O que o Tupi precisa fazer para não repetir as campanhas ruins dos dois últimos Campeonatos Mineiros – 2015 e 2016?
O que esperar desse elenco formado em tempo recorde – 29 jogadores, depois da queda precoce na Série B do Campeonato Brasileiro?
A cota da TV, informada extra-oficialmente em R$ 850 mil, é uma boa quantia, considerando-se uma competição de três meses?
E as categorias de base do futebol do Tupi? A ausência de jogadores vindos das equipes “de baixo” não desfavorece uma maior identidade do clube e do time com o torcedor?
Essas foram algumas perguntas que o Toque de Bola encaminhou à presidente reeleita do Tupi Futebol Clube, Myrian Fortuna.
Confira as respostas da presidente, transmitidas por sua assessoria pessoal.
Um detalhe: as respostas foram entregues na noite de sexta-feira, antes, portanto, da estreia carijó no Campeonato Mineiro (derrota em casa por 1 a 0 para o Tombense, no domingo, 29)
Toque de Bola: Nos dois últimos anos, o futebol profissional do clube não conseguiu ter um bom desempenho no Campeonato Mineiro, com a diferença de que em 2015 o time se acertou na disputa do Brasileiro da Série C e conseguiu o aceso e em 2016 não se acertou na Série B, com número de pontos muito baixo desde o início, culminando com o rebaixamento. O que a diretoria espera no futebol para o Mineiro 2017, e que erros observados em 2015 e 2016 não devem se repetir?
Myrian Fortuna: Nós, no primeiro mandato, definimos um planejamento que foi concluído com a chegada do Tupi no Campeonato Brasileiro da série B. Pela primeira vez em sua história, o clube disputou esta competição nacional com transmissões pela TV de todos os jogos e ampliou consideravelmente sua imagem em todo o Brasil. Claro, que o final não foi o que desejávamos, mas aprendemos muito com os erros, contratações, investimentos e estamos consertando equívocos o mais rápido possível para sermos bem-sucedidos já no Estadual.
Contratamos uma nova comissão técnica com integrantes qualificados e que conhecem o clube como o Luis Augusto, por exemplo. Trouxemos um atleta que foi vitorioso na carreira como o Fabinho e que tem seguido essa trajetória agora como gerente de futebol. Renovamos o elenco mesclando experiência com juventude e aproveitando garotos da base. Enfim, estamos com uma expectativa muito boa nessa temporada. A nossa recondução para um novo mandato foi o reconhecimento de uma gestão que tem colocado o Tupi num patamar inédito em sua bela história centenária.
Toque de Bola: Está sendo divulgado que o Tupi (e outros clubes, à exceção dos grandes da capital) receba R$ 850 mil de cota da TV Globo. É uma quantia considerada interessante por ser uma competição curta? O clube tem condições de investir essa quantia da TV exclusivamente no departamento de futebol profissional?
Myrian Fortuna: O valor da receita da TV para 2017 é inferior ao que está sendo colocado. O que posso adiantar é que a diferença entre os pequenos e os grandes no que se refere a receitas é ainda maior este ano.
Toque de Bola: Como está a questão dos patrocínios? O clube tem um patrocinador considerado master? Nos últimos dias, tem sido anunciadas pela presidente novas parcerias. Qual é o quadro hoje em relação às parcerias do futebol profissional do clube?
Myrian Fortuna: Nós vamos divulgar os parceiros – novos e antigos – num evento aberto ao público e, principalmente, a imprensa. Estamos trabalhando para criar um modelo inovador de transparência no futebol, respeitando os contratos e preservando informações que possa expor os patrocinadores, que exigem confidência para não prejudicá-los, o que é normal numa economia de capital aberto.
Toque de Bola: Como a diretoria analisa a atual estrutura do departamento de futebol. Pode se considerar que o futebol foi de certa forma “terceirizado”? Os contratos com os jogadores, em sua maioria, vão até o final do Estadual ou da temporada toda de 2017?
Myrian Fortuna: Vamos tratar desse assunto neste mesmo evento e colocar de forma clara o sistema organizacional do Tupi.
Toque de Bola: Como a diretoria está analisando os critérios para a formação do elenco, partindo praticamente do zero em relação ao grupo que disputou a Série B? São alguns veteranos e muitos jovens, todos afirmando, nas entrevistas, que disputar o Tupi pelo Mineiro é uma vitrine. E em relação ao clube?
Myrian Fortuna: Como disse, o gerente de futebol e a Comissão Técnica analisaram os perfis dos jogadores que chegaram observando diversas situações comuns ao esporte. São jogadores, mesmo os mais velhos, com potenciais de mercado. Nós fizemos acima de tudo uma reformulação que foca na qualidade técnica e, principalmente, no conhecimento da importância do Tupi, um clube centenário que hoje é respeitado em todo o País pelo espaço que vem conquistando nos últimos anos.
Toque de Bola: Muitos torcedores lamentam que o Tupi não tenha, nos últimos anos, um trabalho mais consistente nas categorias de base, ficando sempre na dependência de “apostas”, como é o caso do Flávio Caça-Rato, considerado um bom jogador tecnicamente, mas ele mesmo admite que fez muitas opções erradas nos dois últimos anos da carreira. O clube pensa em reestruturar essa base?
Myrian Fortuna: Pensamos e já estamos trabalhando para anunciar novidades neste sentido a curto prazo. Na gestão passada iniciamos a primeira fase do nosso antigo sonho do Centro de Treinamento com a retomada definitiva do terreno no Náutico
Toque de Bola: Outra situação que torcedores comentam, nos contatos conosco, é que não veem, muitas vezes, a valorização de atletas formados em Juiz de Fora, e que hoje estão em outros clubes. Um exemplo, só para não nos alongarmos, é Raphael Toledo, considerado um jogador versátil, de bom chute e pode desempenhar funções diferentes, além de ser identificado com a cidade e o clube. O Tupi reconhece que poderia batalhar por um elenco mais identificado e até comprometido com o clube e a cidade? Tem sido feito algo com esse objetivo?
Myrian Fortuna: Ficamos até surpresos com a imagem que os jogadores que vieram trouxeram do Tupi. Posso garantir que todos estão comprometidos com o clube. Esse é um ponto que não nos preocupa neste momento. Aliás, diante do que passamos em 2016 essa se tornou uma prerrogativa da nossa gestão.
Toque de Bola: Sobre a Série C do Campeonato Brasileiro, estão surgindo informações de uma possível mudança no formato em relação aos últimos anos, por sugestão ou pressão dos clubes da região Nordeste do Brasil. Em vez de dois grupos na fase de classificação e depois o mata-mata, seriam formados mais grupos. O que há de concreto sobre isso? Há uma garantia da CBF que a fórmula de disputa será mantida?
Myrian Fortuna: O Tupi ainda não foi oficialmente comunicado de nenhuma mudança no regulamento.
Texto: Toque de Bola
Fotos: Divulgação Tupi
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