Oficial de mesa juiz-forana Camila Fabre comemora convocação para Rio 2016: “Mesma sensação de um atleta”

O esporte juiz-forano iniciou o mês de fevereiro com uma notícia histórica e não protagonizada por um atleta. A oficial de mesa no basquete, Camila Santos Fabre, 26, foi convocada pela Confederação Brasileira de Basketball (CBB) para trabalhar na Olimpíada do Rio de Janeiro. A nota oficial com a lista de mesários e estatísticos foi divulgada também pela Federação Internacional de Basketball (FIBA) e Comitê Olímpico Rio 2016.

O Toque de Bola entrou em contato com a profissional formada em Educação Física pela Universidade Federal de Juiz de Fora, com licenciatura em 2012 e bacharelado em 2014, que contou sua trajetória, treinamentos e a emoção por ser selecionada para participar do maior evento esportivo do planeta.

 

Camila em evento-teste na Arena Carioca I
Camila em evento-teste na Arena Carioca I

 

  O basquete

“A relação começou quando entrei na faculdade e comecei a assistir alguns jogos dos JUJF (Jogos Universitários de Juiz de Fora). Aí um colega meu que estudava me convidou para começar a trabalhar e conhecer o que faz uma oficial de mesa. Fui em um jogo mais para observar, depois comecei a estudar e trabalhar. Um ano depois me ‘federei’ na Federação Mineira e trabalhei por ela a partir do final de 2010”, relembrou Camila.

O caminho traçado pela juiz-forana ao iniciar o curso tinha outra meta: “Entrei em Educação Física para dar aula em escolas. No começo do curso acabei me interessando em basquete, vôlei e arbitragem, e acabei seguindo o basquete”.

 

 A convocação

Camila acumulou, entre 2010 e 2015, trabalhos em grandes torneios do país, como os campeonatos brasileiros sub-17, sub-15, Universitário, Escolar, além de Campeonato Estadual amador, Jogos de Minas, Jogos Escolares e outras competições não oficiais da região, tanto no feminino, quanto no masculino. A mesária foi selecionada após o Programa de Treinamentos realizados em 2015, e o evento-teste ‘Aquece Rio’, em 2016, conforme instruções da FIBA e do Comitê Rio 2016.

“Em junho recebi um convite da minha coordenadora da Federação Mineira para participar de um curso para pré-seleção da Olimpíada. Os requisitos eram saber inglês e trabalhar com o basquete. Tivemos três etapas de curso: uma no Rio e duas em São Paulo, onde fizemos provas e entrevistas na maior parte em inglês, além das regras. Com isso fui selecionada até para trabalhar no evento-teste, em janeiro. Fui para o Rio, trabalhei lá e antes também tivemos palestras e treinamento com os aparelhos da empresa que vai fornecer o aparelho eletrônico. A partir disso saiu a convocação!”, explicou.

 

Parte dos oficiais de mesa convocados para o Rio 2016, com Camila (primeira na esquerda, de pé)
Parte dos oficiais de mesa convocados para o Rio 2016, com Camila (primeira na esquerda, de pé)

 

  “Nem tinha visto a convocação”

Camila admitiu, ainda, que vai assimilando a conquista aos poucos por ter sido uma surpresa para a oficial de mesa:

“Na verdade ainda não caiu tanto a ficha. Quem me ensinou mais foi a Daniele Ferrugini, mesária de Minas, e o David, que é um árbitro internacional, mas mesmo assim nunca pensei em fazer isso. Ia no curso para agregar conhecimento porque valeu muito a pena. E nem tinha visto a convocação para o evento-teste, quem me falou foi uma das minhas colegas daqui de Minas que também vai. E da Olimpíada a mesma coisa. Mas tenho um sentimento que tanto o árbitro, quanto o oficial de mesa trabalharem nas olimpíadas deve ser a mesma sensação de um atleta ir competir. Acho que não tem muita diferença nisso. Na minha concepção a Olimpíada ainda é o maior evento esportivo, devido a publicidade, forma que eles têm de mostrar os jogos. E sendo no Brasil, é ainda mais bonito!”, comemorou.

 

Camila (fundo à esquerda) sobre aparelhos eletrônicos testados: "Só teve diferença no do placar, que não é muito comum aqui"
Camila (fundo) sobre aparelhos eletrônicos testados: “Só teve diferença no do placar, que não é muito comum aqui”

 

 Juiz de Fora no Rio 2016

Ao ser questionada sobre a chance de levar o nome de seu município ao evento mundial, Camila foi além: “Fico imaginando que além da nossa cidade vamos representar o Brasil como um todo, porque como estaremos no jogo, se acontecer alguma coisa positiva ou negativa, vai ser o Brasil a estar estampado. Em Juiz de Fora é a mesma coisa. E como tenho muitos amigos que trabalham na arbitragem, fico pensando que também vou representá-los”, afirmou a mesária.

 

 Treinamentos

Camila só saberá as partidas em que terá a possibilidade de trabalhar quando sair a escala para os jogos, pouco antes do evento começar, podendo ser entre homens ou mulheres. Até lá, as atividades e estudos seguem a todo vapor:

“Com os campeonatos chegando, espero trabalhar, porque é uma forma de você estar sempre ativa, treinando. Temos que treinar o inglês também, então tenho em mente continuar trabalhando, bem como estudar e aprimorar mais o inglês. Em abril teremos um novo encontro também. No evento-teste trabalharam 15 e nesse próximo juntam mais 15 profissionais nesse novo treinamento”, finalizou.

 

Texto: Bruno Kaehler – Toque de Bola

Fotos: Arquivo Pessoal e Facebook

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