12 anos. Esse foi o período que o torcedor do Palmeiras teve que esperar para ver o clube vencer novamente uma competição de expressão nacional. Na noite desta quarta-feira, o clube paulista ignorou o “Green Hell” formado pelos quase 29 mil torcedores coxa-branca que lotaram o estádio Couto Pereira, empatou com o Coritiba por 1 a 1 e conquistou a Copa do Brasil 2012 de forma invicta, colocando fim ao longo jejum de títulos.
Apesar do forte incentivo dos torcedores, os donos da casa não conseguiram criar chances claras ao longo do primeiro tempo e ficaram presos ao grande número de bolas alçadas na área do adversário paulista. Sem a criatividade necessária para reverter a desvantagem de 2 a 0, construída pelo Palmeiras no jogo de ida, os paranaenses foram para o intervalo amargando o empate por 0 a 0. Após o intervalo, o Coritiba voltou com mais volume ofensivo e abriu o placar aos 16 minutos da etapa final. O lateral Ayrton cobrou falta com categoria no canto direito e não deu chances ao goleiro Bruno.
Porém, a alegria dos curitibanos durou pouco tempo. Aos 20, um herói improvável apareceu para dar o título da Copa do Brasil ao Palmeiras, o que não acontecia desde 1998. Marcos Assunção levantou bola para a área e o atacante Betinho, que herdou a vaga de Hernán Barcos, desviou de cabeça no canto direito e fez explodir a torcida alviverde presente no Couto Pereira.
A conquista, segunda da história palmeirense, também marca a redenção do técnico Luiz Felipe Scolari. Treinador do primeiro título de Copa do Brasil do time paulista, em 1998, Felipão retornou ao comando do Palmeiras em 2010, mas ao contrário do que se imaginava passou por momentos complicados e chegou a ser fortemente criticado por dirigentes e parte dos torcedores. Apesar dos questionamentos, o comandante conseguiu unir o elenco e recolocou o clube novamente na rota das taças.
Para alcançar o título, o Palmeiras precisou superar diversas adversidades ao longo da competição. Desde o início do ano, o número de lesões atrapalhou o time alviverde. Uma das principais contratações para a temporada, o volante Wesley rompeu o ligamento cruzado anterior do joelho direito e ficou fora da campanha vencedora.
Em junho, o meia Valdivia foi vítima de um sequestro relâmpago e ainda não sabe se permanece na equipe. Por último, pouco antes da decisão, o atacante Barcos precisou passar por uma cirurgia para se curar de uma apendicite e não atuou nos jogos finais. Mesmo assim, o elenco conseguiu superar os problemas e cresceu nos momentos decisivos para levantar o troféu.
O resultado, que fez do clube paulista o maior em número de títulos nacionais, com 10 conquistas, também marca a “vingança” palmeirense sobre o Coritiba após a humilhante derrota por 6 a 0 nas quartas de final da Copa do Brasil de 2011. Desde então, o time comandado por Felipão ainda não havia encontrado o rival paranaense em um torneio disputado no esquema “mata-mata”.
Além disso, o Palmeiras conquistou vaga direta para a próxima edição da Copa Libertadores da América, competição que não participava desde 2009. Agora, o time alviverde terá a oportunidade de disputar o torneio continental pela 15ª vez em sua história e buscar o segundo título.
Fim do jejum de um clube vencedor
O jejum do Palmeiras acabou. O dia 11 de julho de 2012 ficará marcado para sempre na história alviverde: novamente com Luiz Felipe Scolari no comando, o time conquistou o bicampeonato da Copa do Brasil no Couto Pereira, em Curitiba. Desde o título da Copa dos Campeões de 2000, em Maceió, os palmeirenses não tinham a chance de comemorar uma conquista tão importante no país. Com dez títulos, o clube ainda se isola como o maior campeão nacional do Brasil.
Apesar de poder se gabar do fato de ter conquistado ao menos um título em cada competição nacional que disputou – mesmo aquelas que só jogou uma vez -, o jejum de 12 anos incomodava o Palmeiras. Enquanto os rivais acumularam taças ao longo da última década, os torcedores alviverdes apenas assistiam e cobravam o time e a diretoria. O título do Campeonato Paulista de 2008 “desentalou” o grito de campeão da garganta, mas ainda não era o bastante para o time até então nove vezes campeão nacional.
As Taças Brasil de 1960 e 1967, os Torneios Roberto Gomes Pedrosa de 1967 e 1969, os Brasileiros de 1972, 1973, 1993 e 1994 e a Copa do Brasil de 1998 pareciam parte de um passado distante. Com a conquista de 2012, o décimo título nacional de sua história, entretanto, o Palmeiras ultrapassa o Santos (com nove) e se isola como maior campeão do Brasil. Os fantasmas de eliminações inesperadas e campanhas frustradas na era dos pontos corridos, ao menos por enquanto, ficam de lado para o torcedor em festa.
Com um time que ganhou a “cara de Felipão” em 2012, o Palmeiras ultrapassou um obstáculo de cada vez e, mesmo sem a alcunha de favorito, chegou à final. Foi na base da raça e com as sempre perigosas jogadas de bola parada, inclusive, que o time chegou à final e superou o Coritiba. A união do grupo fez a diferença e a torcida pôde perceber a formação da nova “Família Scolari” desde o fim do Brasileiro do ano passado. Família que, reforçada de milhões de torcedores, pode gritar: é campeão!
Textos, informações e foto: www.espn.com.br