Põe tinta, tira camisa, prende escalação e solta xixi

Árbitro auxiliar, da Liga de Futebol de Juiz de Fora, e jornalistas no "plantão" à espera da escalação oficial do Democrata

Juiz de Fora (MG), 13 de fevereiro de 2011 
Se o público no estádio era pequeno, ainda menor que o da estréia, os bastidores de Tupi x Democrata, neste sábado, 12, foram bastante agitados no Estádio Municipal Radialista Mário Helênio. Não faltaram polêmicas.   

O árbitro Joel Tolentino Damata Júnior, após vistoriar o campo, mandou aumentar a faixa da linha do gol, segundo ele aquém do que manda a regra. O Tupi não pôde prestar a homenagem que gostaria ao meia Michel, com número comemorativo na camisa, e a comissão anti-dopagem da Federação Mineira marcou presença, para o exame anti-doping de dois atletas de cada equipe.   

Para completar, o Democrata, de Governador Valadares, depois de fornecer a escalação oficial para a arbitragem, custou a divulgar para a imprensa escalação e numeração da Pantera. Já passava das 16h35 quando ocorreu, depois de insistentes apelos dos jornalistas, que montaram um “plantão de sabadão” na porta do vestiário.   

O administrador do Estádio, o ex-craque carijó Moacyr Toledo, convocou dois funcionários para aumentar a pintura da faixa da linha do gol. “Acho que o árbitro está certo, estava muito pequena mesmo”, comentou Toledo. Corre para lá e para cá, e pronto, faixas maiores, é só esperar a bola rolar.  

Wellerson Ribeiro e Rogério Fonte Boa, da comissão anti-dopagem da Federação Mineira de Futebol

Já a dupla da Comissão Anti-Dopagem da Federação Mineira, formada por Rogério Fonte Boa e Wellerson Ribeiro, veio para o anti-doping. “Não avisamos com antecedência às equipes, sorteamos dois atletas de cada clube e levamos o material para o exame. Procuramos fazer o trabalho de forma que todos os clubes sejam visitados o mesmo número de vezes”, explica Fonte Boa.   

Quanto a Michel, que completava 50 partidas com a camisa do Tupi, a idéia do clube era fazer com que ele jogasse vestindo a camisa de número 50. Segundo o Departamento de Futebol do Tupi, no entanto, era preciso solicitar esta alteração do número com 72 horas de antecedência, o que não ocorreu. A solução foi o time entrar em campo com Michel vestindo a 50, ele ser homenageado, e depois vestir a 11, com a qual jogaria.   

(Nota da redação: pelo que jogou na partida, os supersticiosos podem até sugerir que em todas as rodadas daqui em diante Michel entre com uma camisa e depois coloque a outra.)   

Com a faixa maior pintada, a escalação do Democrata “parida” e Michel com a camisa 11, vai começar, enfim, o jogo. Que nada. Só as 17h02 a Pantera entra em campo, toda de branco, contra o alvinegro carijó.  

Janette, Joel e Celso: entra em campo o trio de arbitragem , com direito a referências de torcedores só para a Janette

Agora sim, vai rolar a bola. Hino nacional executado, equipes perfiladas, fotos daqui e dali. Quando o trio de arbitragem se cumprimenta e vai cada um para o seu posto, a auxiliar número 2 Janette Mara Arcanjo corre para ocupar o setor em frente às torcidas organizadas do Tupi. Hostilidade? Nem pensar. Pensando, talvez, em dar boas vindas à moça, ela é saudada por gritos acalorados de “gostosa”, “gostosa”, “gostosa”.   

Começa, com atraso, a partida que marcou a primeira vitória do Tupi no Campeonato. Um autêntico show de Michel, e placar de 4 a 3 para o carijó, com direito a três cobranças de pênalti, uma repetida e duas perdidas, mais uma expulsão juizforana – Claudinho Baiano – e os torcedores respirando aliviados após o apito final, não sem antes levar mais um susto – um gol do adversário aos 47 minutos.
No final, Marcel e Assis, pelo Tupi, e Baiano e Rogério, pelo Democrata, foram os sorteados para o exame anti-doping.   

Texto: Ivan Elias

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