A difícil situação do Tupi com o clube envolto em investigação na Polícia Civil e uma crise administrativa com denúncias de má administração do clube geram dúvidas na cabeça de todo torcedor.
O Toque abordou as principais delas como o presidente em exercício do Carijó, Eloísio Siqueira, o Tiquinho, e traz aqui, com exclusividade, alguns posicionamentos sobre assuntos ainda indefinidos, envoltos na nuvem de problemas que rodeia o clube.
Primeiro tem que resolver
Segundo Tiquinho, o futuro do futebol carijó passa necessariamente pela resolução dos problemas internos do Tupi. Mas a atual diretoria já tem conversas com possíveis parceiros para colocar o time em campo.
“Primeiro, temos que resolver essa situação interna. Mas nosso pensamento já está bastante adiantado sobre futebol. Queremos fazer uma equipe boa, qualificada que dê uma boa resposta ao nosso torcedor. Estamos conversando e temos algumas questões acertadas. O que impede a concretização é esse impasse que precisa ser resolvido”, diz o presidente em exercício.
Prédio na sede e permuta
Passando um pente fino nos contratos firmados pelas gestões anteriores, Tiquinho falou também sobre a construção de um prédio no terreno da sede social do Tupi. A obra está em andamento, sendo executada pela ACR Empreendimentos.
Além disso, o atual presidente do clube disse que aguarda uma definição sobre o processo de tombamento do Estádio Salles Oliveira, em Santa Terezinha, para saber como proceder com a permuta do local com a construtora Rezende Roriz. “Verificamos o contrato com a ACR. Está em andamento, tudo certo. Agora a permuta de Santa Terezinha estamos aguardando a definição do tombamento para saber os próximos passos.”
Pagamentos travados
Em contato recente com o diretor da Rezende Roriz, Marcus Rezende, o Toque recebeu o retorno de que, mesmo com a troca de diretoria, a intenção é permanecer parceiro do clube. Mas, o processo de tombamento do Salles Oliveira trava até mesmo os pagamentos das dívidas do clube que vinham sendo executados pela construtora, conforme acordo firmado.
“A parceria segue. Estamos empanhados em liberar o tombamento. Mas ele ainda é vigente. Esse é o ponto crucial do meu negócio com o Tupi. Não adianta nada eu comprar e não levar. Então, até para continuar os pagamentos, preciso que o tombamento caia”, explica Marcus.
Como está o tombamento
Por enquanto, o processo de tombamento do Salles Oliveira ainda não tem uma definição. Conforme o artigo 19 da Lei 10.777, cabe ao bem em processo de tombamento a mesma proteção de um bem tombado. O Tupi já foi notificado da situação e apresentou pedido de impugnação. Assim, na prática, por enquanto, o local não pode ser permutado.
Segundo a assessoria da Fundação Alfredo Ferreira Lage (Funalfa), o processo está em fase de instrução (confira a resposta na íntegra abaixo). Após, será encaminhando a um relator escolhido pela presidenta do Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural (Comppac), Giane Elisa Sales de Almeida.
Sem estimativa
O relador estuda e se posiciona sobre a pertinência ou não do tombamento. Só então os conselheiros do Comppac se reúnem para votar, podendo pedir vistas – o que acarretaria mais um tempo sem definição sobre a questão -, acompanhar ou discordar do parecer do relator.
A assessoria da Funalfa informa também que não existe prazo legal para nenhuma das etapas mencionadas. Segundo as informações da Fundação, também não é possível se fazer uma estimativa de tempo para a definição de um tombamento por conta do processo de levantamento das informações, que pode ser facilitado ou dificultado conforme as fontes do mesmo.
Nota da Funalfa:
Em relação ao processo de tombamento do Estádio Francisco Salles de Oliveira, localizado na Rua José Eutrópio, no Bairro Santa Terezinha, a Funalfa informa que o proprietário do imóvel já foi devidamente notificado e, no prazo regulamentar, apresentou pedido de impugnação.
Neste momento, o processo segue em fase de instrução. A equipe do Departamento de Memória e Patrimônio (DMPAC) da Funalfa trabalha nas pesquisas sobre o estádio, buscando aspectos referentes à relevância histórica e arquitetônica do mesmo, além de sua relação afetiva com a sociedade.
Esse material será encaminhado a um relator, designado pela presidenta do Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural (Comppac), Giane Elisa Sales de Almeida. O relator estuda o material e se posiciona em relação à pertinência ou não da proteção patrimonial. Na etapa seguinte, os conselheiros do Comppac se reunirão para votar o pedido, podendo acompanhar ou discordar do parecer do relator.
Texto: Toque de Bola – Wallace Mattos
Fotos: Toque de Bola; e divulgação/Tupi FC