Foi sofrido, disputado, tenso e pesado, mas o JF Vôlei mais uma vez soube enfrentar momentos difíceis e venceu o Brasília por 3 sets a 2. As parciais foram 25 a 14, 25 a 21, 18 a 25, 23 a 25 e 15 a 13, em cerca de 2h30 no ginásio do Riacho, em Contagem.
O central Bruno foi escolhido o melhor da partida e recebeu o troféu Viva Vôlei. O gestor do projeto, Maurício Bara, realizou o sonho revelado na live do Toque de Bola: apareceu na TV entregando o troféu ao capitão Fernando Pilan.
No pós-jogo, jogadores e integrantes falaram ao vivo com Ivan Elias sobre a emoção de conquistar o título de forma invicta, fechando a campanha na Superliga B com 12 vitórias.
Além de coroar as melhores campanhas da competição os dois times mostraram que as duas equipes eram mais que os titulares, em um jogo onde os atletas que vieram do banco fizeram a diferença. Cristiano e Carlos Henrique mudaram o jogo do Brasília e Thiago Marques foi importante pelo JF Vôlei.
Como começou
Marcão repetiu a equipe do JF Vôlei que iniciou as semifinais contra o Unimed/Aero: Paolinetti, Gustavo, Pilan, Bruno, Celestino e Viller, com Dayan de líbero.
O técnico Marcelo Thiessen, do Brasília, também mandou à quadra os mesmos titulares no duelo de três jogos contra o Anápolis Vôlei: Paulo, Rubbo, Kelvin, Lucaian, Dutra, Alex, com Matheus de libero.
Trator tibetano – Rolo compressor
JF Vôlei começou arrasador, com dois pontos de Paolinetti na saída, Celestino parando Kelvin no bloqueio e contando com erro de Alex que atacou na antena. Brasília só conseguiu pontuar quando Lucaian veio do fundo e explorou o bloqueio, mas a essa altura estava 6 a 1.
Apesar do saque forte dos jogadores do Brasília, Kelvin em especial, a linha de passe do JF se comportou bem, permitindo a Gustavo variar o ataque. Paolinetti e Celestino foram os mais acionados. Os bons saques de Viller, Bruno e Gustavo deram trabalho à recepção dos visitantes.
Quando estava 14 a 6, o técnico Marcelo Thiessen queimou o segundo pedido de tempo. “Agressividade moçada, pra atacar, pra bloquear, dá pra recuperar”. No entanto, JF Vôlei aproveitou os erros do Brasília, e a defesa e ataque defendendo e aproveitando os contra-ataques, abriu a vantagem. A parcial terminou 25 a 14 quando o central de Brasília, Diego Dutra, sacou na rede.
Agressividade custou caro ao Brasília
O Brasília voltou mais ligado, tanto que assumiu a liderança pela primeira vez no jogo quando Lucaian explorou o bloqueio por 3 a 2. A parcial foi marcada pelo equilíbrio e pelos erros de saque e de ataque do Brasília, que resultaram em 17 pontos do JF Vôlei.
Houve alternância no placar, quando um ou outro assumia a liderança por dois pontos, mas não conseguia abrir. Até que os erros de saque e de ataque do Brasília pesaram e JF Vôlei consegue três pontos de vantagem.
Gustavo usou Celestino e Paolinetti, que aproveitam as oportunidades ampliam a diferença para 23 a 19. Marcelo Thiessen pediu tempo para reclamar com o time. “A gente não tá rodando. A gente começa a ficar desesperado e os caras vão abrindo vantagem no saque”. Não tempo de reagir e o JF Vôlei fechou o set em um ataque de Pilan pelo meio em 25 a 21.
Brasília acerta a mão
Marcelo Thiessen manteve Cristiano e o levantador Carlos Henrique, que entraram no segundo set, na quadra. E o Brasília iniciou jogando tudo que não teve oportunidade antes: o saque entrou e tudo começou a funcionar.
Com o passe quebrado, o JF Vôlei ficou em situação difícil. Quando estava perdendo por 5 a 1, Marcão pediu tempo para dar uma bronca no time.
Enquanto Brasília embarcou em uma maré boa, tudo parou de funcionar no lado mineiro: erros de ataque e de passe, permitiram os visitantes abrirem 14 a 7. O JF Vôlei até tentou se aproximar no placar, mas faltou uma sequência favorável. Quando a vantagem caiu dois pontos, 20 a 15, Marcelo Thiessen pediu tempo e orientou os jogadores: “Não podemos desesperar, [temos] cinco pontos de vantagem”.
Com mais alguns erros do JF Vôlei e o Brasília mantendo o embalo, Cristiano fechou o set em um ponto de saque em 25 a 18.
Equilíbrio e parcial decidida nos detalhes
Um set decisivo para as duas equipes: valia o título para o JF Vôlei e manter o sonho do Brasília Vôlei de conquistar a taça.
Pela tensão, teve até ponto para o JF Vôlei vindo de um erro de posicionamento da equipe do Brasília. No entanto, o saque do time do Distrito Federal atrapalhou o passe mineiro e abriu uma vantagem de quatro pontos, 12 a 8.
Com erros em seguida de saque e Viller complicando os adversários no saque, o JF Vôlei encostou em 14 a 12. Marcelo Thiessen parou o jogo para dizer aos jogadores que eles não precisavam se apavorar.
O líbero Dayan fez várias defesas no rally mais longo do jogo, que durou 42 segundos e terminou quando Cristiano tentou levantar e conduziu. Os times disputaram ponto a ponto até que o Brasília Vôlei abriu dois pontos com uma atuação impecável de Lucaian. Ele marcou cinco pontos seguidos, inclusive o que fechou o set em 25 a 23.
Tudo ou nada
A curiosidade é que, no set decisivo, os ponteiros do Brasília Vôlei, Cristiano e o do JF Vôlei, Thiago Marques, estavam improvisados como opostos. O primeiro ponto foi de Lucaian ao fechar um rally. A resposta veio com Celestino explorando o bloqueio. Cristiano explorou o bloqueio e Viller fez o mesmo.
O tie-break foi lá e cá, com Lucaian explorando o bloqueio não importando de onde atacava, mas o Brasília Vôlei errava o saque em seguida. Bruno empatou com um ponto de saque em 8 a 8.
Nos pontos seguintes, Celestino atacou para fora e Cristino fez um ace, Brasília abriu dois de vantagem. Marcão pediu tempo e deu apenas uma orientação: “Tranquilidade, vamos rodar”.
No lance seguinte, apesar do saque forte ter atrapalhado a recepção, Celestino cravou o ataque. O empate veio quando Lucaian parou no bloqueio. Marcão tirou Celestino e colocou Paolinetti.
Viller e Thiago Marques lideram a reta final
Foi a hora da estrela de Viller brilhar. Bem marcado pelo bloqueio e pela defesa do Brasília, ele não pode pontuar como nos jogos contra o Unimed/Aero, mas empatou o jogo em 11 a 11.
No lance seguinte, ele sacou forte e a bola veio direto, Gustavo chamou Thiago Marques que fez 12 a 11. Marcelo Thiessen parou o jogo. “Vamos rodar. Tranquilo. Estamos no jogo”.
A partida voltou, Viller sacou de novo e Thiago Marques parou Lucaian no bloqueio. O Brasília Vôlei conseguiu rodar quando Cristiano marcou em um ataque do fundo. Na comemoração, o juiz deu uma advertência a toda a equipe do Brasília Vôlei.
No lance seguinte, Thiago Marques garantiu o match point ao explorar o bloqueio. Marcelo Thiessen pediu tempo. Na volta, Pilan sacou para fora. Kelvin – o melhor sacador do Brasília Vôlei – foi para o saque. Foi a vez de Marcão pedir tempo. Na volta, ele sacou e Gustavo chamou Thiago Marques que cravou na diagonal o 15º ponto. Foi assim que o JF Vôlei conquistou o primeiro título da Superliga B, de forma invicta.
Texto: Toque de Bola – Roberta Oliveira
Fotos: Sportv/Reprodução; Douglas Magno/Divulgação JF Vôlei.