Nesta semana, através da inserção na Onda Amarela do Minas Consciente, o Governo de Minas autorizou academias, escolas esportivas e clubes a reabrirem nas partes do estado que fazem jus ao momento do protocolo criado para a retomada das atividades nos municípios mineiros.

  A partir deste sábado, dia 22, obedecendo orientações específicas (veja arte ao lado) e mantendo os protocolos de prevenção à covid-19 já adotados, os locais estão autorizados a reabrirem.
  Mas, no que diz respeito aos clubes juiz-foranos, a orientação é aguardar a próxima reunião do Comitê Municipal de Enfrentamento e Prevenção à Covid-19 de Juiz de Fora e as orientações da Prefeitura. As academias também levarão um tempo para se adaptar às novas regras de funcionamento.

Cautela    

  O presidente do Sindicato dos Clubes de Minas Gerais (Sindiclubes), Marcelo Guedes Barra, alerta que ainda há muitas dúvidas sobre como se dará essa reabertura.
  De acordo com o dirigente local, as associações juiz-foranas irão aguardar a próxima quinta, dia 27, quando o Comitê Municipal de Combate e Prevenção à Covid-19 ser reúne para esclarecer sobre o processo.

  “É bom deixar claro, porque tenho recebido muitas mensagens, que os clubes não reabrirão de pronto neste momento. Já estamos em contato com os presidentes e a secretária Leila (Machado, de Esporte e Lazer). Iremos aguardar o Comitê e as orientações da Prefeitura. Ainda não há uma diretriz clara”, explica.

Prefeitura

  De forma oficial, a Prefeitura informou que “as medidas do Minas Consciente entram em vigor automaticamente, conforme decreto municipal vigente.” De acordo com a nota do Executivo juiz-forano, “ponderações no âmbito municipal e definições de regras locais ainda podem acontecer, mas, no momento, não há previsões neste sentido.”

Complicadores

  Segundo Barra, a autorização para reabertura de academias deve gerar questões nos clubes, assim como a liberação de aulas de escolinhas esportivas.

  “Alguns clubes têm academias e outros alugam os espaços. Mas eles permanecendo fechados em seu restante, como irão abrir somente a academia? Os demais sócios questionarão. Assim como, se houver uma aula de futebol, por exemplo, os vestiários terão que ser abertos. Como manter o distanciamento em atividades com crianças? São questões que necessitam um olhar mais aprofundado”, acredita o presidente.

  Coordenador do Projeto Basquetebol do Futuro (PBF)/Olímpico, Sérgio “Marreco” Rodrigues, vislumbra algumas soluções para atividades de ensino de esportes coletivos. Mas, não acredita que o retorno imediato seja possível. “Teriam que ser treinos individualizados, cada aluno com sua bola, com higienização. Mesmo assim, seria muito difícil. Nós, no PBF, com o tempo, nos tornamos um trabalho social. Lidando com alunos em um contexto que não permite o distanciamento nas comunidades e falta de informação. Por isso, ainda estamos avaliando essa volta. De imediato, ainda não”, diz.

Adaptando 

  Rodrigues também é proprietário da Action, academia localizada no Centro, e não pretende reabrir até conseguir fazer as adaptações necessárias. “No nosso modo de operar, muda muito. Vamos ter que nos adaptar. Por isso, o planejamento é reabrir a partir do dia 31 de agosto”, conta Sérgio, que manteve seu estabelecimento fechado e promoveu aulas online para os alunos.

  Para Rodrigues, há vantagens e desvantagens na reabertura. “Chega como esperança, até mesmo pelo aspecto financeiro. E vai ajudar as pessoas que necessitam fazer atividades por problemas como obesidade, diabetes, além da saúde mental. Mas, por exemplo, o agendamento deve ser um desafio. A musculação tinha uma flexibilidade de horários, agora não mais. Nos períodos de pico, teremos que selecionar. Isso pode ocasionar perda de alunos”, prevê.

Manter-se no mercado

  O educador físico, Léo Esterci, do Espaço Renova, no Morro da Glória, também pretende reabrir somente dentro de mais alguns dias. “Devo retornar aos atendimentos somente na segunda-feira, dia 31. Terei que preparar o espaço, ajustar aos protocolos e pegar de volta os esquipamentos que foram emprestados aos alunos”, conta o professor que também apostou em aulas online durante a suspensão de atividades.

  Acreditando em um retorno complicado, Esterci – que divide com a esposa, Luciana Fernandes, especialista em pilates, os atendimentos – está esperançoso. “Perdi 50% dos meus alunos, terei que refazer grade de horários e diminuir o número por hora. Vamos diminuir em 10 minutos o horário das aulas para dar tempo de fazermos a higienização. Os gastos com a limpeza irão aumentar consideravelmente. Compramos todo material de bio segurança para nos proteger também. Não é hora de pensar em lucro, e sim em manter o negócio vivo no mercado.”

Texto: Toque de Bola – Wallace Mattos

Fotos: Facebook Clube Bom Pastor; Facebook e divulgação Espaço Renova; arquivo Toque de Bola