Piscou, virou! Baeta marca duas vezes em três minutos, vence o Coimbra e estreia bem no hexagonal final

Uma importante vitória para começar com pé direito. Na estreia do hexagonal final do Campeonato Mineiro da Segunda Divisão, diante do Coimbra, de Belo Horizonte, o Baeta chegou a assustar a pequena torcida presente no Estádio Municipal Radialista Mário Helênio no final da manhã desse domingo, 25. Mas virou no segundo tempo e continuou fazendo valer o mando de campo na competição: Tupynambás 2 x 1 Coimbra – o time venceu todas as partidas em Juiz de Fora pela competição. O clube ficou na segunda colocação do hexagonal e volta a campo no sábado, dia 1º, às 16h contra o Patrocinense, fora de casa.

“A equipe foi consciente e virou o jogo no momento certo”, definiu o treinador Gerson Evaristo, lembrando a todo instante que não se surpreendeu com as dificuldades impostas pelo adversário: “Assisti dois jogos deles. Eu sei que é uma equipe muito bem trabalhada”.

Baeta jogou com uniforme branco neste domingo
Baeta jogou com uniforme branco neste domingo

   O jogo

No início o Baeta buscou propor o jogo, atacando principalmente com Cassiano pelas pontas. O Coimbra assustava nos contra-ataques e roubando bolas que o Tupynambás perdia ao sair jogando de maneira equivocada. Aos 15 minutos, João Willian pegou rebote do goleiro e acertou a trave direita. Minutos depois, Juninho recebeu sozinho na intermediária e tentou encobrir Bernardo, que estava adiantado, mas a bola saiu à esquerda do gol.

Após esse lance o Coimbra começou a jogar melhor. César fez grande defesa na cabeçada de Rodrigão aos 21. Logo depois a zaga do Baeta vacilou e Kaká entrou na área, driblou Thales e ficou cara a cara com César, mas encheu o pé e isolou. Wellyson subiu sozinho e cabeceou à direita da meta do Baeta. Mas o domínio da equipe da capital surtiu efeito: aos 43, Rodrigo Mucuri entrou em velocidade pela ponta direita e cruzou rasteiro para Kaka, que bateu no contrapé de César e abriu o placar.

Expulsão de Michael fez o Baeta crescer no jogo
Expulsão de Michael fez o Baeta crescer no jogo

Mudança de postura

Na segunda etapa, o Tupynambás voltou com o estreante Igor Soares no lugar de João Willian. O time começou a equilibrar o jogo. Aos 11, Michael fez falta em Cassiano, que arrancava para ficar cara a cara com o goleiro. O camisa seis do Coimbra recebeu o cartão vermelho por ser uma chance clara e manifesta de gol. Na cobrança, Juninho obrigou Bernardo a fazer grande defesa e jogar para escanteio. Nesse escanteio, Caetano desviou de cabeça, a bola bateu na trave e sobrou para Ademilson, que mandou por cima.

Pressão pelo resultado

Com um a mais o Tupynambás começou a pressionar. Aos 20, Cassiano entrou na área e foi derrubado pelo goleiro Bernardo, que recebeu amarelo. Na cobrança, Ademilson empatou a partida. Dois minutos depois, aos 23, Juninho pegou rebote da zaga de fora da área e mandou uma bomba no cantinho para virar. O Baeta seguiu tendo chances e desperdiçando. Aos 43, Miguel avançou pela direita e cruzou na medida para Igor Balotelli, sozinho, que finalizou por cima e perdeu a chance de matar o jogo. Nos minutos finais o Coimbra se lançou ao ataque, mas o Tupynambás conseguiu segurar a pressão.

Preocupação

Durante a partida o zagueiro Vavá sentiu o joelho e foi substituído por Canário. O lance mais forte foi do lateral esquerdo Douglas, que foi atendido após cair de mau jeito e levado direto para a ambulância. No lugar dele entrou Igor Balotelli. O atleta teve o braço imobilizado, mas os médicos farão um exame de imagem para confirmar se houve fratura. A princípio, há possibilidades de ser apenas uma luxação.

Outro detalhe é que Cassiano tomou o terceiro amarelo e não joga contra o Patrocinense.

Estreia

O jogador Igor Soares, reforço que chegou após a primeira fase, fez sua estreia pelo Baeta. O atleta entrou no intervalo no lugar de João Willian.

Tupynambás 2 x 1 Coimbra

Tupynambás: César, Danylinho, Thales, Vavá (Canário) e Douglas (Igor Balotelli); Caetano, Miguel e Juninho; Cassiano, João Willian (Igor Soares) e Ademilson.
Técnico: Gerson Evaristo

Coimbra: Bernardo, Iuri (Mirrai), Rodrigão, Patrick e Michael; Wellyson, Lucas Pinheiro, Kaka (Dudu) e Allan Patrick; Rodrigo Mucuri e Índio (Tony).
Técnico: Wallace Lemos

Gols: Kaka, aos 43 do 1o tempo. Ademilson aos 21 do 2o tempo e Juninho aos 23 do 2o.

Cartões amarelos: Rodrigo Mucuri e Bernardo (Coimbra); Miguel, Canário e Cassiano (Tupynambás)

Cartão vermelho: Michael (Coimbra)

 

Entrevista com o treinador do Baeta, Gerson Evaristo:

Instabilidade no primeiro tempo

Estávamos tendo muita dificuldade no primeiro tempo. Até os 25 minutos nós poderíamos ter feito dois gols. A equipe que vem atrás, como veio, com uma proposta de não propor o jogo, fora de casa, para buscar ponto fora de casa, atrás da linha da bola. Isso até os 25. Nós tivemos uma chance dentro da pequena área com o João Willian e ele chutou na trave. A outra, no contra-ataque, o Juninho quis encobrir o goleiro numa bola que poderia ter dominado e ter calma, porque ele finaliza bem, chuta bem. Podia ter feito o gol. A gente vai lá e não faz os gols. Não estou jogando a responsabilidade em cima do jogador, mas tem dia que não está bem. O Vavá hoje não estava bem. Então nós temos a saída de bola com o volante fazendo os três zagueiros. Quando ele mostrou que não estava tranquilo e errou muito passe, o que o treinador fez? Tivemos duas chances de gol, não fizemos. Vinte e cinco minutos. Instabilidade da nossa equipe, tentando sair para jogar. Ele simplesmente adiantou o time, principalmente em cima do Vavá. Foi onde eles fizeram o gol. É uma equipe muito rápida. Comentei que eles viriam atrás da bola, eu assisti jogos deles. Eles com muita ligação, principalmente nas costas da nossa linha de quatro. A partir dos 25 minutos a coisa ficou difícil, porque eles tomaram as rédeas do jogo. Criaram algumas oportunidades – não tantas como nós tivemos duas antes dos 25 – mas poderiam ter feito. Se faz dois a zero aqui dentro com o time fora (de casa), acabou. Eles passaram a gostar do jogo e aos quarenta e poucos (aos 43) fizeram o gol.

Outra postura

No segundo tempo o João Willian estava errando muito. É um jogador que tem o passe muito bom. Na criação das jogadas nem ele nem o Juninho estavam bem. Por isso escolhi um dos dois para sair para a entrada do Igor (Soares) do lado esquerdo. Só que o Juninho tem isso de vantagem: além do passe bom ele finaliza bem de fora da área. É um jogador que, se tiver a consciência, e a gente está cobrando muito dele, a maneira que ele bate na bola, a qualidade que tem, se ele forçasse mais essa qualidade ele de repente seria até o artilheiro do campeonato já, porque finaliza muito bem. O time mudou a postura, botando o Juninho só como meia para rodar. E veio a expulsão deles. O time já tinha crescido, já tinha voltado com outra postura no segundo tempo. Com a expulsão as coisas melhoraram. É lógico que os espaços começaram a se abrir e a equipe foi muito consciente. Às vezes os meninos Sub-23 só querem atacar. É a hora que você tem que ter o equilíbrio, o domínio. Viramos o jogo, os 2 a 1 com um homem a mais, nós começamos a querer fazer ligação direta sendo que tínhamos um homem a mais. Então roda a bola: tira o time deles de trás que eles estão no desespero, perdendo o jogo. Trabalha a bola, nosso time tem a posse de bola boa. Chama a equipe deles para cima. Nós começamos, mesmo com um a mais, começar a jogar na ligação direta. Eles ganhavam a primeira bola e no momento que ele colocou o Tony e o Mirrai eu sabia que seria o Mirrai, canhotinho para criar, que tem um passe bom. O Tony, jogador de referência, onde eles jogaram praticamente o tempo todo sem esse jogador de referência. Mas como fizemos 2 a 1, no final ele colocou um meia que alimenta esse atacante e o Tony é muito bom. Um jogador que eu queria trazer para cá. Tínhamos que preparar para a primeira bola, porque todas iam ser alçadas. No final, às vezes falam: tomou sufoco com um a mais no final. Não. Se eu estou perdendo de 2 a 1 no final do jogo eu vou meter toda bola dentro da área mesmo e tentar sufocar o adversário para que possa achar uma bola e conseguir o empate. Mas a equipe em alguns momentos foi muito consciente e a gente sabe: em momento algum, desde quando eu assumi o Tupynambás eu falei que seria fácil essa competição. Hoje eu falei que seria um jogo muito difícil. Assisti dois jogos deles. Eu sei que é uma equipe muito bem trabalhada. Mas a equipe foi consciente e virou o jogo no momento certo. Começar com o pé direito é importante, dentro de casa. Agora é dar sequência ao trabalho. Tem uma pedreira, mais uma pedreira no sábado à tarde contra o CAP (Patrocinense), uma equipe que venceu fora. A equipe que mais contratou, que está pagando bem, que realmente montou um grupo para acesso. Mas jogo é jogado: dentro das quatro linhas se resolve. Vamos trabalhar essa semana e descansar essa rapaziada porque tiveram que correr muito hoje. Torcer para que o Douglas não tenha sido fratura no braço e o Vavá também, no joelho, não seja coisa mais grave.

Importância de Ademilson

Falar do Ademilson é chover no molhado. A idade que ele tem, a responsabilidade que ele tem no grupo. Ele é o espelho dessa rapaziada, principalmente desses jogadores mais novos. Hoje ele deu um pique aqui. Cobrei no intervalo do João Willian, que teve um momento que ele voltou na bola e conseguiu passar na velocidade do João Willian, que tem vinte anos, para roubar uma bola. Cobrei isso do João Willian. Isso serve de exemplo. Os meninos veem o Ademilson correndo do jeito que corre, não tem como eles não se sensibilizarem com isso. É um jogador muito importante. A gente está com problema desse homem de referência, nós só temos ele por enquanto. É um jogador que a gente sabe que tem que ter um certo cuidado com ele para não perder pela competição, apesar de ele ser muito forte. Às vezes tem jogo que a gente precisa tirá-lo, até mesmo para descansar, para que no outro jogo ele esteja descansado. Mas a presença dele é importante num jogo desses, decisivo. Vão ser todos decisivos. Enquanto esse negão tiver aguentando os 90 minutos, vamos empurrando!

Reforços

A realidade é que nem tem como contratar mais. Dia 23 encerraram as inscrições. Tem o José Leandro, do Cruzeiro, que é zagueiro. Apesar de novo, é um jogador que tem larga experiência por jogar na base do Cruzeiro. Já está certo. Isso foi cobrado, nós pedimos reforços, precisávamos dos reforços. Temos um grupo bom. Mas muito enxuto. A gente sabe das dificuldades, mas também temos que ter a consciência e saber que não estão fáceis as coisas. O Alberto está sozinho. Nós não temos apoio. Essa é a realidade. Esse campeonato financeiro é muito árduo, muito difícil. Um jogo desse aqui, se não deu no mínimo 4 mil reais de prejuízo eu mudo de nome. Como é que se faz futebol desse jeito, se não tiver apoio? Se você incha o grupo, se a condição financeira está difícil, ela só vai aumentar com mais cinco, seis jogadores. A gente entende isso. Sabe que isso pode fazer falta, sabe que é importante ter um grupo. Se é 30 nós temos que ter 30. Infelizmente, nós não temos. Temos esse grupo com mais dois ou três que vão chegar. E é encarar, como encaramos hoje aqui, jogos difíceis, colocar em mente que não tem jogo fácil e que vai ser assim: na garra, na disposição, na vontade. É com esse grupo que a gente vai até o final.

Estreia de Igor Soares

Um jogador que vem treinando bem. Está há muito tempo parado, vem de contusão. É um jogador que chegou nessa semana, o que ele demonstrou no treino, não tive e não tenho medo de colocar para jogar. Se precisar jogar no sábado lá, vou colocar. A gente vai trabalhar essa semana, vai ver quem vai suprir a ausência do Cassiano. Então, é um jogador com muita qualidade. E tem a opção de jogar por dentro, pela beirada como jogou, fazendo o terceiro atacante pelo lado esquerdo. Saiu o Douglas, ele também joga de ala esquerdo. Ele tem uma diversidade muito boa, isso ajuda muito dentro do grupo.

Confira os resultados da 1a rodada do hexagonal final da Segundona Mineira:

Betinense 3 x 1 Valeriodoce
Jacutinga 0 x 1 Patrocinense
Tupynambás 2 x 1 Coimbra

Próximos jogos (sábado, 1/10):

Coimbra x Betinense
Patrocinense x Tupynambás
Valeriodoce x Jacutinga

Confira a classificação após a primeira rodada:

Fonte: FMF
Fonte: FMF

 

Texto: Lucas  Bernardino, Toque de Bola, com supervisão de Ivan Elias, Toque de Bola

Fotos: Toque de Bola

O Toque de Bola é administrado pela www.mistoquentecomunicacao.com.br

Deixe seu comentário