Na paixão pelo e-sports, juiz-forano se desdobra como estudante, jogador e coach

Universitário, jogador e coach. Este é o perfil de um dos representantes de Juiz de Fora no Jogos Universitários Mineiros (JUMs) E-Sports: o estudante do quinto período de Artes e Design da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Nicolas Dorneles Silva Vital , 24 anos.

“Pretendemos com certeza jogar o JUMs de CS:GO. O que eu mais gosto é competir, então se tem competição farei o máximo para estar lá”, garantiu.

As inscrições para o JUMs E-sports terminam nesta segunda-feira, 28. O Toque de Bola conversou com o Nicolas sobre o crescimento do interesse pelos esportes eletrônicos e a paixão e a diferença que o CS: GO e o Valorant fizeram na vida dele.

Confiante no crescimento do e-sports

Quando começou, Nicolas lembra que os pais não eram os maiores fãs do hábito e do gosto dele por jogos eletrônicos. “Meus pais não aceitavam eu ficar horas e horas jogando sem nenhuma expectativa. Então era uma situação que eu lutava contra tudo e contra todos para continuar jogando”.

No entanto, a situação agora é outra. Com mais visibilidade para a prática, ele acredita que mais pessoas vão se interessar pelas diferentes opções de e-games e até mesmo enxergar neles um futuro profissional.

“Cada vez mais o crescimento do mercado de games, o interesse dos jovens e crianças, até mesmo adultos está cada vez mais alto. Isso porque a informação também chega mais fácil, o apoio dos pais por ser uma geração agora cabeça mais aberta também ajuda muito. Acho que não esta longe de um filho chegar para o pai e dizer ‘pai, não quero jogar futebol, quero ser jogador de e-sports’. Com certeza, o crescimento vai ser gigante ainda”.

Do “não gostei” a “nunca vou abandonar” o CS:GO

Nicolas Dorneles contou ao Toque de Bola que começou a praticar e-sports entre os 11 e 12 anos, por influencia do irmão mais velho, Rafael.

“Não via como e-sports, só era um jogo que eu gostava e gostava de competir. Foi no CS 1.6, via meu irmão jogar sempre e ele me deixava jogar uma partidinha ou outra. Até que eu comecei a gostar cada vez mais e comecei a procurar formas de competir naquele jogo. O tempo foi passando fui criando amizade que queriam o mesmo que eu e me apaixonei cada vez mais pelos e-sports”, disse.

CS:GO é o jogo favorito de Nicolaso

Com o fim do SC 1.6, surgiu o CS:GO – Counter-Strike: Global Offensive – é um jogo de tiro, em primeira pessoa. Equipes de cinco jogadores, com missões distintas se enfrentam dentro de um mapa.

As partidas possuem até 30 rodadas de no máximo 1 minuto e 55. Vence a equipe que conquistar primeiro 16 rodadas. No início, o universitário confessa que, inicialmente, a nova opção não agradou.

“De cara não gostei do CS:GO e nem tinha computador pra jogar. Comecei a jogar League of Legends onde passei alguns anos jogando, conseguindo máximo elo de Diamante. Até que, no final das contas, consegui um computador para começar a jogar CS:GO, mas na época era muito mais difícil que hoje, né?”

E a opinião inicial e a relação de Nicolas com o CS:GO mudaram completamente. “Eu jogo CS:GO hoje em dia porque é o jogo que eu amo e que tenho muitos amigos. Um lugar bom para relaxar e jogar com os amigos sem nenhuma preocupação. Afinal, foram mais de 10 anos de CS na minha vida. É o jogo que sempre falo que nunca vou abandonar”,  afirmou.

Universitário e jogador

A influência de Rafael na vida do irmão caçula não foi apenas no gosto pelo CS:GO, mas também na escolha que levou Nicolas Dorneles à faculdade de Artes e Design na UFJF.

O juiz-forano concilia a universidade com a vida de jogador de e-sports
CS:GO é um jogo de tiro em primeira pessoa

“O incentivo veio mais do meu irmão que é um dos melhores designers que eu já vi. Então sempre vendo ele fazer as artes e tudo, eu comecei a me interessar. Essa ‘facilidade’ com o computador e a criatividade em si talvez até pelos games, eu vi que até que era bom no Design. Como não existia uma faculdade de e-sports, que era o que eu sempre tive paixão , eu optei por Artes e Design onde era aquilo que eu tinha alguma afinidade”.

Dono de um espírito competitivo, claro que Nicolas Dorneles quis se desafiar em campeonatos desde as primeiras experiências nos jogos eletrônicos.

“Passei minha vida toda disputando competições [risos]. Desde que aprendi a gostar e entender sobre os games, nunca gostei de jogar apenas por jogar, eu sempre gostei de competir independentemente do jogo ou situação. No CS 1.6, eu disputei algumas eliminatórias de World Cyber Games (WCG), na época, campeonatos grandes da modalidade. Depois, no LoL, joguei mais as ranqueadas e alguns campeonatos pequenos, porém sem muita expectativa. Quando cheguei no CS:GO, foi onde disputei mais campeonatos, tanto grandes quanto pequenos, estou sempre tentando competir”, resumiu.

No presente e no futuro, coach profissional de Valorant

Além do CS:GO, outro jogo ocupa a mente e o coração de Nicolas Dorneles: o Valorant. É um jogo de tiro, tático, também em primeira pessoa, disputado em equipes com cinco integrantes e com personagens originais que foi desenvolvido pela mesma empresa que criou o League of Legends.

O juiz-forano concilia a universidade com a vida de jogador de e-sports
Agentes Valorant

“O Valorant é um jogo novo, porém com características parecidas com o CS:GO. Assim que lançou, até por ser um jogo da Riot Games, eu tentei logo entrar no competitivo o mais rápido possível. Já que tinha essa base do CS, no começo até que me dei bem como jogador. Com passar do tempo, meu computador começou a ser bem ruim para jogar o jogo, eu não conseguia treinar e não dava para jogar”.

Foi assim que Nicolas se deparou com a nova função, treinar outros jogadores, a partir de uma habilidade desenvolvida com o tempo.

“Como no CS:GO e em outros jogos, sempre tive mais um espírito de líder e capitão, o que chamamos de In Game Leader, eu pensei em alguma forma de pegar esse fato e trazer para uma forma mais teórica sem ter que jogar. Aí veio a ideia de tentar a carreira de Coach. Sempre tentando evoluir, eu comecei a ter sucesso na função, que é onde eu trabalho hoje, como Coach Profissional de Valorant”.

Com tantas referências ao longo do caminho, Nicolas não descarta que a formação universitária pode ajudá-lo a seguir exercendo alguma atividade no caminho dos esportes eletrônicos.

“Cheguei a trabalhar um pouco com isso [artes e design], ainda gosto muito e sempre estou mexendo, mas não sentia que era o que eu amava fazer. Eu não sei se tem alguma possibilidade agora de juntar a minha formação em si com a habilidade nos e-sports. Gosto muito da função de Coach e quero estar cada vez crescendo mais no cenário. Se tiver algo que as Artes me ajudem na função em si, com certeza vou usar ao meu favor”.

Texto: Toque de Bola – Roberta Oliveira
Fotos: CS:GO site oficial/reprodução; Valorant Brasil/Instagram; @csgo_dev/ Instagram; Nicolas Dorneles/arquivo pessoal

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