A estreia de Paulo Campos em Juiz de Fora ocorreu com muitos ingredientes que o treinador priorizava em suas entrevistas durante a semana. A vitória por 1 a 0 do Tupi sobre o Boa Esporte foi conquistada com raça, apoio do torcedor e ofensividade. Após o jogo, o treinador concedeu entrevista e elogiou a postura dos jogadores e da torcida presente no Estádio Mário Helênio.
Treino no Mineirão
O Toque de Bola apurou que o Tupi vai treinar no Mineirão nesta sexta-feira, 7, às 17h, para partida diante do Cruzeiro no sábado (o jogo começa 18h30). Iniciativa da diretoria partiu depois que Paulo Campos comentou, na entrevista, que quando dirigia o Resende (RJ), o time fluminense foi ao Mineirão encarar o mesmo Cruzeiro pela Copa do Brasil e “ficou olhando o estádio, admirado, tomou goleada”. Sobre a escalação do zagueiro-artilheiro Hélder, que definiu a vitória sobre o Boa, diretoria promete ainda tentar a liberação junto ao adversário, dono dos direitos federativos do jogador.
“Se não lutar, não chega”
“Primeiramente, tenho que parabenizar o espírito da equipe. Lutaram os 90 minutos com a bravura que o torcedor exige. É a obrigação do atleta. Queria agradecer a direção do clube que me deu essa oportunidade tão linda, que eu esperava que um dia iria acontecer. Eu sabia que a torcida ia jogar junto, que o torcedor ia comprar a ideia. Vieram para ver um time lutador, poderíamos ter feito gols no primeiro tempo em que tivemos pelo menos três oportunidades e esse era o plano de usar três atacantes”, disse.
O treinador de 57 anos ainda lembrou que, pelas oportunidades produzidas durante os 90 minutos, o Carijó poderia ter saído com uma vantagem maior. “Saímos com a vitória de 1 a 0 que poderia ter sido mais. Acho principalmente que mostrou a equipe que, se não lutar, não chega. O futebol está muito nivelado e muitas vezes a determinação, a garra, a torcida jogar junto, aliás eu estava com saudade de sentir o torcedor apitar no meu ouvido e pedir luta, botar o adversário contra a parede e hoje vi novamente, muito feliz”, contou, satisfeito.
O Tupi chegou a terceiro lugar e deu um passo para a conquista da vaga nas semifinais do Campeonato Mineiro. No entanto, Campos lembrou que ainda faltam seis pontos para o Tupi disputar e a vaga ainda não está concretizada. “Não ganhamos nada ainda, faltam duas partidas e têm equipes que possuem três jogos a disputar, mas acho que nos aproximamos, ao menos, de um primeiro objetivo”.
Vitória para a torcida e Ademilson
Com o ‘apitaço’ promovido pelo torcedor juiz-forano, os jogadores puderam sentir o apoio das arquibancadas desde o primeiro minuto. Dentro de campo, a saída de Ademilson comoveu a equipe, que buscou o resultado dedicado ao atacante, ídolo do clube. “O time jogou, na minha opinião, primeiro pelo torcedor e, segundo, pelo Ademilson, porque é um atleta fora de série. Mesmo não estando 100 por cento, se apresentou para esta partida, por isso e conhecendo o passado dos jogadores, eu sabia que ele poderia ajudar. Infelizmente pela maldade deram uma pancada nele e teve que sair, mas o Raphael Aguiar entrou e foi até seu limite nas atuais condições físicas, por ser seu primeiro jogo. Com as entradas do Tenório e do Rafael Vitor tivemos mais consistência e na vibração terminamos este jogo com uma vitória importante”, analisou Campos.
Méritos à comissão técnica
Com pouco tempo de trabalho, o treinador deixou claro que o bom relacionamento com os profissionais da comissão técnica do Carijó era fundamental para um crescimento no rendimento do clube e, após a vitória, este aspecto foi mencionado como um dos motivos do sucesso na noite de quarta-feira.
“Seria muita presunção dizer que o time já tem a cara do Paulo Campos. O trabalho ser bem feito devo a comissão técnica que encontrei aqui. O trabalho do grupo, porque isso é uma equipe, não são apenas onze jogadores. Pude trazer um pouco mais de experiência e talvez de vontade de fazer esse clube crescer cada vez mais. Quero ver o Tupi vencedor. Eu nasci para vencer, não é por acaso que passei por 12 países e fui campeão em todos eles. E aqui no Brasil, só tenho alegrias, mas porque não trabalho sozinho, apenas em equipe e geralmente, em grupo, o resultado vem mais rápido e com mais qualidade”, explicou Campos.
Texto de Bruno Kaehler
Foto: Toque de Bola