O Puma F.C venceu o Bavet Futebol Clube nos pênaltis, após empate por 1 a 1 no tempo regulamentar, e foi campeão da categoria Super Master da Copa Caem 2013. O Puma saiu na frente com um golaço de Rogério, de fora da área. Mas o Bavet empatou logo em seguida, com Gilson, aproveitando saída errada de Armando. Nos pênaltis, o goleiro do Puma foi o heroi, defendendo duas cobranças e levando o time ao bicampeonato.
Toma lá, dá cá
Puma e Bavet chegaram para o jogo no Cerâmica precisando da vitória para levar o título. No primeiro jogo, empate por 2 a 2. As duas equipes começaram a partida errando muitos passes, não conseguindo levar perigo nos ataques. O Puma tinha mais posse de bola, mas pouco chegava na grande área do goleiro André Luiz. O jogo era pegado no meio-de-campo, com as duas equipes mostrando uma rivalidade antiga dentro das quatro linhas. O camisa 10 Tadeu ditava o ritmo da equipe do treinador Toledo, ex-jogador do Tupi. Do outro lado, Domingos, também o 10, era quem tinha a responsabilidade de criar as principais chances.
A primeira etapa pode ser resumida nos dois minutos finais. Em uma bela troca de passes no campo de ataque, a bola chegou para Valério, que de longe, acertou um lindochute no ângulo. O goleiro André Luiz fez bela defesa, salvando o que seria o primeiro gol do Puma. No contra-ataque, Antônio Carlos acionou Rogério, que achou o camisa 11 Luiz Cláudio sozinho na área. O atacante bateu fraco, em cima do goleiro Armando, que não teve dificuldades para defender.
O segundo tempo foi bem mais movimentado. A equipe do Bavet abusava das faltas e não conseguia responder a ofensividade do alviverde. A primeira grande chance veio após escanteio cobrado da direita. Paulo Henrique, filho de Toledo, fez o cruzamento. O camisa 15 Renato mergulhou de peixinho com muita força, mas não pegou em cheio na bola. Na queda, o jogador bateu a cabeça no terreno e ficou caído. O atendimento foi feito dentro do próprio campo e Renato teve a cabeça enfaixada, sendo substituído, sem condições de jogo.
Na metade da etapa final, a rede balançou. Jogada rápida de Carlos Henrique pela esquerda, que tenta o chute. A bola explode na zaga e sobra para o camisa 4 Rogério, que espera o quique para emendar um chute venenoso de fora da área, pela direita. A bola fez o balão e descaiu para dentro do gol: 1 a 0.
Enquanto a torcida do Puma ainda comemorava a vantagem no placar, o Bavet deu o troco. Bola cruzada da direita, Armando sai mal do gol e Gilson completa, livre de marcação no segundo pau, para empatar a partida. O resultado permaneceu até o apito final, o que significava disputa de pênaltis.
“Pula, sai do chão, o Armando é paredão!”
Pela regra da competição, cada equipe teria direito a três cobranças. A partir da quarta cobrança, os tiros livres seriam alternados, até que uma das equipes tivesse a vantagem.
Nas quatro primeiras bolas do Puma, que começou cobrando, quatro gols: Paulo Henrique, Fabrício, Valério e Paulo Sérgio bateram bem, sem chances para o goleiro. Do lado do Bavet, eficiência nas primeiras quatro oportunidades, com Ronaldo, Alencar, Domingos e Anderson.
Na quinta cobrança do Puma, Sérgio desperdiçou. O camisa 7 bateu forte, mas a bola carimbou a trave do goleiro André Luiz. Rogério teve a chance de dar o título para o Bavet, mas o camisa 17 não contava com a bela defesa de Armando, no canto esquerda, com uma mão.
Hélvio, do Puma, converteu a sexta cobrança, com tranquilidade e mandou a pressão para o lado do batedor Luiz Antônio, do Bavet. O camisa 2 bateu no canto direito baixo de Armando, mas o goleiro mergulhou para agarrar a bola do título do Puma F.C.
Palavra de heroi
Em êxtase, o goleiro Armando era só alegria no fim do jogo. Em conversa com o Toque de Bola, o empresário de 52 anos dividiu o mérito com todo o grupo e agradeceu o apoio de todos os torcedores e amigos que fazem parte da história do Puma.
“Sempre nas horas decisivas eu consegui fazer a diferença. Tenho que agradecer muito a Deus e à organização da competição. Na várzea, a gente joga é com o coração. É só sangue e coração. O Puma hoje é bicampeão graças ao conjunto e não apenas a um atleta” comemorou o goleiro.
O “paredão” ainda fez questão de mencionar a liderança e importância do treinador Toledo. Para ele, o treinador é um exemplo de pessoa e profissional para todas as idades e disse que o título é todo dedicado ao “mestre”.
“O Toledo é fora de série, é o maior nessa idade. Não tem nem o que discutir. O homem tem 81 anos e consegue até hoje vibrar com uma criancinha. O negócio dele é ganhar ou ganhar”, disse Armando.
“Eu gosto é da várzea”
O ídolo Toledo, ex-jogador do profissional do Tupi, que já presenciou e viveu grandes momentos no futebol, estava visivelmente emocionado. O treinador comemorava, além do título, os 40 anos completados pela equipe do Puma no ano de 2013, que para Toledo é uma marca grandiosa para um time amador.
“Saímos de uma festa comemorando os 40 anos do Puma F.C. Um time amador chegar numa idade dessas merece uma festa como a que foi feita. E nós ficamos até quase três horas da manhã, porque o nosso prazer vai além do campeonato, nosso prazer é ser do Puma”, destacou o emocinado Toledo.
Apesar de ter passado pelo profissional, o ex-jogador revelou ao Toque de Bola que gosta de viver o clima do futebol amador e ainda comemorou a bela campanha do time, apesar das dificuldades de se jogar futebol na várzea.
“Eu acho o amador muito mais difícil que o profissional, porque são jogadores que não treinam, que trabalham durante a semana. O nosso time durante a competição e no jogo de hoje se mostrou completamente diferente, apesar das dificuldades, jogou muita bola. E, sinceramente, eu fico mais envaidecido de tomar conta de um time amador do que de um time profissional, porque está lá escrito o nome Puma, que não é profissional, mas que não deve nada a ninguém”, frisou.
Camisa 10
O maestro do Puma F.C foi o camisa 10 Tadeu. O professor de Educação Física e funcionário da Secretaria de Esporte e Lazer, de 53 anos, já atuou como profissional por Sport e Tupynambás e se diz um apaixonado pelo esporte bretão. Tadeu agradeceu ao Toque de Bola pelo apoio ao esporte amador de Juiz de Fora e agradeceu ao goleiro Armando pela estrela na disputa de pênalti.
“Nós acreditávamos muito na equipe. Sabíamos que o jogo seria muito difícil, por causa da rivalidade entre as equipes. O Bavet é um bom time, com quem a gente está decidindo algumas competições, sempre com jogos disputados. O primeiro jogo no campo deles esse ano foi 2 a 2, aqui também empate. Mas sempre confiei no Armando e na disputa de pênaltis ele fez diferença”, disse o 10.
Desde que encerrou sua carreira profissional, Tadeu vem se dedicando ao futebol de várzea e fez um paralelo, destacando as principais diferenças entre os dois lados do esporte mais jogado no Brasil.
“O jogo no profissional é mais pegado, por causa da condição física dos atletas. Os jogadores profissionais treinam todos os dias, então a condição física é muito superior. O amador joga mais pelo prazer mesmo. Alguns atletas amadores se cuidam mais, outros menos. Podemos ver, por exemplo, pessoas de 20 anos acima do peso na várzea e pessoas de 65 anos com o peso ideal. Vai de cada um, de cada pessoa, cuidar durante a semana e chegar no final de semana apto para jogar uma partida de uma hora. Um bom jogador no amador consegue ser um profissional do futebol, desde que se dedique, se prepare”, finalizou.
Texto: Igor Rodrigues
Fotos: Renato Gomes
Confira a galeria de fotos da final:
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