a ser restritas apenas aos familiares.
A boa notícia ficou por conta da última tomografia computadorizada realizada. Foi confirmada um bom aspecto sem qualquer evidência de complicação. Com isso, o cateter cerebral – aparelho que media de maneira constante a pressão intracraniana – foi retirado.
As reavaliações clínicas e neurológicas são constantes e qualquer novidade será noticiada através de boletins. Ainda não há uma previsão de alta no CTI.
Informações: agências de notícias e globoesporte.com