O 28º Ranking de Corridas de Rua de Juiz de Fora já está cercado de algumas polêmicas antes mesmo da primeira corrida, de um total de 13 etapas programadas.
O Toque de Bola, que publica os resultados completos das corridas locais e está em contato permanente com corredores, equipes e organizadores, conversou com alguns atletas e a Secretaria de Esporte e Lazer, para buscar esclarecer alguns pontos.
Valor das inscrições
O preço de R$ 40 por prova, valor que aumenta para R$ 60 a duas semanas de realização de cada etapa, é um dos pontos abordados.
Afrânio Ramos postou o seguinte comentário: “Gostaria que o Sr Francisco Canalli utilizasse este espaço para vir a público explicar, detalhar se possível com uma planilha a justificativa para cobrar um valor R$ 40,00 pela corrida. Não é uma crítica e sim uma sugestão, abra esta planilha de custos para quem se interessar”. Maurício Mazetti, há muitos anos participando das provas, também questionou, junto ao Toque e nas redes sociais, o aumento no valor.
O Secretário de Esporte e Lazer respondeu ao Toque de Bola que, já no ano passado, os patrocinadores das provas solicitavam este aumento na taxa de inscrição. “No ano passado, resistimos, conseguimos deixar em R$ 30, mas para essa temporada eles alegam que os custos de quem promove as corridas aumentaram muito. Material dos kits, infra-estrutura, enfim, ficou insustentável manter o mesmo preço de R$ 30”.
Canalli também esclareceu que a Secretaria de Esporte e Lazer não fica com qualquer eventual lucro das corridas realizadas. “A Secretaria de Esporte e Lazer não leva um por cento desse dinheiro, nenhum tipo de vantagem”. O dirigente reforça: as empresas que se candidatam a patrocinar as etapas é que arcam com a despesa ou ficam com algum lucro.
Projetos sociais e equipes infantis
A conhecida atleta Viviany Anderson de Oliveira fez um desabafo nas redes sociais, dizendo que não iria mais participar do Ranking de Corridas de Rua de Juiz de Fora, e ainda estaria avaliando se vai levar as crianças dos projetos sociais que ela coordena para disputarem as provas, porque não haveria isenção para as crianças.
NOTA DA REDAÇÃO: Antes de focar exclusivamente este ponto, há uma questão que deve ser considerada, pelo que apuramos no Toque de Bola. Viviany atuou na atual gestão da SEL e sua saída provoca, ainda hoje, declarações divergentes. Essa situação, pelo que percebemos na apuração, foge um pouco ao questionamento do Ranking. Decidimos não entrar no mérito dessa passagem da atleta pela SEL, porque fugiria ao debate que nos propusemos.
No que diz respeito ao Ranking, a polêmica sobre a participação das crianças e/ou de projetos sociais continua. Viviany alega que somente depois que ela tornou público que as crianças pagariam o mesmo valor que os adultos, e ainda considerando isso injusto, uma vez que elas nem disputam todo o percurso, a entidade passou a divulgar o recadastramento das crianças envolvidas em projetos sociais.
Viviany publicou em sua página no facebook, um “comunicado aos pais, amigos e colaboradores: a cada ano está mais difícil fazer inscrição dos meus alunos nas corridas do Ranking de Juiz de Fora. Este ano resolvi jogar a toalha e mudar a tática. Como não tenho como pagar as inscrições, somente as crianças que os pais podem levar nas corridas irão competir. Somente na Corrida Camilo dos Santos tenho cortesia das inscrições elas vão participar”.
A SEL já manifesta outro posicionamento. Informa que pela primeira vez este ano – segundo a SEL, não havia um número certo e pré-definido- o Ranking estabeleceu um número de 200 vagas para crianças de projetos esportivos. Caberia ao responsável de cada projeto fazer a inscrição, e então a Secretaria iria analisar para atender ao limite de 200, no total, de acordo com critérios estabelecidos pela entidade.
Até a manhã desta terça-feira, 18, a informação é que Viviany não teria inscrito ainda as crianças de seu projeto neste cadastramento. No contato mais recente que fizemos com a atleta, ela disse que tem interesse em levar as crianças que treina para participarem das provas.
“Acredito que R$ 40 por uma corrida para adulto não é caro, em função do investimento feito por quem promove, sabemos que o custo é alto, nós lutamos é por uma condição diferenciada para as crianças”, completa Viviany.
“Neste recadastramento dos projetos sociais, vamos dar chances a todos e chegar ao limite de 200 crianças, de forma justa e controlada”, garante a SEL.
Participação em reuniões
Um outro ponto frequentemente abordado por atletas e coordenadores de equipes, principalmente, é que não houve uma convocação para que pelo menos alguns representantes pudessem participar da reunião ocorrida antes do carnaval, com os promotores das provas e a SEL.
“Entendo que eu teria que ser chamada, sim. Eu estive trabalhando na SEL, sou uma atleta que sempre defendi o nome de Juiz de Fora em corridas por todo o Brasil, sou professora de Educação Física, atleta e mãe de atleta. Neste ponto, acredito que tinha, sim, que ser ouvida, porque desde o ano passado vinha colocando para eles a necessidade de uma atenção maior para as crianças, até mesmo para uma renovação. No feminino, em primeiro lugar nas provas geralmente estamos eu, a Andriléa Carmo ou a Zirlene Santos, todas com mais de 40 anos, isso mostra que não está havendo renovação. Se alguém se dedica a treinar as crianças e levá-las a disputar o ranking, isso deveria ser mais valorizado”.
Sobre a participação de representantes na reunião citada por Viviany, a SEL manifestou-se da seguinte forma: embora não haja uma convocação para atletas ou equipes, não é proibida a presença de atletas ou representantes das equipes. “Não dá para chamar todo mundo”, defende-se Canalli. O encontro que gerou polêmica, inclusive, segundo informações do Secretário de Esporte e Lazer, contou também com um conhecido participante do Ranking, Gilberto de Mello, o Giba, autorizado a participar das discussões.
Mudanças na chegada das equipes
Outra situação levantada por participantes tradicionais do Ranking, como Fernando Costa, integrante da equipe SuperAmigos e associado do Panathlon Club de Juiz de Fora, diz respeito às equipes que tradicionalmente participam com dezenas de atletas em todas as etapas do calendário oficial de Juiz de Fora.
Consultamos tanto o Secretário de Esportes como o novo coordenador do Ranking, Daniel Fontinelli, sobre a mudança. Inicialmente, Canalli disse que o objetivo da alteração partiu de uma queixa dos patrocinadores, sob a alegação de ter que esperar a chegada de muitos competidores para definir a classificação das equipes estava atrasando demais a cerimônia de premiação, até mesmo “esvaziando” a entrega de prêmios. Com o atraso, segundo relato da SEL, somente aqueles competidores já certos que subiriam ao pódio aguardavam a solenidade, desvalorizando a premiação.
Já em contato com Fontinelli, ele disse ao Toque de Bola que em função da reivindicação de alguns corredores, houve uma adaptação sobre a proposta inicial, que indicava bastar a cada equipe ter um integrante entre os 50 primeiros colocados na classificação geral da prova.
Clique sobre o anexo, abaixo, para conhecer a íntegra do Regulamento Geral do 28º Ranking de Corridas de Rua:
Fotos: Arquivo Toque de Bola (Corrida Dois de Ouro, edição 2013)
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O s organizadores do referido rang deveriam valorizar mais os atleta no geral uma vez que se paraticipa de um rang com 13 etapas e os 05 primeiros sempre recebem trofeu e muito justo mas quando chega o final do rang o campeão ira tambem ganhar um trofeu e os vencedores das faixas receberão medalhas porque não retirar uma parte dos dinheiro arrecado em cada prova para premiar tanto os campeoes gerais como os vencedores das faixas no final da ultima etapa temos que prestigiar e valorizar visto que sem os atletas não haveria o rang .
Eu desafio o Secretário de Esporte mostrar publicamente os custos que ele alega com estrutura dos organizadores, pois vejamos: A via é cedida gratuitamente pela prefeitura, os agentes de trânsitos são cedidos gratuitamente pela prefeitura, alguns funcionários são cedidos gratuitamente pela prefeitura, os tapetes são cedidos gratuitamente pela prefeitura, os chip’s são cedidos gratuitamente pela prefeitura, o cronometro é cedido gratuitamente pela prefeitura, a água em alguns casos é cedida gratuitamente pela cesama. O que restou para o “organizador” ? Camisa,medalhas,troféus,estagiários,som, frutas. Assim podemos ver que a dita “parceria” Pública/Privada beneficia somente ao lucro absurdo que organizadores chegam a ganhar em cada corrida. Assim as corridas deixaram de ser um mecanismo de inclusão para ser de exclusão e favorecimento.Por isso a Equipe Via Rústica não irá mais participar de qualquer corrida em nossa cidade.
Deveriam rever algumas coisas, R$ 40 não é muito para alguns mas fica pesado para outros. Uma boa opção seria ofecer um kit econômico sem as famosas camisas que aumentam muito os custos dos organizadores e assim: uma taxa de inscrição mais barata. Eu me inscrevo em uma prova para participar de uma corrida e não para “ganhar” uma camisa. O jeito é ser mais seletivo com as provas do ranking e não participar de todos as etapas, infelizmente.
virou evento de burgues!!
O lucro das corridas, que não é pouco, deveria ser encaminhado p instituições de caridade, afinal as empresas patrocinadoras devem apenas expor sua marca e não ficar com o lucro, afinal pelo kits que recebemos o custo de 40 reais está mt caro e tem que haver um projeto social nestas corridas pq está ficando mt elitisada, tem que premiar as faixas hetarias.
Entao que as empresas que “patrocinam” as etapas venham a publico explanar suas respectivas planilhas. O unico “lucro” para estas empresas deveriam ser a exposicao da marca e sua respectiva associacao da marca ao esporte