Guadalajara, México, 21 de outubro de 2011
Quatro anos depois da dolorida derrota em casa nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, em 2007, a seleção brasileira feminina de vôlei conseguiu a revanche. Na noite desta quinta-feira (20), o time comandado pelo técnico José Roberto Guimarães derrotou Cuba por 3 sets a 2, parciais de 25-15, 21-25, 25-21, 21-25 e 15-10 e conquistou a medalha de ouro em Guadalajara 2011.
Esta é a 14ª vez que o país sobe ao ponto mais alto do pódio na competição, dois a mais que o Canadá, segundo colocado no quadro de medalhas. Os Estados Unidos lideram, com 34 títulos na disputa mexicana.
Este é também é o quarto ouro brasileiro na história do vôlei feminino em Pans, que antes havia vencido em 1959, 1963 e 1999. Em Santo Domingo 2003, porém, o país optou por levar uma equipe formada basicamente por juvenis, enquanto há quatro anos a equipe base agora campeã em Guadalajara caiu por 3 a 2 diante da mesma Cuba na decisão.
A decisão do vôlei feminino era uma das mais aguardadas do Pan. Tanto que o ginásio estava completamente lotado e com presenças ilustres, caso do ex-jogador Romário, do presidente do COB (Comitê Olímpico Brasileiro), Carlos Arthur Nuzman, e de toda a seleção masculina cubana.
Com a pressão de ser campeão olímpico e líder do ranking mundial, o Brasil começou arrasador e logo no primeiro tempo técnico da partida possuía 8 a 3 no placar. Do outro lado da quadra, as cubanas erravam muito e eram presas fáceis do bloqueio verde-amarelo. Para piorar a situação das caribenhas, a ponteira Mari mostrava que estava em noite inspirada.
Sob o comando de Cleger, que entrou bem no lugar da experiente Santos ainda no primeiro set, Cuba reagiu na segunda etapa. Por insistir muito nas bolas para Mari, que passou a ser bem mercada pelo bloqueio rival, Dani Lins foi substituída por Fabíola. Já a até então discreta Sheilla deu lugar a Tandara.
Nada, porém, mudou e as duas titulares logo estavam de volta à quadra. Com a aproximação do Brasil no placar, o técnico Juan Carlos Gala colocou Santos de volta no lugar de Cleger, mas a jogadora foi ineficiente duas vezes, as brasileiras encostaram de vez e ela voltou ao banco. O problema é que Silva fez uma excelente passagem no saque, com dois aces e praticamente definiu a parcial, encerrada em um ataque de Cleger.
Embalada pela vitória, Cuba tentou escapar na terceira parcial. Perto do primeiro tempo técnico, Zé Roberto então fez a alteração que mudou os rumos do set, com Fernanda Garay entrando muito bem no lugar de Paula Pequeno. As cubanas voltaram a errar muito, diversas vezes de maneira boba. Um mau momento de Dani Lins quase colocou em risco a vitória na parcial, mas ela foi encerrada a favor do time verde-amarelo em um erro de saque de Palacios.
O Brasil teve diversas chances de garantir a quarta etapa, mas começou a se complicar. Mari, por exemplo, começou a errar diversos passes e foi substituída por Paula Pequeno. O time, entretanto, continuou a jogar muito mal, sofrendo com o saque caribenho e, mesmo com diversas substituições, chegou a estar perdendo por 24 a 15. De repente, a equipe reagiu de maneira impressionante, mas não foi suficiente para evitar a decisão no tie-break. No tie-break, o Brasil errou menos e fechou a partida ao vencer por 15 a 10.
Canadá ameaça vice-liderança no quadro de medalhas
Ao longo do sexto dia de competições em Guadalajara, o vice-líder Brasil não conseguiu surpreender em nenhuma das provas realizadas nesta quinta-feira (20) e conquistou “apenas” as medalhas tidas como garantidas – com Cesar Cielo nos 50 m e com as meninas do vôlei – e viu sua posição ameaçada no quadro geral de medalhas.
Os Estados Unidos lideram com 34 de ouro, 33 de prata e 31 de bronze, totalizando 98.
BRASIL: 14 de ouro + 12 de prata + 16 de bronze = 42
Canadá: 12 + 10 + 17= 39
Cuba: 10 + 10 + 8= 28
México: 9 + 10 + 18= 37
Principal nadador do país, Cielo deu mais um show no Centro Aquático de Scotiabank e, acompanhado do amigo Bruno Fratus, que ficou com a prata, estabeleceu novo recorde da competição com a marca de 21s58, a apenas 22 milésimos de sua melhor marca utilizando os maiôs tecnológicos.
De noite, as belas jogadoras da seleção feminina de vôlei bateram, mesmo sem a ponteira Jaqueline, que se machucou no jogo de estreia, as arquirrivais cubanas na final com certa facilidade e fecharam a partida em 3 sets a 2.
Vice-liderança
No entanto, as duas douradas da delegação canarinho, que já acumula 13, além de 12 de prata e 16 de bronze, não foram suficientes para abrir distância do Canadá no quadro geral de medalhas. O país, reconhecidamente uma potência olímpica, abocanhou cinco vitórias no dia e disparou na tabela.
Com dois triunfos no badminton, um no nado sincronizado, natação feminina e tênis de mesa, os canadenses pularam da sexta para a terceira colocação, com 11 medalhas de ouro, duas a menos que o Brasil.
Outra delegação que decolou na tabela nesta quinta foi a de Cuba, que, com quatro ouros na luta greco romana nas quatros categorias disputadas, agora ocupa a quarta posição no ranking, com 10 medalhas douradas.
Na liderança isolada, os EUA já somam 34 de ouro, 33 de prata e 31 de bronze, totalizando 98 medalhas em Guadalajara. Por sua vez, a delegação dona da casa completa a lista dos cinco primeiros com nove de ouro, 10 de prata e 18 de bronze, acumulando 37 medalhas.
Nesta sexta-feira (21), destaque para as finais nas provas de squash, nado sincronizado, natação, vôlei de praia e luta greco romana, que podem agitar ainda mais o quadro geral de medalhas.
Textos e informações: www.r7.com