“O camisa 10 do Tupi machucou o joelho recentemente e vai ficar afastado de seis a oito meses. Estou vendo que você está fininho. Não tem nenhuma chance de você vestir a camisa do Tupi não, Pet?”. Essa foi uma das perguntas que a equipe do Portal Toque de Bola fez ao craque Dejan Petkovic durante a entrevista coletiva em que foi anunciado que a empresa Infoteste, da qual o ex-jogador é sócio, ficará incubada no Centro Regional de Inovação e Transferência de Tecnologia (Critt) da UFJF. Sem perder o bom-humor, Pet deu um drible seco. “É que eu machuquei a unha agora e não dá”, disse, entre risos, para depois completar: “Eu já não jogo mais bola profissionalmente. Eu posso até ir jogar um rachão, uma pelada, mas profissionalmente não”.
O tom mais descontraído ficou apenas neste momento. O que se viu no restante da entrevista coletiva foi um Petkovic bastante sério, mas sem deixar de ser simpático. Quem esteve presente à Faculdade de Engenharia pode conferir a outra faceta do ex-jogador: a de empresário. Antes mesmo de conversar diretamente com a imprensa, Pet revelou que começou a se interessar pelo mundo dos negócios quando ainda estava em atividade nos gramados. Ele garante que a experiência acumulada dentro das quatro linhas foi importante para que alcançasse sucesso sem a bola nos pés. Isso porque aprendeu cedo que talento é importante, mas precisa ser bem trabalhado.
“Tive sorte de poder juntar pessoas do meu lado que puderam me ensinar muito, que agregaram para o meu desenvolvimento humano, profissional, como cidadão e pai de família. Há vários anos entendi que o talento é importante, mas é só o primeiro passo. Se não trabalhar esse talento (…). Com 18 anos, eu achava que sabia tudo. E não sabia nada. Então, comecei a me abrir, a trabalhar para ver onde eu poderia aumentar a minha chance de o resultado sair melhor. Foi a melhor coisa para desenvolver a minha competência. Na hora que você precisa, consegue fazer aquilo que é capaz, que treinou e que está dentro de você. Acho que essa é a contribuição que [o futebol] pode me dar [para a atividade] como empresário”, explica.
Petkovic disse que começou a investir ainda em atividade por um motivo simples: ainda tinha receita. Ele acredita que vai crescer junto com suas empresas. E, em sua fala, mostrou que tem bastante conhecimento do assunto ao comentar a área de atuação da Infoteste. “A indústria tem crescido muito, mas as pessoas que trabalham nela são humanas e, como são humanas, podem ter uma noite mal dormida ou exagerar na bebida numa noite de festa, mas no dia seguinte ela tem que trabalhar e o risco de ela provocar alguma acidente no trabalho é grande. Pesquisas apontam que 60% dos acidentes acontecem por fadiga ou sono. Isso pode diminuir. O teste dura menos de um minuto e nós conseguimos ver o tempo de reação da pessoa. Se for muito lento, ele está com algum problema”, explica.
A proposta que está incubada no Critt e contará com o suporte da Universidade para o aperfeiçoamento busca avaliar as condições operacionais de funcionários que desenvolvem funções de alto risco nas empresas. Através do software é possível realizar a avaliação minutos antes do início das atividades, e o gestor da empresa terá acesso ao resultado em tempo real em qualquer dispositivo com acesso à internet.
Texto: Thiago Stephan com informações da Secretaria de Comunicação da UFJF
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