Palco carioca, Tupi, JF Vôlei e programas: veja o que pensa o novo Secretário de Esporte de JF

Entre as mudanças ocorridas recentemente em algumas secretarias, em função de candidaturas, uma está ligada diretamente ao esporte local. O pastor Carlos Bonifácio, que, por sua vez,  havia substituído Francisco Canalli (este agora na Secretaria de Agropecuária), agora deixa a pasta para o Secretário de Comunicação da Prefeitura, jornalista Michael Guedes.

Embora tenha sido anunciado como interino, Michael está cheio de planos e entusiasmado. Em entrevista exclusiva ao Toque de Bola, ele considera que há muitos benefícios – não só financeiros – em jogos de equipes cariocas que têm sido disputados na cidade após a reforma do Estádio Mário Helênio. Perguntamos a ele também sobre como a Prefeitura pode contribuir mais com equipes que  representam a cidade em competições estaduais e nacionais, como o Tupi (Campeonato Mineiro e Série B do Brasleiro) e o JF Vôlei (há cinco anos defendendo a cidade na Superliga Masculina.

Acompanhe a íntegra da entrevista, concedida no Estádio Municipal Radialista Mário Helênio, depois da reunião do “plano de jogo” de Fluminense e Atético Paranaense.

Michael Guedes (centro) na reunião do plano de jogo que acertou detalhes da organização da partida entre Fluminense e Atlético Paranaense em Juiz de Fora
Michael Guedes (centro) na reunião do plano de jogo que acertou detalhes da organização da partida entre Fluminense e Atlético Paranaense em Juiz de Fora

Toque de Bola: Como foi assumir a Secretaria de Esporte e Lazer de Juiz de Fora? 

Michael Guedes, Secretário de Esporte e Lazer: É muito gratificante porque é uma área afim à comunicação. Nos últimos meses, eu já estava tendo uma participação muito grande na Secretaria de Esporte na negociação dos jogos. O Prefeito me incumbiu de fazer a intermediação com os clubes que estavam nos procurando, para prospectar a imagem da cidade, que é uma atribuição da Secretaria de Comunicação. Temos uma interação com a Secretaria de Esporte também porque o esporte gera uma mídia espontânea positiva em geral. Calendário de corridas de rua, que atrai muita gente, o projeto Bom de Bola, várias outras ações que estão por vir, o programa Segundo Tempo, por exemplo, entre outros. Temos uma interface muito grande entre as duas secretarias. O Prefeito me pediu essa colaboração, assumindo essas duas secretarias de forma interina, até que se definisse um quadro mais estabilizado da situação, porque existia uma data limite para o desligamento dos outros secretários. Para não tomar uma decisão ali, apressada, optou-se por fazer este acúmulo que vamos fazer no período que ele entender como necessário. Para não deixar que houvesse nenhuma interrupção nos programas desenvolvidos e para tentar da melhor forma possível potencializar os trabalhos desenvolvidos pela SEL, beneficiando a população que é atendida por todos esses programas

Toque de Bola: como funcionam, estes jogos dos clubes de fora na cidade? Muitos perguntam se a Prefeitura ganha dinheiro, como são esses acordos pra trazer as partidas. Ou é só o retorno de imagem? Como funciona?

Michael Guedes: O fato de o Maracanã e o Engenhão estarem fechados abriu um nicho de oportunidades para várias cidades. De trazer os jogos de Flamengo, Fluminense e Botafogo. Algumas cidades viabilizam economicamente o jogo para ter um atrativo para levar esses clubes. E já vimos alguns exemplos de jogos bem longe, como em Manaus, onde o Poder Público ou um pool de empresas capitaliza e compra o jogo e leva para lá. Nem de longe esse é o nosso caso porque estamos enfrentando uma crise econômica muito grave e o Prefeito sempre determina que a nossa prioridade é pagar servidores em primeira instância, e nunca atrasamos nenhum salário, em comparação com outras cidades do estado e outras, pagamento de contas, saúde, educação e etc. O que nós fazemos para atrair esses jogos para a cidade para esse ganho de imagem é colocar as vantagens que Juiz de Fora poderia oferecer. Uma é a proximidade com o Rio de Janeiro, e que majoritariamente a população torce para times cariocas, então temos uma garantia, a potencialidade de público para esses times muito maior do que em outras cidades, porque muitas vezes, em outras cidades, se mobiliza o público para um jogo mas não se consegue o segundo, e isso não ocorre em Juiz de Fora. Aqui se consegue mobilizar sempre jogos de times do Rio. Outro quesito foram as reformas no Estádio Municipal Radialista Mário Helênio, que nós começamos em 2013. Se essa janela fosse em anos atrás, não seria possível, ou teríamos muita dificuldade para trazer os jogos para cá. Mas felizmente, eu falo por coincidência, porque houve essa janela de oportunidade e também o Tupi conseguiu o acesso à Série B. Isso tudo acabou confluindo de forma positiva. Nós temos aqui um gramado totalmente renovado, com a qualidade que o estádio nunca teve, com sistema de irrigação com acionamento eletrônico, duplicação das cabines, reforma dos vestiários com banheiras de hidromassagem e gramado sintético para aquecimento, armários novos. Banheiro e vestiário para árbitro, sala de imprensa, sala para a Polícia… Conseguimos ter um cardápio a oferecer muito importante para os clubes. Hoje em dia, ao ponto que chegou o profissionalismo, isso é fundamental.  Todos esses fatores são pontos que contam muito na escolha, porque uma lesão em um jogador por conta de um campo ruim gera uma série de prejuízos para o clube. Isso foi muito importante para que a gente conseguisse trazer esses jogos para cá. E tem um terceiro quesito que é a transparência. Tudo é discutido de forma mais sincera e honesta, com todos os dados na mesa. Então o que a gente conseguiu, no saldo final disso? A Prefeitura não arrecada com os jogos, mas ela também não gasta nem um tostão do contribuinte, para conseguimos proporcionar jogos de alto nível aqui no nosso estádio, que é um bem público E um bem público ficando parado está gerando prejuízo. Movimentando o bem público, estamos evitando esse prejuízo. Vamos citar os três jogos que tivemos aqui (Fluminense x Criciúma,  Flamengo x Atlético Paranaense e Botafogo x Flamengo) em 30 e poucos dias tivemos três grandes jogos, se fizermos uma média de gasto por torcedor de R$ 100, e nós tivemos nos três jogos um público em torno de 40 mil pessoas, temos circulando na cidade o valor em um mês e pouco de R$ 4 milhões. É um dinheiro circulando em tempos de crise, fundamental para a cidade. Fora o objetivo macro disso tudo, que é proporcionar ao nosso cidadão uma opção de entretenimento boa. O esporte tradicionalmente desperta na população e nas crianças, famílias que estão vindo ao estádio, sempre uma referência boa, diferente de uma referência ruim de violência, drogas. O esporte tem essa marca. Felizmente estamos sabendo aproveitar essa janela de oportunidades e a população de Juiz de Fora, como sempre, está respondendo a essa iniciativa.

Toque de Bola: O Tupi recebe uma verba mensal da Prefeitura por um dispositivo legal. O que mais a Prefeitura pode fazer em favor do Tupi nessa primeira participação do clube na Série B?

Michael Guedes: O contato com a presidente Myrian (presidente do Tupi, Myrian Fortuna) tem sido muito estreito, e essa foi outra facilidade de eu estar acumulando as duas funções, porque antes de assumir a Secretaria de Esporte eu já vinha fazendo isso na Secretaria de Comunicação para mobilizar a cidade a favor do Tupi. São várias campanhas que estamos planejando juntos A primeira já foi executada nos últimos jogos do Mineiro, mais voltada para a dengue. O Tupi fez várias ações de combate à dengue, não só nos jogos mas os jogadores também participando de eventos da Prefeitura para mobilizar a cidade a fazer a sua parte. Foi a primeira ação dessa parceria, que está sendo discutida desde o início do ano. E estamos prevendo várias ações para a Série B. Campanhas específicas nos jogos, mas também mobiliação na cidade para fazer com que o Tupi desperte mesmo essa mobilização na cidade. O Tupi terá uma participação efetiva e evidente na passagem da tocha olímpica por Juiz de Fora no próximo dia 15. A cidade será uma das poucas em Minas onde a tocha irá “dormir”. Mais destacado ainda porque isso vai acontecer de domingo para segunda, e como o Tupi é a marca que leva o nome da cidade de forma mais contundente para o Brasil inteiro, sobretudo agora na Série B, vai ter uma participação importante. É outra parte da nossa parceria. Fora a parceria estrutural. Além da Lei (que determina uma verba mensal ao clube que representa a cidade no futebol profissional), envolvemos o Estádio Municipal e todo o custo que envolve a utilização do estádio, cedido ao clube seja em treinamentos que hoje estamos regulando em função do gramado, está sendo tudo acordado com eles de forma muito positiva, quanto na realização dos jogos. E várias outras ações que forem surgindo durante esse período. A Prefeitura está totalmente disponível para fazer com que o Tupi aproveite bastante essa oportunidade, permaneça na Série B e, quem sabe, até tenha uma ascensão para a Série A, que seria fantástico na história da cidade.

Toque de Bola: em relação ao time de vôlei da cidade, que conseguiu a permanência na Superliga – antes Vôlei UFJF e agora JF Vôlei. A Prefeitura pode também se envolver de alguma forma? O time se classificou para a próxima Superliga na seletiva, mas alega muitas dificuldades para voltar a montar uma equipe competitiva 

Michael Guedes: A Superliga é outro exemplo de que hoje, no esporte,  se você não tiver condições de executá-lo em alto nível, e isso tem custos… Já iniciamos uma conversa com o diretor Maurício Bara, que é muito próximo a mim, temos uma relação pessoal muito boa. Chegamos a conversar na semana da seletiva, em que eles acabaram se mantendo na Superliga. Não foi possível para nós viabilizar um apoio naquele momento para que a seletiva fosse disputada aqui na cidade porque foi muito corrido, em cima da hora e o processo no Poder Público é mais moroso. Mas já fizemos contato, logo que assumi a SEL, para que possamos agendar uma reunião, inicie conversações. Não estamos dizendo só em apoio financeiro, mas outras maneiras que a Prefeitura de Juiz de Fora puder colaborar, vamos estar com certeza à disposição do JF Vôlei.

 

Texto, foto e edição: Toque e Bola

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Este post tem um comentário

  1. Robison Pierre Carva

    O Tupinambas precisa de uma verba para disputar Campeonato Mineiro 3ª Divisão, o Uberabinha precisa de ajuda, a equipe vai disputar o Campeonato Mineiro sub 15 e sub 17 da 2° Divisão, o JF Voley também esta precisando de investimento se não vai disputar a Superliga de Voley, os campos amadores da cidade precisam de reforma vamos procurar negociar com os proprietários de campos particulares com uma ajuda sentar e negociar uma melhoria, tenho visto muitos campos em vários bairros abandonados um espaço de lazer nos fins de semana para as crianças e adultos, vamos investir no que é nosso valorizar nos campos de várzea investir no Tupi, Tupinambas, Sport, Uberabinha, JF Voley e outros clubes esportivos e social.

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