Renato Miranda dá dicas para quem deseja ser um “atleta vencedor”

O professor da Faculdade de Educação Física da UFJF, Renato Miranda, lançou o livro “Reflexões do esporte para o desempenho humano” na quinta-feira, 29, no Museu de Arte Murilo Mendes (MAMM). A convite do  Toque de Bola, ele abordou com mais detalhes a importância do atleta, e qualquer outra pessoa, aliar suas aptidões físicas, esportivas e mentais para se tornar vencedor.

– Como os atletas devem lidar com suas aptidões?

Hoje, no esporte competitivo – ou em qualquer outra área de alto nível, as exigências e as demandas são cada vez maiores. O que se observa é que nas disputas olímpicas, mesmo no futebol profissional, a diferença de uma equipe para outra diante da derrota e da vitória é coisa mínima. O livro propõe que, cada vez mais, a gente invista na formação do atleta para que ele tenha a exata consciência de que precisa cuidar do corpo, preparar sua mente em alto nível e suas emoções para não só conseguir os resultados esperados, mas também para deixar como modelo para as gerações que vão surgir”.

 – Quais são as propostas práticas para que um atleta seja vencedor?

. Primeiro: ter comportamento, dentro e fora do esporte, compatível com a manutenção da saúde em alto nível;   

. Segundo: organizar, através de treinamento mental, como ele pode melhorar sua performance, seu desempenho;

. Terceiro: qualificar, cada vez mais, suas aptidões de ordem física e técnica.

“De um modo geral, o atleta moderno possui alto nível dentro de quadra ou dentro de campo, mas também precisa ter fora deles. Isso protege a parte emocional, mental e física, e é o que temos visto nos últimos anos nos mundiais, nas Olimpíadas, na própria Copa do Mundo. Às vezes, a maioria das disputas é decidida por milésimos ou décimos de segundo, em pequenos detalhes. A Espanha, por exemplo, foi a última campeã do mundo, o grande time do mundo no futebol, mas, das oitavas de final até a final, ganhou todos os jogos de apenas 1 a 0”…

– Como funciona um “treinamento” mental?

Ele é feito por especialistas e é, basicamente, o atleta planejar, programar exatamente tudo aquilo que precisa fazer nos treinos e nas competições, ou seja, aquela ideia do atleta só agir por instinto não supre mais as demandas. O instinto, a habilidade etc., ainda são importantes, mas isso não basta. É preciso fazer uma programação de treinamentos específicos, envolvendo dinâmicas de concentração, para que o atleta possa agir cada vez melhor nas táticas do jogo. Atualmente, ele é quase um ‘intelectual dos esportes’, de tanta exigência”.

– Os atletas que seguirem as propostas do livro podem ser “vencedores” nos próximos grandes eventos esportivos, como as Olimpíadas de 2016? 

“Os primeiros resultados podem até aparecer, mas ainda não serão concretos. O que o livro oferece é o  primeiro passo, o momento oportuno para que os atletas comecem a plantar todos estes conceitos e deem frutos no futuro.

O livro “Reflexões do esporte para o desempenho humano” possui apresentação do jornalista esportivo Tino Marcos e posfácio do ex-jogador e técnico Zico.

Entrevista a Priscila Oliveira, do  Toque de Bola

Foto: Humberto Nicoline

Este post tem 2 comentários

Deixe seu comentário