Patrocínio e pandemia: retorno da Maratona Aquática está indefinido

Maria Rita “Maíta” Kleinsorge Daibert

Durante dez edições, os nadadores juiz-foranos tinham encontro anual marcado na Maratona Aquática. No entanto, ela também foi afetada pela pandemia e não foi realizada nos últimos dois anos. A última edição foi em 2019, com cobertura e apoio do Toque de Bola.

Por isso a nossa reportagem foi saber: quando o evento volta?

A resposta: há possibilidades, mas a data ainda não foi definida, de acordo com a organizadora, a professora Maria Rita “Maíta” Kleinsorge Daibert. Os motivos envolvem a situação financeira dos parceiros e patrocinadores e a incerteza do quadro epidemiológico por causa da covdi-19.

“Não sei. A gente ainda está temeroso, estamos discutindo, eu e o outro rapaz que me ajuda na organização, para ver se faz mais pro fim do ano ou se a gente faz no ano que vem. Aí eu acho que vai estar uma coisa melhor estruturada”, prevê Maíta ao Toque de Bola.

  “Balde de água fria”

Piscina do Clube do Trabalhador Sesi recebe a Maratona

É assim que Maíta define o impacto da pandemia na organização do evento. Ela contou que nadadores e nadadoras, dirigentes de clubes e de academias abraçaram a proposta desde o primeiro ano de realização e que todos sentiram a interrupção forçada pela covid-19. “Veio a pandemia. Tivemos que parar com tudo. Foi um balde de água fria, mesmo a gente gostando de água, que nos atrapalhou bastante.”

Mesmo com a retomada, incluindo das atividades esportivas, Maíta Daibert destacou que ainda não vê em 2022 um cenário seguro para fechar uma data para a Maratona Aquática. “Eu acredito que, neste ano, nós não vamos voltar. A gente precisa de patrocínios, como todos os esportes, como todas as competições. Essa pandemia foi um baque para todo mundo na parte econômica. A gente achou melhor deixar para o ano que vem pra dar um tempo para nossos patrocinadores, nossos parceiros, darem uma respirada e uma recuperada. Porque é muita, coisa muito tempo que a gente gasta e não fica muito barato”, avalia. 

Além disso, ela aponta algumas necessidades para a estrutura de realização da Maratona Aquática que dependem da retomada de outros setores. “A gente precisa dos alunos das faculdades, ali na beirada da piscina. Eles nos ajudavam muito. Tem faculdade que ainda não retornou, estão híbridas. E a gente tem que conversar também com diretores de clubes ou de academias onde a gente possa desenvolver esse evento. A gente não gosta de fazer sempre no mesmo lugar”, lembra Maíta.

Maratona Aquática teve apoio do Toque de Bola

Revezando nas piscinas

Maíta Daibert contou que a ideia surgiu de outro nadador master, Marco Antônio. A pesquisa pelo formato do evento levou a propostas praticadas em outras cidades na busca pelo melhor modelo para o cenário de Juiz de Fora. 

“Você tem uma ‘competição’, assim entre aspas, em equipes, onde cada integrante nada 15 minutos. A gente computa a metragem de cada nadador. Soma-se tudo e ganha a equipe que nadou o percurso maior”, explica a realizadora.

O retorno dos participantes foi bastante positivo, destaca a professora. “Foi muito bom. Teve uma aceitação muito grande por parte dos nadadores de vários clubes e de várias equipes de Juiz de Fora, de gente de fora que veio nadar. Aí tomamos gosto por isso e fizemos até a décima edição.” 

A organizadora destacou ainda que o formato anual e itinerante além de não favorecer os atletas de um determinado lugar, permitia experiências diferenciadas aos participantes do evento. “Até é bom, os nadadores podem conhecer outras piscinas e outras realidades. Quem está acostumado a nadar na água que não é aquecida, nada numa piscina aquecida. Quem não nada, nada na piscina com água fria. Então acho uma forma interessante, essa interatividade”, ressalta Maíta.

Em “stand by”

A promotora da Maratona disse que está acompanhando o retorno em diferentes modalidades e ponderou que em outros esportes, as coisas estão ainda com o “pé no freio”. Por isso, sempre quando é questionada – e, segundo ela, isso está acontecendo com frequência – ela garante que a Maratona Aquática está em “stand by”, mas vai voltar. “Uma ou outra atividade está acontecendo, mas o pessoal deve estar ainda muito receoso. Vamos ver se a gente, no ano que vem, consegue colocar o bloco na rua de novo.”

Texto: Toque de Bola – Roberta Oliveira

Fotos: Toque de Bola e Arquivo Pessoal

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