Vancouver (Canadá), 17 de junho de 2011
O quebra-quebra iniciado em Vancouver logo depois da derrota para o Boston Bruins na final da NHL, a liga profissional de hóquei no gelo, foi controlado pela polícia na noite de quarta-feira, mas o tumulto deixou 150 feridos. A informação é da agência de notícias Associated Press. O chefe de polícia, Jim Chu, não informou um número exato, mas afirmou que houve quase cem prisões.
Mesmo com tantas pessoas envolvidas em brigas e atos violentos, o caos que tomou conta de parte da cidade teve cenas como a da foto acima, em que um casal aproveitou a ação policial e encontrou um espaço “tranquilo” para namorar em público.
O tumulto começou com torcedores dos Canucks enfurecidos ateando fogo a um carro de polícia. Em seguida, outros veículos foram virados e lojas foram saqueadas. Segundo a prefeitura, 29 lojas sofreram danos. Os números da polícia foram divulgados em entrevista coletiva concedida nesta quinta-feira: nove oficiais foram feridos, mas nenhum ficou em estado grave.
Fotógrafo não percebeu na hora que casal estava se beijando, ou seria socorro à menina machucada?
É o único momento romântico da noite de quebra-quebra em Vancouver (terceira maior cidade do Canadá), que deixou 100 pessoas presas e 150 hospitalizadas (40 esfaqueadas ou com contusões graves na cabeça). E nem o autor sabe ao certo se se trata de um beijo ou de socorro à menina machucada.
Entre bombas de efeito moral e empurrões da polícia, o fotógrafo Richard Lam registrava o quebra-quebra promovido pelos torcedores do time de hóquei Vancouver Canucks, que perdeu o título jogando em casa, quando notou a silhueta de duas pessoas no chão.
– A polícia de choque avançava na minha direção. Quando acabei de correr, notei o vazio atrás do cordão de policiais e as duas pessoas no meio da rua vazia, com o fogo ao fundo. Achei que uma delas estava machucada – contou Lam em entrevista ao jornal inglês Guardian.
Algumas fotos depois, a cena tinha se perdido.
– O caos era completo. De um lado, vândalos tocaram fogo em dois carros. Do outro, destruíam as vitrines de uma loja de departamentos. E a polícia empurrando.
Lam não sabe quem são e não conseguiu falar com o casal. Passou a quinta-feira olhando a própria foto sem chegar a conclusão: é fruto de paixão ou de dor? Um beijo alheio à violência ou carinho na amada ferida?
– Sabia que eu tinha capturado um ‘momento’ quando flagrei as silhuetas imóveis contra um pano de fundo tão caótico. Mas só depois, quando começava a arquivar as imagens, meu editor disse que as duas pessoas não estavam feridas, mas se beijando! Continuo olhando a foto e não sei o que pensar.
Texto: www.globo.com
Foto: Richard Lam – Getty Images