Mirassol (SP) e Floresta (CE) possuem muita história para contar e com vários pontos em comum.

  O primeiro é que ambos foram fundados no mesmo dia: 9 de novembro. Os primogênitos foram os leões paulistas em 1925. Os lobos cearenses surgiram em 1954.

  Outro ponto é ter o verde entre as cores oficiais. O terceiro é que os dois realizaram neste ano a melhor campanha de suas histórias na Série D.

  E, depois de deixar outros 62 clubes para trás na competição iniciada em setembro de 2020, eles escrevem de forma conjunta o novo capítulo a partir deste fim de semana: quem vai ficar com a taça.

  Será o confronto entre o time que conquistou as vagas nas semifinais e final fora de casa, o Floresta, contra a equipe que se caracterizou por fazer bons resultados nas partidas de ida, independente do mando, o Mirassol.

O Lobo de olho no título

  Pela segunda vez na série D, é a primeira vez que o Floresta chega à decisão de um campeonato nacional. Foi fundado como “Às de Ouro” por Felipe Santiago e se tornou conhecido no futebol amador.

  Em 1965, as antigas arquibancadas do estádio Presidente Vargas foram doadas ao fundador pela prefeitura de Fortaleza. O time, já rebatizado de Floresta pela esposa do fundador, dona Noelzinda, ganhou um estádio: Estádio Manoel Sátiro.

  Nesta época, pela dificuldade de acesso a materiais esportivos, Felipe Santiago trouxe de São Paulo uniformes verde e amarelos, como os da Seleção Brasileira.

  O sonho do fundador de que o time usasse as cores verde e branco só se tornou possível em 2015, quando o clube foi comprado pelo empresário Sérgio Teixeira e se profissionalizou. O investimento resultou em um centro de treinamento para as categorias de base e para o time profissional  

Em 2015, foi vice-campeão da terceira divisão do Campeonato Cearense e subiu para a segunda divisão. Permaneceu por dois anos e subiu para a elite ao ser vice-campeão em 2017. Em 2020, o time terminou no penúltimo lugar e foi rebaixado para a segunda divisão em 2021.

A equipe venceu a Copa Fares Lopes de 2017. E disputou a Copa do Brasil em 2018, mas não passou da primeira fase.

  Nesta semana, o time anunciou a permanência do técnico Leston Júnior para a temporada 2021. Na série D,  terminou em terceiro no grupo A3, com 24 pontos em seis vitórias, seis empates e duas derrotas: 57% de aproveitamento. 

   Na segunda fase, venceu em casa e empatou na volta contra o Itabaiana (SE). Nas oitavas, passou pela Sociedade Esportiva Juventude (MA) com um empate e uma vitória. Nas quartas-de-final, eliminou o América em Natal. Nas semifinais, após empate em Fortaleza, venceu na casa do Novorizontino e festejou a vaga na decisão.

O Leão quer reinar na série D

  Depois de cinco disputas de série D, também será a primeira decisão de um torneio nacional para o Mirassol, que surgiu para representar a cidade em amistosos e torneios regionais.

  A profissionalização veio com 26 anos, em 1951, quando disputou o então Campeonato Paulista da Segunda Divisão, a atual Série A2.

  No ano seguinte, a equipe voltou ao amadorismo e só tentou novamente em 1960, na Terceira Divisão, a atual Segundona. E subiu para a Segunda Divisão, atual Série A3, em 1961.

  Ganhou um rival no município o Grêmio Recreação e Esportivo Cultura (GREC). Em 1964, Mirassol e GREC se uniram no Mirassol Atlético Clube, que usava as cores azul e branco e representou a cidade por 18 anos, participando de 11 Campeonatos Paulistas. Em 1981, a parceria foi desfeita.

  Em 1982, o Mirassol Futebol Clube, novamente amarelo e verde, voltou aos gramados. Subiu e ficou na Segunda Divisão até 1993. Com a mudança para o atual sistema em 1994, o Mirassol ficou quatro temporadas na Série A3, subindo para a Série A2 em 1997, ao ser campeão. Em 2003, foi rebaixado, mas voltou no ano seguinte. E em 2007, conquistou a vaga à elite.

  Em 2008, ficou em oitavo lugar e sétimo no ano seguinte. Em 2011, chegou às quartas de final do Paulistão, onde foi eliminado pelo Palmeiras. Em 2013, foi rebaixado e retornou em 2017, após ser vice-campeão Paulista A-2, em 2016. E em 2020, conquistou o melhor resultado: foi o terceiro colocado.

  Em 95 anos, jogou a Série C em 1995 e 2008. Participou de 16 edições da Copa Paulista e duas vezes chegou às semifinais, em 2008 e em 2019.

  Nesta série D, o Mirassol foi o segundo colocado no grupo A7 com 26 pontos em sete vitórias, cinco empates e duas derrotas. Na segunda fase, venceu o Caxias nos pênaltis.

  Nas oitavas, o time de Eduardo Baptista avançou mesmo após perder na volta para o Brasiliense, porque goleou em casa. E nas quartas, venceu os dois jogos contra a Aparecidense. Após golear no primeiro jogo, o Mirassol venceu o Altos no Piauí com gol de Fabrício Daniel e avançou para a decisão

Em busca da taça inédita

  O Floresta é o anfitrião do primeiro jogo, no sábado, 30, será na Arena Castelão, às 16h, com arbitragem de Jefferson Ferreira de Moraes, auxiliado por Edson Antonio de Sousa e Tiago Gomes da Silva.

  Por ter feito melhor campanha que o adversário, o Mirassol decidirá em casa, no Estádio José Maria de Campos Maia, em 6 de fevereiro, também às 16h.

  Os dois entram na finalíssima em pé de igualdade. Quem vencer, fica com o título. Se houver empate após os 180 minutos, o futuro dono da taça será conhecido nas penalidades.

Texto: Toque de Bola – Roberta Oliveira, com informações do ge.globo, redes sociais e sites oficiais dos clubes, e site da CBF

Imagens: @florestaec/reprodução; @mirassolfc/reprodução