O presidente da URT, Ricardo Túlio Miranda, apresentou sua visão da denúncia do Minas Boca acusando uma pessoa ligada ao clube de Patos de Minas em tentar subornar o zagueiro Reginaldo, por 10 mil reais. Para Miranda, o envolvimento da diretoria do clube na denúncia é uma mentira. O mandatário acabou criticando o Minas Boca, ao tentar apresentar justificativas para a impossibilidade das ligações.
“Não tive acesso à gravação telefônica (entre ‘Valtinho’ e Reginaldo), mas te garanto que não foi coisa da diretoria. Ninguém aqui dentro faria uma coisa dessa. Disso eu tenho certeza. O jogo era dentro da nossa casa. Contra o Minas Boca que, com todo respeito, é um time de merda. Não tem explicação uma coisa dessa”, afirmou Roberto.
Miranda já acionou o advogado Lucas Ottoni para representar o URT diante da denúncia encaminhada ao Tribunal de Justiça Desportiva de Minas Gerais. No entanto, tudo leva a crer que haverá um processo da URT contra o Minas Boca, acusando de difamação o presidente Edson Paredão, do clube de Sete Lagoas, que xingou o supervisor Walter Souza. Isso porque, segundo apuração do Minas Boca, Walter seria o tal ‘Valtinho’.
“Quem tem que se defender na Justiça é o presidente deles (Edson Paredão, do Minas Boca), que xingou o Waltinho (Supervisor da URT) de vagabundo, safado. Nós temos a fita da gravação da rádio na qual ele deu a entrevista”, completou.
Walter tomou conhecimento da acusação ainda no último domingo. Antes da partida entre URT e Minas Futebol, o presidente do time de Sete Lagoas revelou o suposto suborno a uma rádio de Patos de Minas. Walter nega participação no caso.
“Eu fiquei surpreso quando eu ouvi o cara (Paredão) dando entrevista aqui citando o meu nome, que eu tinha ligado para os jogadores e que ele tinha a ligação. Eu falei com ele que nunca liguei para jogador nenhum, mas ele falou que tinha a gravação. Então se ele realmente tem gravado vamos comparar as vozes porque eu tenho a consciência tranquila. Eu tenho 20 anos de URT nunca liguei para jogador nenhum para essa situação. Nós já acionamos o departamento jurídico, já fiz no dia do jogo até um boletim de ocorrência pelos impropérios que ele disse aqui na rádio. Me xingou inclusive”, disse Walter Souza.
Segundo Ottoni, a URT ainda não foi notificada pela Justiça.
Veja alguns trechos da conversa divulgada:
Suposto Valtinho – “Ele concordou que é aquele valor. Só que ele só pode fazer o pagamento amanhã e ele mandou o tesoureiro conversar comigo. Ele vai pegar o dinheiro da renda. Ele não tem outro dinheiro na conta. Ele falou: ‘Walter se quiser eu deposito um cheque’. Eu falei que não queria o cheque, não. Ele falou se você quiser vir pegar o dinheiro à noite você pode pegar o dinheiro comigo… O Luiz Eduardo (técnico da URT) falou pra mim que ele garante o combinado. A parte combinada ele garante 100%”.
Reginaldo – “Mas quanto é?”
Suposto Valtinho – “Ele prometeu R$ 10 mil. Ele falou que tem jogador ai que fecha por três mil reais. E é R$ 10 mil porque é o Reginaldo. Se fosse outro cara seria R$ 3 mil. Segundo ele já fechou com cinco jogadores ai. Pra ele é melhor fechar com quantidade do que com um só”.
Reginaldo – “Você não sabe que é não, né!? Com quem ele fechou aqui?”
Suposto Valtinho – “Ele não entra em detalhe não. De jeito nenhum. Você tem que pensar em você. Você não sabe se vai ficar empregado daqui há uns meses. Segura a sua onda, pensa no seu bolso, eu sei muito bem que oportunidade de ganhar dinheiro pelo lado certo é uma coisa e pelo outro lado, é outra. Só que essas malandragens no futebol existem bem antes de nós existir”.
Suposto Valtinho – “Eu falei com três caras lá, que ligaram para mim. O Luiz (Luiz Eduardo, técnico da URT) falou que tem duas pessoas confiáveis. O tesoureiro que falou comigo, que não sei o nome dele. O cara que está articulando isso dizem que é confiável. Ele falou comigo que assina em baixo para essas duas pessoas. Ele falou ‘você pode fechar com o Reginaldo porque está fechado, está definido’… O dinheiro do acerto é mediante a um pênalti. Ele só paga com o pênalti. Tem que fazer um pênalti… A palavra do Luiz Eduardo, por mais que ele seja moleque, eu confio nele. Se ele estiver errado, a gente vai no meio dele… É 100% certo. Ele fazendo a parte dele, o dinheiro está na conta na segunda-feira”.
Reginaldo – “A gente está na mesma situação dele. Mas eu não vou aceitar esse negócio, não. Não vou aceitar isso, não, porque só de bicho a gente tem seis mil. Então eu não vou aceitar esse negócio, não”.
Textos do Superesportes e Super FC – O Tempo.
Foto: Minas Futebol/Divulgação