O Tupynambás conseguiu avançar na série D e agora começa a fase eliminatória. Para seguir em frente, precisa levar a melhor em jogos de ida e volta. Como terminou em quarto no grupo A6, vai enfrentar o primeiro do grupo A5.
E este é o motivo que trará de volta ao Estádio Municipal Radialista Mário Helênio, depois de sete anos, a Associação Atlética Aparecidense. O primeiro jogo em Juiz de Fora e a decisão em Aparecida de Goiânia.
Fundado em 22 de outubro de 1985, a Aparecidense manda os jogos no Estádio Anníbal Batista de Toledo. É a representante do segundo município mais populoso de Goiás, que fica na região metropolitana de Goiânia.
Suas cores são azul e branco, os uniformes ainda possuem detalhe em amarelo, que também faz parte do escudo do time. O mascote é o camaleão.
Em 14 participações na elite do Campeonato Goiano, entre 1997 e 2020, a equipe foi vice-campeã em 2015 e em 2018. E venceu a 3ª Divisão na única vez que disputou, em 2002. Ganhou a 2ª Divisão em 2010, na última das nove vezes que participou.
Nas disputas nacionais, já eliminou clubes mais conhecidos na Copa do Brasil e possui episódios polêmicos na série D. Está no 69º lugar no Ranking de Clubes da CBF em 2020, com 1.103 pontos.
História com hiatos e sobe e desce no Goiano
O time se tornou profissional em 1992 e começou a disputar a segunda divisão do Goiano. Em 1995, foi vice-campeão e conquistou o acesso.
Dois anos depois, ao ficar em penúltimo lugar, seria rebaixado para a segunda divisão, que não disputou. Só voltou em 1999. No entanto, solicitou licenciamento à Federação Goiana de Futebol.
Retornou em 2002, quando venceu a terceira divisão Goiana e subiu à segunda divisão logo em seguida. Foi vice-campeão em 2004 e voltou à elite.
Em 2007, desistiu do Campeonato Goiano e foi rebaixado. No ano seguinte, foi mais uma vez vice-campeão na divisão de acesso e subiu.
No entanto, em 2009, foi último e voltou a disputar o acesso. E venceu o título em 2010, retornando à elite, onde conquistou o 6º lugar em 2011 e em 2012.
Em 2013, pela primeira vez, o time avançou à semifinal do Estadual. Venceu o Goiás por 2 a 1 em Goiânia e foi goleado por 4 a 1 em Aparecida de Goiânia e foi eliminado. Em 2014, terminou na sexta colocação.
Em 2015, outro marco: foi finalista do Campeonato Goiano, mas perdeu para o Goiás. A melhor campanha da história do time foi celebrada pelo clube e pelos moradores de Aparecida de Goiânia.
Em 2016, foi o sexto colocado. Em 2017, avançou às semifinais, onde foi eliminado após derrota e empate para o Vila Nova, terminando em terceiro na classificação geral.
Em 2018, chegou novamente à decisão do Goiano, mas perdeu para o Goiás na decisão. E no ano seguinte, foi eliminado nas quartas-de-final, de novo, pelo Goiás.
E neste ano, o campeonato Goiano foi suspenso em 17 de março, após o final da primeira fase, por causa da pandemia da Covid-19. A Aparecidense terminou em oitavo e se classificou para as quartas de final, onde deve enfrentar o Atlético Goianiense, que teve a melhor campanha. Após reunião em agosto entre FGF e clubes, foi decidido que a competição só deve ser retomada em 2021.
Luto por causa da Covid 19
Em 18 de outubro, o diretor de futebol da Aparecidense, João Rodrigues, o Cocá, morreu aos 57 anos. Ele foi uma das vítimas da Covid-19, estava internado por um mês e não resistiu.
Ele estava à frente do futebol do Camaleão há dez anos, no período em que o time foi vice-campeão goiano duas vezes, em 2015 e em 2018.
Competições Nacionais
Em 2016, chegou às semifinais e terminou no quarto lugar, na única vez que esteve na Copa Verde. O torneio reúne equipes das regiões Norte e Centro-Oeste e do Espírito Santo e atualmente classifica o vencedor para a 3ª fase da Copa do Brasil.
E chegou à segunda fase nas três participações na Copa do Brasil, em 2016, 2018 e 2019. Na primeira participação, venceu as duas partidas e eliminou o Sport de Recife. O Ypiranga (RS) levou a melhor na fase seguinte.
Em 2018, com jogo único em casa, eliminou o Botafogo (RJ) ao vencer de virada por 2 a 1. Foi eliminado pelo Cuiabá.
Em 2019, precisou jogar duas vezes pela primeira fase. A Aparecidense venceu a Ponte Preta em 12 de fevereiro.
No entanto, o jogo foi anulado pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) sob alegação de interferência externa na decisão dos juízes em anular o gol de empate da Ponte Preta.
Dois meses depois, em abril, a segunda partida foi realizada e a Aparecidense venceu de novo. No entanto, perdeu na segunda fase para o Bragantino (PA).
Série D
Neste ano, é a oitava vez que o time disputa a série D. Estreou em 2012, após a desistência do Itumbiara. A melhor campanha foi a de 2013, quando terminou em 13º lugar.
O retrospecto, considerando as sete participações já concluídas, é de somar 82 pontos em 54 jogos, com 21 vitórias, 16 empates e 16 derrotas. Marcou 73 gols e levou 60.
O massagista invasor de campo
Quem não conhecia a Aparecidense, conheceu após um episódio polêmico nas oitavas de final contra o Tupi de Juiz de Fora, na série D de 2013.
A partida de volta, em Minas Gerais, estava empatada em 2 a 2, resultado que classificava a Aparecidense – então comandada por Karmino Colombini, que foi um dos técnicos do Baeta em 2020.
Aos 44 do segundo tempo, Ademilson chutou e estava perto de marcar o gol que poderia ser o da classificação carijó quando o massagista Romildo Fonseca da Silva invadiu o campo, tirou a bola do caminho do gol. O Tupi teve nova chance no rebote, mas o massagista defendeu de novo.
Houve uma confusão que parou o jogo e, quando foi reiniciado, não houve alteração no placar. Pelo resultado em campo, Aparecidense avançava às quartas de final para enfrentar o Mixto-MT.
O Tupi recorreu ao STJD para anular a partida e desclassificar o time goiano por conduta antidesportiva. Em julgamento, os auditores do Tribunal acataram o pedido. Houve recurso, mas não adiantou, o Pleno manteve a decisão. O Tupi avançou na competição. O massagista foi suspenso por 24 jogos e multado em R$ 500.
Sete anos depois, ao ser questionado pelo Toque de Bola a respeito do que foi aprendido neste episódio, o clube enviou o seguinte posicionamento.
Sobre o caso do Esquerdinha, foi uma ação errada e impensada. Mas quem trabalha com futebol, as vezes a emoção fala mais alto que a razão. A lição que fica, é que precisamos sempre ser mais racional que emocional.
Série D em 2020
De acordo com o clube, a última partida antes da paralisação por causa da pandemia foi em 15 de março, pelo Campeonato Goiano, contra o Goiás. A volta aos treinos foi em 10 de agosto, quando começou a preparação para a série D. A meta, óbvio, é conquistar o acesso para a série C.
Para a disputa da competição, a Aparecidense montou um time com média de idade em torno dos 26 anos, 11 são remanescentes da disputa do Estadual. O destaque é o atacante Alex Henrique, que marcou 13 gols na temporada; sete foram na série D.
A Aparecidense ficou em primeiro do grupo A5, com 28 pontos. Foram oito vitórias, quatro empates e duas derrotas, aproveitamento de 66%,7. Terminou empatado em pontos com o Goiânia, mas ficou na frente por causa do critério de desempate: gols marcados. A Aparecidense marcou 31 gols e sofreu 14, saldo de 17. Levou 40 cartões amarelos e três vermelhos.
Em uma campanha de recuperação, o time saiu do sétimo lugar na primeira rodada para a liderança ao final da primeira fase.
No turno, o time começou oscilando: do sétimo subiu para o quarto, caiu para o sétimo novamente e então engrenou uma trajetória de crescimento, sexto, terceiro, segundo e assumiu a liderança na sétima rodada e não perdeu mais ao longo de todo turno.
Fez rigorosamente a mesma campanha como mandante e como visitante: quatro vitórias, uma derrota e dois empates.
Nesta semana, o clube anunciou a contratação do zagueiro Felipe Marcelino. Ele defendeu mais recentemente o Navegantes (SC) e já passou por Gama, Volta Redonda, Corinthians sub-20. O nome dele já foi publicado no BID no dia 30 de novembro, portanto, está à disposição do técnico Thiago Carvalho para o jogo de domingo.
Campanha da Aparecidense na série D 2020
Texto: Toque de Bola – Roberta Oliveira com informações da CBF, sites e perfis oficiais.
Fotos: Leonardo Costa/Tribuna de Minas; Assessoria da Aparecidense/Divulgação
Arte: Toque de Bola – com informações da CBF.