A queda de rendimento do Tupi no empate em 1 a 1, contra o Brasil de Pelotas, no sábado, 21, chamou a atenção do novo treinador carijó Ricardinho. Durante a entrevista coletiva após a partida, o técnico destacou essa questão em vários momentos. Segundo ele, é necessário buscar um equilíbrio para dar sequência ao trabalho. Essa é uma reclamação constante em relação ao time de Santa Terezinha. Ricardo Drubscky e Estevam Soares, que também comandaram a equipe nesta Série B, já comentavam esse aspecto.
Outro fato curioso em relação ao jogo foi o baixo público. A fria e chuvosa noite de sábado não atraiu o torcedor juizforano. Mais uma vez, o número de presentes ao Estádio Municipal Radialista Mário Helênio foi inferior a mil. Apenas 856 pessoas compareceram, sendo 551 pagantes, para uma renda de R$ 10.620,00.
Como ficou
O placar do jogo de sábado em Juiz de Fora e a combinação de outros resultados da rodada deixaram o Carijó a cinco pontos de distância do primeiro time fora da zona de rebaixamento. O Carijó soma 26, contra 31 do Oeste. Foi mais uma oportunidade desperdiçada de diminuir a diferença na pontuação e começar a sair do sufoco,como já ocorreu em diversas rodadas da competição.
Nesta 27ª rodada, os outros três times da zona de rebaixamento – Bragantino, Sampaio Corrêa e Joinville – perderam suas partidas e o Tupi somou apenas um no empate diante do Brasil. O Oeste, primeiro ora do Z-4, ainda perdeu em casa, o que aumenta a frustração do torcedor alvinegro juizforano. Caso o Tupi vencesse, a diferença para o Oeste seria hoje de três pontos.
Confira, abaixo, os resultados da 27ª rodada
Nova projeção
Na 28ª rodada, o Tupi volta a ser visitante e enfrenta o Luverdense na noite de sexta-feira. Companheiros da zona de rebaixamento, Sampaio Corrêa (contra o Vila Nova-GO) e o Bragantino (diante do CRB) atuam em casa. A partida do Sampaio, porém, foi reprogramada para o distante 25 de outubro.
Como começou a 28ª rodada
O Joinville, que teoricamente tinha o compromisso mais difícil, ao visitar o vice-líder Atlético, de Goiás, acabou conquistando um ponto, empatando nos instantes finais. No primeiro jogo oficial do novo Estádio Olímpico Pedro Ludovico, em Goiânia (GO), o Atlético-GO abriu o placar no primeiro tempo diante do Joinville, com um golaço de Jorginho, aos 18. Nos acréscimos, aos 48 minutos da etapa final, Fernando Viana igualou, fechando o placar em 1 a 1. Com o resultado, o Dragão chegou a 49 pontos, e ficou a dois de distância do líder Vasco da Gama, que joga pela 28ª rodada da Série do Campeonato Brasileiro no próximo sábado, contra o Náutico. O JEC, com 25, segue na vice-lanterna da competição.
Já o Brasil de Pelotas-RS conquistou uma importante vitória sobre o Ceará nesta terça: 2 a 1 e volta ao G-4 da competição, subindo para o terceiro lugar, com 44 pontos. O Vozão, que não vence há 11 jogos, tem 40 e permanece na nona posição. Após quatro jogos sem vitória, o Brasil voltou a somar três pontos nesta rodada. Os dois gols do triunfo saíram dos pés de Gustavo Papa, de pênalti. Aos dez minutos do primeiro tempo, o zagueiro Charles deu um puxão em Cirilo, e o árbitro marcou a falta. Papa bateu firme no canto direito e fez 1 a 0. Em menos de três minutos depois, foi a vez de Douglas Marques puxar Felipe Garcia dentro da área. Novo pênalti, nova cobrança de Gustavo Papa. O atacante acertou o mesmo canto do goleiro Éverson, que acertou o lado, mas não conseguiu fazer a defesa: 2 a 0. Sem tempo para descansar, o Ceará descontou aos 20 minutos. Bill recebeu no meio da área e passou para Eduardo, que bateu no ângulo de Eduardo Martini: 2 a 1, placar final.
Confira os jogos da 28ª rodada
Confira a integra da coletiva de Ricardinho, após sua estreia como técnico do Tupi diante do Brasil (RS):
Jogo
Acho que o nosso primeiro tempo foi bom. Fizemos um jogo consistente, criamos jogadas que poderíamos ter tido um resultado maior. Infelizmente, só fizemos um gol e fomos para o intervalo com uma vantagem importante, mas que poderia ter sido maior.
O gol (sofrido) foi em uma bola parada, um lance de desatenção. A bola parada exige atenção ao extremo. Na verdade, o jogo de futebol exige, do primeiro ao último minuto, concentração e atenção. Nosso segundo tempo foi inferior ao primeiro. Acho que em virtude de poder acreditar. Quando você está vencendo e na zona de rebaixamento, tem que buscar não só ampliar como também uma postura de inibir o adversário. Ou seja, se posicionar bem e aproveitar os espaços que o adversário vai te proporcionar. Foi o que comentamos no intervalo, mas não conseguimos colocar isso em prática. No segundo tempo, até os dez minutos, fizemos isso e depois nós passamos a nos segurar. Nos limitamos enquanto equipe. Roubávamos a bola e entregávamos. O Brasil de Pelotas também não conseguia criar oportunidades, era um jogo igual, só que acabamos tomando o gol de bola parada. Depois do gol, tomamos a iniciativa de novo. Essa postura é a que temos que ter quando estivermos em vantagem. Isso é claro. Às vezes a concentração do jogador não consegue, nesse momento, ter efetividade.
Próximo passo
Acho que ponto é buscar a mentalidade de que podemos buscar mais, temos condições. Melhorar a equipe em alguns aspectos. Não podemos ter um primeiro tempo efetivo e o segundo mais ou menos. Não podemos abaixar o ritmo. A Série B exige que você tenha uma regularidade de jogo, de postura. Não que o Brasil tenha criado muitas chances, o jogo estava igual, só que podemos buscar mais. Temos que continuar e acreditar. Estamos iniciando o trabalho. Hoje perdemos a oportunidade de ter vencido uma equipe que está buscando o acesso e tem um trabalho já há algum tempo.
Comportamento
Não acho que a equipe tenha tido nenhum tipo de apatia, nessa partida. Pelo contrário. No primeiro tempo fomos bem, mas no segundo tivemos essa baixa intensidade, por circunstância da vantagem. Às vezes a gente fala isso e quem não acompanha muito futebol, ou o torcedor, não entende como isso acontece. Acontece. O jogador às vezes quer segurar o resultado e esse fato acaba trazendo prejuízo. É um passe que ao invés de ir pra frente, buscar o segundo gol, não vai, erro de passe, domínio, recuo. São situações que prejudicam.
Responsabilidade
Acho que não houve falta de responsabilidade. Quando falo em responsabilidade é porque, cada vez mais, temos que ter. Não é que falte, mas temos que manter. Responsabilidade, disciplina, entendimento, trabalho, evolução têm que existir para ter um ambiente bom no futebol.
Temos que ter atenção ao desgaste dos jogadores, mas temos entender que precisamos de todos. A parte física é importante dentro desse ritmos de jogos. Quando chega um profissional, às vezes muda um pouco a filosofia de trabalho, mas precisamos da velocidade, do ritmo, o tempo todo. Lógico que precisamos cuidar dos jogadores para que não haja nenhum tipo de problema com os jogadores.
Hiroshi
Acho que ele cumpriu a função. Conseguiu se posicionar bem e ter efetividade de jogo. Nosso rendimento caiu e a recomposição do meio de campo estava com problema no segundo tempo. A recomposição estava lenta e dávamos oportunidade para o Brasil esticar a bola. Tentamos arrumar com o Recife, até pelo desgaste do Hiroshi, que vem de lesão. Ele precisa fazer essa recomposição. Enquanto fez, estava ótimo. Depois precisei mudar. O caminho é esse. São ajustes. Os jogadores se adaptam a algumas posições, às vezes não. É importante o treino para que possamos observar melhor. Pode tudo no treino, desde que tire conclusões.
Texto: Toque de Bola
Fotos: Divulgação Tupi FC
Classificação: CBF
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